ROTANEWS176 E TERRA 19/03/2015 20h33
AMÉRICA CENTRAL
Reprodução/Foto-RN176 As Damas de Branco em luta contra o regime de Fidel Castro
A filha da fundadora do grupo Mulheres de Branco, movimento feminista de oposição ao governo cubano, contestou nesta quinta-feira uma votação recente na entidade. Também herdeira política de Laura Pollán, Laura Labrada anunciou a criação de uma fundação humanitária com o nome da mãe.
“Recém-eleita para presidir a organização, Berta Soler nunca publicou a lista de votantes. Ela apresentou uma relação de 209 assinaturas, só que mais tarde ficou-se sabendo que muitas mulheres tinham assinado sem saber o objetivo do documento”, disse Labrada, de 47 anos.
Um grupo de ativistas residentes em Miami e outras que moram na ilha desconhecem a autoridade de Soler, tem dúvidas sobre a gestão dos fundos – provenientes da comunidade cubana nos Estados Unidos. Além disso, questionam os métodos que empregados pela atual presidenta, entre os quais uma atitude de repúdio a uma das integrantes, ocorrida em 16 de dezembro.
Atualmente em visita a Miami, Soler explicou que após a ratificação do resultado da eleição, o Mulheres de Branco “virou a página” e continuará com suas atividades em Cuba.
Laura Labrada desautorizou, imediatamente, que Soler fizesse uso do nome de sua mãe, falecida em outubro de 2011 e símbolo da organização.
Por isso, Labrada anunciou a criação, em breve, de uma fundação que terá o nome da mãe para prestar assistência a deficientes e idosos desamparados, sediada em sua própria casa, onde o Mulheres de Branco funciona desde a fundação.
“Não terá fins lucrativos nem políticos”, disse ela, chamando “os cubanos das duas margens do estreito da Flórida e do resto do mundo”.
A organização Mulheres de Branco foi fundada por Pollán, em 2003, após a condenação a longos anos de prisão a 75 dissidentes políticos.
Esposas, mães e irmãs dos prisioneiros desfilaram, em silêncio, todos os domingos, por uma rua de Havana, exigindo a libertação dos parentes. A soltura dos detentos ocorreu em 2010 e 2011.
Atualmente, cerca de 300 mulheres na ilha fazem parte da organização, das quais apenas seis estão desde o início. Ainda assim, a entidade vem a ser a organização de oposição mais conhecida em Cuba.