ROTANEWS176 E DELAS 20/01/2018 15:37
Habitos de higiene íntima que parecem normais (como lavar as calcinhas na máquina e não trocar as roupas de banho após sair da piscina) podem fazer com que suas roupas íntimas se tornem verdadeiras vilãs
De acordo com um estudo recente, 43% das mulheres que têm algum problema na vagina – como coceiras, dores ou secreções incomuns – sofrem em silêncio. A maior parte delas culpa a falta de informações sobre o tema, mostrando que é importante saber mais sobre preservativos, produtos de higiene, a calcinha e até sobre os cuidados necessários com as roupas de banho.
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Reprodução/Foto-RN176 A calcinha é amiga para todas as horas, mas maus hábitos podem transformá-la em uma verdadeira vilã
De acordo com a ginecologista e terapeuta sexual Mariana Maldonado, apesar de ser uma parceira de todos os dias para muitas mulheres, a calcinha pode se tornar uma grande vilã para a vagina caso não seja bem cuidada. A médica afirma que problemas como candidíase e alergias de contato podem provocar desde coceiras até dor durante o ato sexual, mas que simples correções nos hábitos de higiene podem resolver tudo. Veja como você deve cuidar das suas lingeries e roupas de banho para manter sua vagina saudável:
1. Atenção especial na hora de lavar
Você costuma colocar suas calcinhas para lavar junto com todas as outras peças de roupa? Pois saiba que esse hábito não é nada saudável. De acordo com a ginecologista, produtos como sabão em pó e amaciantes têm substâncias químicas que podem causar alergias e até a candidíase, mal que assombra muitas mulheres por poder tornar-se recorrente. Segundo Mariana, o ideal é lavar a peça à mão com água corrente e esfregá-la com um sabão que seja neutro.
2. Torneira, chuveiro e porta do box não servem de varal
Por praticidade, muitas mulheres acabam lavando as calcinhas no banho e deixando-as penduradas no banheiro (quem nunca, não é mesmo?), mas fazer isso é praticamente implorar para que os fungos apareçam por conta da umidade do ambiente. Mariana afirma que lavar no banho não é um problema, mas depois é necessário colocar a peça para secar em um local arejado.
3. Protetor diário não é solução, é um vilão
Preocupadas com possíveis odores e secreções – que muitas vezes são normais, já que o muco vaginal é algo que todas as mulheres têm – e iludidas por propagandas que prometem milagres, muitas mulheres apelam para protetores diários para se sentirem mais limpas e secas.
Apesar de cumprirem o que prometem, Mariana afirma que eles podem prejudicar a saúde. Esse tipo de produto abafa a região íntima, favorecendo a proliferação de fungos e bactérias que já fazem parte da flora vaginal e fazendo com que elas fiquem em desarmonia. A cândida, por exemplo, já existe naturalmente na vagina, mas em um ambiente úmido e quentinho, se multiplica além dos limites, podendo gerar coceiras e uma secreção nada saudável. Por isso, é melhor deixar os absorventes diários de lado.
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4. Seja egoísta com as calcinhas
Foi passar a noite na casa de uma amiga e se esqueceu de levar uma calcinha? Pedir uma emprestada para ela pode ser uma péssima ideia, e isso não é porque os hábitos de higiene dela são duvidosos e qualquer coisa do tipo. Por ficar em contato direto com a região genital, ela pode conter restos de secreção, tornando a prática nada higiênica.
Uma forma de solucionar o problema é colocar um absorvente na calcinha para que uma superfície limpa fique em contato com a vagina até que se possa trocar de calcinha. Se o clima estiver propício, outra solução é lavar a peça e deixá-la secando da noite para o dia.
5. Calcinhas novas precisam ser lavadas
Se apaixonou por uma lingerie recém comprada e está louca para estrear ou foi viajar, esqueceu de levar calcinhas e comprou uma nova? Nada de ceder à ansiedade, afinal, nunca se sabe por quantas mãos e locais a peça já passou ou quanto pó acumulou quando estava na arara da loja. Lavá-la antes de vestir é o mais indicado, mas, caso você realmente esteja em uma emergência, Mariana indica o uso de um protetor diário ou absorvente. “Um dia de protetor é melhor do que a exposição a toda a sujeira de uma loja”, afirma.
6. Fique de olho no modelo
Calcinhas apertadas demais ou com tiras muito finas podem ser bastante desconfortáveis e, muitas vezes, acabam até deixando a pele irritada. De acordo com a ginecologista, além de prestar atenção no quão confortável a peça é na hora de comprá-la, também é indicado deixar aquelas calcinhas “especiais” e menorzinhas para certas ocasiões, evitando o uso diário. Para o dia a dia, é indicado usar calcinhas que não gerem nenhum tipo de incômodo.
A ginecologista também alerta para a combinação de calcinhas pequenas e saias curtas. “Quando estiver com uma saia muito curtinha e que ao sentar possa te deixar em contato com cadeiras e bancos, procure usar uma calcinha maior, já que, ao expor a vulva, você pode estar sujeita a contaminações por sujeira”, afirma a médica.
7. Pratique o desapego com as roupas de baixo
Suas calcinhas já estão velhas, com o tecido fino, furinhos e elástico esgarçado? Talvez seja hora de ir às compras e renovar a gaveta de roupas íntimas. De acordo com a ginecologista, peças velhas acabam não protegendo o corpo de sujeiras e do contato com o ambiente exterior tanto quanto deveriam, podendo tornar a vagina mais vulnerável.
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8. Liberte-se na hora de dormir
É claro que proteger as partes íntimas é importante, mas é possível fazer isso sem abafá-la em excesso, principalmente durante a noite. Mariana aconselha deixar a calcinha de lado nas horas de sono profundo e afirma que um pijama leve de algodão ajuda a proteger seu corpo com sucesso. Se você for adotar esse estilo de vida, porém, é importante saber que os mesmos cuidados que a calcinha requer passam a ser necessários com a peça de roupa escolhida, já que ela ficará em contato direto com a região genital. De acordo com a médica, lavá-la com um sabão neutro e não usá-la por muitos dias seguidos é suficiente para que a prática seja saudável.
Atenção com as roupas de banho
Além de prestar atenção nos cuidados que devem ser tomados com a calcinha, também é preciso cuidar das roupas de banho, principalmente durante o verão. Com o calor, é comum que as pessoas passem horas e horas na praia ou na piscina, o que pode não fazer nada bem para a saúde da vagina em razão da candidíase.
Segundo o ginecologista Renato de Oliveira, o fungo que causa esse problema – que desencadeia coceira, corrimento e ardor nas partes íntimas – é uma parte natural do organismo, mas manter as roupas de banho molhadas em contato com o corpo por muito tempo pode desequilibrar a flora da região, desencadeando a doença.
Nos meses em que faz calor, as recomendações de não utilizar protetores diários na calcinha e outros produtos que possam “bagunçar” as bactérias naturais da região continuam, mas, além disso, a indicação é trocar as roupas molhadas, lavar e secar a região íntima logo após sair do mar ou da piscina.