Cultivar o autocuidado e conquistar a felicidade

ROTANEWS176 12/04/2025 12:30                                                                                                                        MATÉRIA DA DIVISÃO FEMININA DA BSGI   Por DIVISÃO FEMININA DA BSGI    

Reprodução/Foto-RN176 Desenho ilustrativo da matéria

Querida amiga, tudo bem? Desejamos que sim!

Neste mês, vamos refletir juntas sobre a importância do autocuidado e sobre as estratégias para conquistar a felicidade.

A busca pela felicidade é um desejo universal que permeia culturas e épocas. No entanto, para as mulheres, essa busca pode ser particularmente desafiadora devido às expectativas sociais, culturais e históricas que as cercam.

Na Proposta de Paz de 2010, nosso mestre, Daisaku Ikeda, ressalta a importância do papel das mulheres, mesmo em meio aos muitos desafios enfrentados, para a construção de uma sociedade mais humana. Ele declara:

São muitos os desafios e as ameaças enfrentadas pelas mulheres. A ampliação dos horizontes na educação possibilita a elas se levantarem como protagonistas autoconfiantes, capazes de atravessar crises, redirecionar a vida e a sociedade para um futuro melhor.1

Ikeda sensei aponta a educação como forma de empoderamento para as mulheres desfrutarem uma vida digna e plenamente realizada. É importante entender a educação, não somente como processo de aprendizagem escolar, mas sim como um processo em todas as dimensões das experiências humanas: mental, física, emocional e espiritual. Para isso, é necessário investimento em ações que cultivem o autocuidado desses aspectos na vida das mulheres.

Na Nova Revolução Humana, volume 25, capítulo “Luz da Felicidade”, de sua autoria, Ikeda sensei cita a dedicação intensa e alegre de uma integrante da Divisão Feminina na organização. Além de cuidar dos três filhos e do marido, não tinha tempo para o autocuidado. O presidente Ikeda, então, ofereceu-lhe um presente. No retorno para casa, ao ver sua imagem refletida no trem, percebeu que estava com o aspecto descuidado. Ela fez a seguinte reflexão:

O presidente Josei Toda costumava dizer que é importante os membros da Divisão Feminina da Soka Gakkai se esforçarem para ter uma aparência distinta e bem-cuidada.2

A importância do sorriso é outro aspecto por meio do qual Ikeda sensei incentiva as mulheres:

— O sorriso é como uma flor desabrochando no solo fértil de um coração forte. Quando vocês sorriem, transmitem coragem aos familiares, habilitando-os a vencer todas as dificuldades. Essa força inerente gera vitalidade às pessoas.3

As mulheres devem valorizar-se, respeitar-se, acolher-se, reconhecendo as próprias forças e habilidades. Isso significa superar as expectativas sociais, as quais subordinam e subalternizam as mulheres para que sejam submissas, complacentes e autossacrificantes. Em vez disso, as mulheres podem exercer seu poder de transformação, podem ser o que quiserem, tornando-se assertivas e encorajando outras mulheres, inclusive, no autocuidado, levando-as a praticar exercícios físicos, a manter uma alimentação saudável e a ter tempo para relaxar e se divertir. A importância da conexão com a natureza e com as outras mulheres também é um bom recurso de autocuidado.

Ikeda sensei recomenda que as mulheres devem se permitir enfrentar seus medos e suas fraquezas. Nas diretrizes de atuação da vitória absoluta da DF consta: “Tudo começa com a oração”.

Em uma mensagem para a I Conferência das Mulheres da SGI pela Paz, Ikeda sensei afirma:

“Orar contínua e incansavelmente com o mesmo coração de Nichiren Daishonin — são os poderes da fé e da prática das mulheres Soka (…), derrotando todos os tipos de obstáculos e maldades (…). Peço que, quanto mais conturbada e repleta de dificuldades for a era em que vivemos, mais envolvam nosso planeta azul com um intenso turbilhão de daimoku.4

A felicidade é um processo contínuo que requer esforço, dedicação e autorreflexão. Nosso mestre incentiva:

Uma forte e profunda convicção é fonte de força necessária para a vida. Uma pessoa de forte convicção não lamenta, tem esperança, está sempre alegre e transmite essa esperança aos outros. Sua vida expande-se amplamente.5

A felicidade absoluta ensinada no Budismo de Nichiren Daishonin não é algo que se encontra fora de si mesma, mas algo que se cultiva internamente. Devemos nos concentrar em desenvolver sabedoria, compaixão e coragem, em vez de buscar a felicidade por meio de relacionamentos ou de status social. Ikeda sensei também destaca que a felicidade está intimamente ligada à capacidade de superar desafios e obstáculos, ou seja, ser feliz não significa ter uma vida sem sofrimentos, mas a diferença está em como encarar cada adversidade ou obstáculos que se manifestam na vida.

Querida amiga, talvez você esteja passando um momento muito difícil na vida e não consiga nem pensar em autocuidado. Porém, saiba que esta matéria é para lembrá-la de que você é importante e conseguirá superar esse grande desafio. Você é uma mulher que possui enorme potencial e valor. A partir do momento em que renovar sua decisão e recitar “muito mais daimoku” de juramento com forte convicção e coragem, ultrapassará esses obstáculos e evidenciará a verdadeira felicidade. Com certeza, transformará o rigoroso inverno e manifestará a primavera.

A oração das mulheres e sua atuação arraigada na vida diária são a força motriz capaz de mudar as circunstâncias de uma época. A força das mulheres é como a força do solo. Quando o solo se move, tudo que existe sobre ele também se movimenta. Até mesmo a fortaleza do autoritarismo e a montanha que parece inabalável acabam ruindo. O poder das mulheres é imensurável e não há nada que seja impossível para elas. Conto muito com a força da Divisão Feminina.6

Amiga, “cuide-se, seja forte”, estamos juntas! Vamos viver “Mais um dia feliz” com uma pitada de SAL (sabedoria, alegria e leveza).

Um forte e carinhoso abraço!

Divisão Feminina da BSGI

Notas:

  1. Terceira Civilização, ed. 501, maio 2010, p. 27.
  2. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 25, p. 50-51, 2022.
  3. Ibidem, p. 79.
  4. Brasil Seikyo, ed. 2.264, 28 fev. 2015, p. E2.
  5. IKEDA, Daisaku. A Grande Correnteza para a Paz. v. 2. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 271. (Cf. Terceira Civilização, ed. 481, set. 2008, p. 66.)
  6. Idem. Luz do Alvorecer. Nova Revolução Humana. v.11. São Paulo: Editora Brasil Seikyo.

Entrevista

Reprodução/Foto-RN176 Patricia recebe prêmio das mãos do presidente do CNPq, prof. Ricardo Galvão – Foto: Rodrigo Cabral / MCTI

Patricia Takako Endo, vice-responsável pela DF da RM Pernambuco Sul, CRE Leste

Patricia, conte-nos sobre a sua trajetória acadêmica e atua-ção profissional.

Patricia: Sou professora livre-docente da Universidade de Pernambuco (UPE), Campus Caruaru, desde 2009. Atualmente, sou vice-coordenadora e membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Computação (PPGEC) da UPE. Minha pesquisa é focada na aplicação de inteligência artificial (IA) na saúde, com ênfase em doenças tropicais negligenciadas (DTN) e saúde materna-neonatal, abrangendo diagnóstico, tratamento e acompanhamento de pacientes.


Recentemente, você recebeu o Prêmio Mulheres e Ciência. Como foi essa experiência e qual a importância dessa conquista?

Patricia: Foi uma honra imensa receber o Prêmio Mulheres e Ciência no dia 12 de março de 2025, em Brasília, capital federal. O prêmio é uma iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e outras instituições. Fui agraciada na categoria Estímulo, voltada para pesquisadoras com até 45 anos, sendo a única representante do Nordeste na categoria. Essa premiação não apenas reconhece meu trabalho, mas também reforça a importância da presença feminina na ciência.


Além desse prêmio, você também recebeu outras homenagens. Como vê esse reconhecimento?

Patricia: Fui homenageada pela Escola Politécnica (Poli) da UPE durante a Semana da Mulher e, no fim de abril, receberei a Medalha de Honra ao Mérito Universi-tário da UPE. Essas homenagens são motivo de grande orgulho, mas também trazem uma responsabilidade. A computação ainda é uma área predominantemente masculina, e meu papel é incentivar e inspirar outras mulheres a ingressar na ciência. Espero contribuir para um ambiente mais equitativo e inclusivo.


Como a sua origem e história pessoal contribuíram para sua trajetória?

Patricia: Sou paraibana, cresci em Belém, Pará, e filha de imigrantes japoneses que não tiveram a oportunidade de cursar uma universidade, mas sempre me incentiva-ram a estudar. Além disso, minha formação humana foi muito influenciada pela Soka Gakkai, onde aprendi a planejar, organizar e lidar com desafios. Esses ensinamentos me ajudaram a compreender que cada ser humano é único e tem a capaci_dade de transformar seu destino. Trago essa visão para minha atuação como professora e pesquisadora, buscando sempre inspirar meus alunos a alcançar seu potencial.


Patricia, para finalizar, gostaria de deixar uma mensagem para as mulheres?

Patricia: Todas as mulheres têm imenso potencial para contribuir com a ciência e a sociedade. Precisamos nos apoiar e nos incentivar umas às outras. Como disse nosso mestre, Daisaku Ikeda: “Quem recita Nam-myoho-renge-kyo evidencia a mais poderosa e suprema vida do Buda de dentro de si próprio e alça voo para o grandioso céu da missão com total liberdade e autonomia”.1

Tenho imensa gratidão por todas as mulheres que cruzaram meu caminho e me ajudaram a chegar até aqui.

Meu desejo é que cada vez mais mulheres possam alçar voos altos e transformar o mundo por meio da ciência!


Foto: 
Rodrigo Cabral / MCTI

Nota:

  1. Cf. Brasil Seikyo, ed. 2.201, 26 out. 2013, p. A4.

FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO