Cultivar um coração rico

ROTANEWS176 E POR BRASIL SEIKYO 23/05/2020 13h19

RELATO

Mariana fez da mudança interior a chave para avançar e realizar os sonhos

 

Sempre tive grandes sonhos. Um deles era estudar; e o outro, ter uma casa digna para morar.

Reprodução/Foto-RN176 Mariana na praça Jossei Toda em Monte Alto, SP, cidade onde mora.

Venho de uma família simples, de Monte Alto, SP, e nunca tive condições financeiras para realizar tais objetivos. Até mesmo cheguei a desistir de uma vaga na faculdade por não poder custear minhas despesas. Em casa, dentre muitos desafios, nós nos dividíamos em três cômodos. Meu pai dormia na cozinha, meus irmãos na sala, e minha mãe, minha irmãzinha e eu dormíamos no quarto.

Felizmente, eu já praticava o budismo e essa circunstância foi o impulso para a minha revolução humana. Não aceitava aquela situa­ção de pobreza, pois aquilo não era digno da minha família. Com base nos ensinamentos budistas, acumulei boa sorte, que se manifestou no momento oportuno, transformei esse aspecto junto com meus familiares e realizei muito mais do que poderia imaginar!

 

Desenvolvimento contínuo

Certa ocasião, um líder propôs numa atividade do budismo uma reflexão a respeito das comprovações da prática budista ao longo dos anos. Na hora eu não soube avaliar, mas hoje percebo quanto sou grata por seguir essa filosofia que me proporcionou tamanho desenvolvimento pessoal.

Realizei o grande sonho de estudar em 2007, quando consegui um trabalho num salão de beleza como manicure. Lá, eu me encontrei profissionalmente e, passado algum tempo, interessei-me por um curso de estética. No entanto, ainda sem condições financeiras e com medo de assumir um compromisso, perdi o prazo da matrícula.

Reprodução/Foto-RN176 Com os irmãos, Nicolli, Eric e Laís

Nessa fase, travei uma batalha interior contra a falta de confiança. Mas, por participar das atividades com os estudantes, das reuniões de palestra e recitar Nam-myoho-renge-kyo, senti que não podia deixar meu sonho de lado. No trabalho, fui encorajada por uma colega a tentar obter uma vaga no curso mais uma vez, e foi o que fiz. Ao ligar para a escola, soube que o início das aulas havia sido adiado e consegui me matricular.

Na organização, assumi a liderança do distrito e da banda Asas da Paz Kotekitai, da Divisão Feminina de Jovens. Seguindo os conselhos de uma querida líder, considerei essa responsabilidade como uma chance para eliminar a pobreza do meu coração, com a determinação de avançar em meus objetivos, ao passo que me dedicaria ao desenvolvimento da localidade. Então, recitava daimoku a cada dia com essa convicção.

Em casa, vi a situação se tornar ainda mais desafiadora quando meus pais se separaram. Tudo virou uma desordem. Passei a arcar com novas despesas e, em paralelo, precisava custear meu curso. Sem desanimar, enfrentei tudo e não recuei um único passo. Em 2010, terminei o curso de estética facial e corporal. Tempos depois, abri meu próprio salão de beleza e me especializei em excelência no atendimento ao cliente. Que vitória!

 

Avançar sempre

Dois anos se passaram e eu persistia no objetivo de ter uma casa. Dei o primeiro passo quando o novo companheiro da minha mãe veio morar em nossa residência.

Eu me lembrei do encorajamento da líder da localidade que havia me dito que o principal nessa batalha era manter um coração nobre. Concluí que havia chegado o momento de conquistar minha independência e decidi sair de casa. Naquele mesmo dia, mesmo sem saber muito bem aonde iria, tive boa sorte e consegui alugar um quarto. Dias depois, com a ajuda de uma cliente do meu salão, aluguei uma casa. Fiquei tão feliz que mudei na semana seguinte!

Reprodução/Foto-RN176 Em atividade para líderes no Centro Cultural Campestre, Itapevi, SP (maio 2018)

Como objetivei, estava morando em uma casa digna, no centro da cidade, realizando atividades da BSGI, recebendo os amigos e a família. Além disso, transferi meu salão para esse local, tornando minha vida mais confortável. Na organização, assumi a liderança da DFJ da atual Área Monte Alto.

Minha vida estava avançando, mas não podia deixar de me atentar para o bem-estar dos meus familiares. Em especial, priorizava ter um bom relacionamento com minha mãe — algo que não existia — e me preocupava bastante com meu pai que havia ficado doente após o divórcio. Ele se afastou e ficamos quase três anos sem contato. Porém, com a prática e o apoio dos amigos Soka, compreendi que a partir da recitação sincera do daimoku conseguiria protegê-lo e direcionar a vida dele para a felicidade também.

O presidente Ikeda salienta as palavras do buda Nichiren Daishonin ao afirmar que “Não há felicidade maior do que recitar Nam-myoho-renge-kyo” (CEND, v. I, p. 713). Assim, segui com o coração tranquilo, certa de que esse é o caminho para ser feliz.

Reprodução/Foto-RN176  Com a mãe, Carmen

Um dia, retomando nosso contato, ele procurou uma tia em uma condição muito melhor, pois estava cuidando da saúde, voltou a trabalhar e se casou novamente. Comprovei o poder do daimoku, conquistando a confiança dos meus pais e criando uma relação harmoniosa em família. Mas o principal foi que rompi meus limites na busca dos meus sonhos e da revolução humana.

O segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, diz que as moças da Soka Gakkai devem, sem exceção, ser felizes. E hoje, em meio a uma trajetória de muitas vitórias, afirmo: “Sim, sou muito feliz!”.

Mariana Chagas da Silva, 30 anos. Empresária. Resp. pela DE da RM Bandeirante-SP, CNOP, CGESP.