ROTANEWS176 E POR 23/12/2022 20h22 Por Jeff Benicio
Extinção do balé que acompanhava o apresentador havia décadas marca nova temporada do programa na Band
Sem exagero, é o fim de uma era. A demissão de todas as bailarinas do ‘Faustão na Band’, muitas delas oriundas do ‘Domingão do Faustão’, na Globo, já era esperada.
Trata-se de novo corte no orçamento. A atração que mais fatura no canal da família Saad passa por uma reestruturação para gerar lucro maior na nova temporada de edições inéditas, a partir de março.
A dispensa das profissionais de dança acontece na esteira da saída de produtores e da redução da verba diária para colocar o programa no ar. A realidade econômica impõe sacrifícios a todas as TVs.
Nas redes sociais, várias bailarinas agora desempregadas lamentaram a demissão às vésperas do Natal.
“Nós do balé e toda equipe nos esforçamos muito todos os dias pra entregar o melhor programa pra vocês”, escreveu Hadassa Baptista.
“Toda gargalhada dada naquele palco vai ficar pra sempre em mim. Foi lindo! Obrigada.”
As bailarinas do Faustão nunca ganharam muito. Atualmente, cerca de R$ 3.500 por mês. Pouco para quem mora em São Paulo e tem custos com moradia, transporte e alimentação.
No caso delas, acrescentam-se as despesas com academia, salão de beleza e tratamentos estéticos para manter o visual impecável exigido de quem trabalha na mídia.
Várias usavam a visibilidade ao lado de Fausto Silva para fazer publicidade nas redes sociais e aumentar a chance de aprovação em testes para comerciais.
Enfrentavam jornada dupla ou tripla para conseguir a renda necessária. Uma rotina cansativa, com muitas horas dedicadas aos ensaios das coreografias.
Reprodução/Foto-RN176 Faustão com suas bailarinas: o apresentador evitou a demissão em massa até a pressão econômica falar mais alto Foto: Divulgação
Nos últimos anos, o balé recebia críticas de quem enxergava a objetificação do corpo feminino na televisão.
Os figurinos curtos e justos que ressaltavam as curvas e os volumes seriam, sob essa interpretação, explícito artifício para atrair a audiência masculina.
Isso era comum nos programas populares de antigamente, como o ‘Cassino do Chacrinha’, na Globo, onde havia até closes no púbis das chacretes vestidas de maiôs; no ‘Viva a Noite’, de Gugu, no SBT, com saias esvoaçantes revelando a calcinha das dançarinas; e no igualmente provocante ‘Clube do Bolinha’, na Band.
O gradual debate sobre o respeito ao corpo feminino gerou o fim da superexposição das mulheres diante das câmeras. O concurso ‘Garota do Fantástico’, por exemplo, com candidatas se exibindo de biquíni cavado, saiu do ar em 1995.
A maioria das competições de Miss deixou de promover o desfile de traje de banho após a contestação de feministas indignadas com a silhueta íntima sendo mostrada e avaliada na TV.
Com traje insinuante ou discreto, o corpo de baile está no DNA da televisão brasileira desde sua inauguração, em 1950. Com o tempo, perdeu relevância, passou a ser visto como brega por alguns críticos e virou alvo dessa militância.
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