ROTANEWS176 E POR BLOG SALA DE TV 23/06/2020 11h35
Conclusão é de amigos próximos que acompanharam o sofrimento em silêncio de Pedro Lima nos últimos tempos
O galã Pedro Lima se tornou a mais nova vítima famosa do chamado ‘mal do século’: a depressão. Ele lutava contra o transtorno emocional havia alguns anos. O público que o acompanhava na TV e nas redes sociais desconhecia seu inferno pessoal. Bonito, talentoso e atlético, estava sempre sorridente. Parecia feliz.
O artista morreu aos 49 anos no sábado (20). Seu corpo foi encontrado perto de uma praia, em Cascais, com perfurações no pescoço. A polícia diz que o próprio ator se feriu com a intenção de morrer. O funeral para apenas dez pessoas, por conta do protocolo sanitário imposto pela pandemia de covid-19, acontecerá nesta terça-feira (23).
Reprodução/Foto-RN176 Pedro Lima estava atormentado com a possibilidade de ver a família em dificuldade financeira Foto: Divulgação
Em 2018, Pedro Lima confessou ter passado por um período de questionamentos. “O que queria, o que era, quem era? Não tenho muita autoestima, ou não tinha por mim, e achava que nada era suficiente”, relatou à revista TV Guia. “Tive alguns momentos de angústia muito grande.”
A crise provocada pelo novo coronavírus agravou a aflição. Contratado do canal TVI, teve o salário mensal de 6 mil euros (cerca de R$ 35 mil) reduzido pela metade. De acordo com amigos, ele estava preocupado com a inevitável queda no padrão de vida da mulher e dos cinco filhos. Não suportava a ideia de não garantir o bem-estar da família.
Menos de três horas antes de ter o corpo localizado, enviou mensagens a pessoas de sua confiança. “Olhem pelos meus filhos”, “Cuidem deles por mim”, “Ajudem a minha família”, pediu. A morte de Pedro Lima chocou até o presidente de Portugal. “Era um ator de quem todos gostávamos”, lamentou Marcelo Rebelo de Sousa.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), 800 mil pessoas cometem suicídio a cada ano. Os homens representam a maioria. No Brasil, eles são 75% das pessoas que tiram a própria vida. A resistência em admitir problemas emocionais e procurar ajuda médica, devido ao machismo enraizado, explica essa incidência alarmante.