Descubra quais são os Descubra quais são os cabos submarinos que cortam o Brasil

ROTANEWS176 E POR OLHAR DIGITAL    22/02/2022 18h24                                                                                    Por Lauro Lam e editado por Karol Albuquerque                         

Se você está conectado na internet neste exato momento é porque certamente inúmeras transmissões de dados aconteceram, seja pelo ar, terra ou por cabos submarinos. Somente no Brasil, há pelo menos 15 cabos tanto com alcance nacional quanto internacional, integrando países das Américas, Europa e África. São tecnologias caras e que concentram consórcios de telecomunicações focados na transmissão rápida de dados.

Como vários servidores de sites existentes no Brasil estão localizados nos Estados Unidos, se não fossem esses cabos, dificilmente haveria uma conexão de internet viável. Os primeiros cabos submarinos foram instalados ainda no século XIX e eram direcionados para os serviços de telefonia na Europa.

No Brasil, o primeiro cabo totalmente submarino foi inaugurado em 1874 e conectava o Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Belém.

No entanto, com o desenvolvimento das tecnologias de comunicação, eles ganharam mais capacidade e agora são essenciais para o pleno funcionamento da internet.

Elaborados com fibra óptica, todos contam com isolamento especial e estão instalados no assoalho oceânico, sendo utilizados em redes internacionais de telecomunicações por meio da transmissão de dados digitais, como mensagens de texto, áudio, imagens, vídeos, ou seja, são fundamentais no pleno funcionamento da internet. Veja alguns que passam pelas profundezas do litoral brasileiro, muitos situados a 4 mil metros de profundidade.

Brazilian Festoon 

Esse cabo passa por Praia Grande, cidade do litoral paulista que abriga o Brazilian Festoon, um cabo com comprimento de 2.552 Km, com pontas localizadas no Rio de Janeiro e Natal.

Suas conexões passam ainda por várias regiões do Sudeste e Nordeste, tendo sido construído em 1996 pela Embratel. Também passa por Vitória, Salvador, Aracaju, Maceió, Recife e João Pessoa.

Junior 

Construído pelo Google, esse cabo tem uma função bem específica: oferecer interconexões com outros que chegam de países da América Latina e Estados Unidos. O Junior passa por Santos e Rio de Janeiro.

Malbec

Ligando Praia Grande, Rio de Janeiro e a cidade argentina de Las Toninas, o Malbec foi inaugurado em 2021 e tem coparticipação da GlobeNet e Meta, proprietária do Facebook.

Malbec foi um nome escolhido justamente para homenagear essa espécie de uva que traz um aroma característico para tantos vinhos argentinos.

Seabras-1 

Esse cabo conta com 10 mil quilômetros de extensão e liga Praia Grande a cidade de Township, nos Estados Unidos, localizada a 86 quilômetros de Nova York.

Sua construção foi concluída em 2017 e a gestão está sob responsabilidade da operadora Seaborn Networks e da Telecom Italia Sparkle, uma plataforma de soluções que pertence ao grupo TIM.

Monet 

Bem extenso, com mais de 10 mil quilômetros de extensão, o Monet é um cabo que liga Santos, Fortaleza e Boca Raton, município norte-americano vizinho de Miami, na Flórida.

Funcionando desde 2017, ele tem capacidade de 64 Tbps, com um objetivo bem claro: melhoria nos serviços de conexão entre a América Latina e a América do Norte.

Esse sistema tem como gestores a Algar Telecom, Angola Cables, Antel Uruguay e Google.

South America-1 

Bem complexo, esse sistema dá a volta no continente americano, passando por Brasil, Porto Rico, Colômbia, Equador, Peru, Chile, entre outros países.

Trata-se de um dos mais antigos em funcionamento, estando ativo desde 2001, com cabos que ultrapassam os 25 mil quilômetros de extensão.

Reprodução/Foto-RN176 Nessa imagem ilustrativa dá para observar a estrutura de um cabo submarino feito de fibra óptica; revestimento é bem fortalecido para evitar danos, mas muitas vezes reparos são necessários. Imagem: Shutterstock

South American Crossing

Tem mais de 20 mil quilômetros de extensão e está sob responsabilidade da multinacional Lumen e da Telecom Italia Sparkle.

Tannat 

Santos, Maldonado (Uruguai) e Las Toninas são as cidades por onde esse cabo passa, com 2 mil quilômetros de extensão.

America Movil Submarine Cable System-1 

Passando por Salvador, Fortaleza e vários países estratégicos da América Central e Estados Unidos, esse cabo tem mais de 17 mil quilômetros de extensão e teve um investimento orçado em cerca de R$ 2,6 bilhões, com funcionamento iniciado em 2014.

BRUSA 

O nome é sugestivo pelo fato de unir Brasil e Estados Unidos, ligando o Rio de Janeiro a Virginia Beach em uma extensão de mais de 18 mil quilômetros.

Esse sistema passa ainda por Fortaleza e San Juan, com capacidade de 160 Tbps, a maior para interconexão das Américas.

GlobeNet 

Lançado em 2001, cobre regiões das Américas do Sul, Central e do Norte, contando com mais de 23 mil quilômetros de extensão.

Americas-II 

Operando desde 2000, tem sob sua gestão diversas empresas, tais como Embratel, AT&T, Telecom Italia Sparkle, entre outras.

São mais de 8 mil quilômetros de extensão, ligando Fortaleza a cidades da Guiana Francesa, Trindade e Tobago e Estados Unidos.

EllaLink 

Sendo um dos mais recentes em operação, o EllaLink começou a operar em 2021 e faz conexões diretas com países europeus, com pontas em Fortaleza e Sines, localizada no sul de Portugal.

Como você pode perceber, os cabos submarinos são importantíssimos na conexão entre os países no que diz respeito à transmissão de dados e estão presentes em todos os continentes do planeta, exceto na Antártica.