ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 29/04/2021 08:19
RELATO
Sem temer os desafios, Maria trilha por um caminho de grandes conquistas, demonstrando a força e a coragem que tem
Reprodução/Foto-RN176 Maria Dalva Lira, Resp. pela DF da RM Augusto Montenegro e pelo grupo Mamorukai da Sub. Amazônia Oriental, CRE Oeste, CGRE.
Conheci o Budismo de Nichiren Daishonin em 1982, em Monte Dourado, no município de Almeirim, PA, onde morava, por intermédio de uma grande amiga. Feliz, ensinei essa filosofia para minha irmã, que na época morava comigo e minha família. Logo, ela recebeu o Gohonzon e passamos a praticar juntas. Seu primeiro benefício foi conseguir um trabalho em outra cidade, e quando ela se mudou, senti que era o momento de receber meu Gohonzon. Entretanto, meu marido se mostrou contrário à minha decisão.
Segui determinada e aproveitava todas as oportunidades para recitar daimoku. O Gohonzon seria concedido na capital, Belém, que ficava a 670 quilômetros da nossa cidade, e para viajar, eu teria de deixar os três filhos pequenos com meu marido. Diante dessa tarefa dificílima, intensifiquei minhas orações, recitando sete horas de daimoku todos os dias.
Na semana da viagem, a tensão entre nós aumentou, e ao ser questionada sobre a prática, expliquei ao meu marido que almejava que fôssemos felizes com as crianças, trazendo harmonia para a família. Ele se manteve irredutível, e eu, confiante. Mesmo faltando apenas dois dias para a viagem, continuei recitando sincero daimoku para concretizar meu desejo. Como não há oração sem resposta, ele então demonstrou interesse em me ajudar e disse que me levaria ao aeroporto. No dia seguinte, 12 de setembro de 1987, recebi o Gohonzon. Que alegria!
Passados quinze anos, nós nos mudamos para Belém para que nossos filhos pudessem se preparar para o vestibular. Em paralelo, iniciei uma nova jornada com as companheiras da Divisão Feminina (DF) do Distrito Maguari, do qual faço parte. Também ingressei no querido Mamorukai [grupo de bastidores da DF].
Foi me dedicando à DF que comprovei ainda mais os benefícios da prática budista. Em especial, em 2001, quando sofri um acidente de carro. Quatro ocupantes não sofreram nenhum arranhão, mas uma delas, infelizmente, não resistiu aos ferimentos; o veículo ficou totalmente destruído.
Reprodução/Foto-RN176 Em atividade do grupo Zenshin em sua residência
Enfrentei grande dificuldade para voltar a dirigir, devido ao trauma psicológico causado pelo acidente. Porém, como tudo começa com a oração, determinei perante o Gohonzon que atuaria intensamente em prol do kosen-rufu, onde Ikeda sensei não pudesse estar. Com essa convicção e com o apoio das companheiras venci esse impedimento. Em reconhecimento, meu marido e meus filhos me presentearam com um carro zero quilômetro, para que eu continuasse a fazer visitas e a participar das reuniões, com mais conforto e segurança.
Contínuo avanço
Segui me aprimorando e obtive muitas vitórias nessa jornada. Concretizei quinze shakubuku, entre eles, uma jovem e sua filha que moraram conosco. Atualmente, ambas são líderes na organização. Da mesma maneira, minhas duas irmãs, primos, genro e amigos, atuam cada qual em sua localidade. Meus filhos cresceram em meio às atividades da organização, cursaram faculdade e seguem felizes; dois deles casados e com família. Meu marido, meu grande companheiro, participa das reuniões da Divisão Sênior como convidado, apoia-me nas atividades da BSGI e até custeou muitas viagens que fiz pela organização.
Sempre me empenhei com toda a gratidão pelo desenvolvimento da localidade e tenho a certeza de que foi a partir de incansáveis esforços de todos que chegamos até aqui. Em 2020, não foi diferente. Iniciamos o ano com grandes objetivos, entretanto, fomos surpreendidos com a pandemia do coronavírus. Nichiren Daishonin, afirma: “Mesmo que caia uma tempestade, soprem ventos furiosos ou tentem prejudicar uma pessoa, é neste instante que ela se levanta com forte determinação”.1
Enfrentamos várias situações de doenças do corpo e da alma, algumas agravadas durante a pandemia. Muitas pessoas da RM Augusto Montenegro se contaminaram com a Covid-19, outras sofreram com a contaminação de algum amigo ou ente querido, ou com a morte deles. Contudo, continuamos firmes na certeza da vitória, com base na recitação do daimoku e no estudo do budismo. E com o “movimento 1, 2, 3”, obtivemos um aumento de 70% de participação na RM e a DF realizou 100% de visitas nos distritos. Em meio à crise que se instalou nos lares da Grande Belém e no interior do estado, nossa voz recitando Nam-myoho-renge-kyo jamais se calou, a fim de proteger, fortalecer e incentivar aqueles que estavam sofrendo.
Reprodução/Foto-RN176 Maria com os familiares no aniversário de um dos netos. As fotos foram tiradas antes da pandemia do coronavírus
Chega 2021, “Ano da Esperança e da Vitória”, e continuamos empreendendo visitas on-line de incentivos a 354 membros e convidadas da DF da RM, visando obter 100% de participação no encontro comemorativo de fundação da DF da BSGI, em junho, e de expansão da rede de solidariedade Soka como continuidade do objetivo de “não deixar ninguém para trás”. E inspiradas no lema “muito mais daimoku”, temos incentivado as integrantes da DF que perderam seus entes queridos ou que estão enfrentando com os familiares a Covid-19. Essa luta é em gratidão a Ikeda sensei e à Sra. Kaneko, por seus incentivos e orientações extraordinários, que sempre nos possibilitam superar nossos limites, e aos estimados membros da Sub. Amazônia Oriental.
Apesar da realidade que estamos vivendo, sinto que absolutamente nada do que fazemos é desperdiçado com relação à fé. Em momentos como esse, o presidente Josei Toda clamava: “Viva sempre unido à Soka Gakkai. Todos os seus problemas se transformarão em benefícios. Com a alegria que sente com a sua revolução humana, devote a própria vida a levar felicidade e paz à humanidade”.2
Maria Dalva Lira, 67 anos. Dona de casa. Resp. pela DF da RM Augusto Montenegro e pelo grupo Mamorukai da Sub. Amazônia Oriental, CRE Oeste, CGRE.
Notas:
- The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin], v. II, p. 757.
- Terceira Civilização, ed. 604, dez. 2018, p. 6.