“Determinei que seria vitoriosa”

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 16/01/2021  10:20

RELATO

Thayná deu o primeiro passo para realizar os sonhos ao vencer a falta de confiança

Reprodução/Foto-RN176  Thayná Fernandes Alves Ribeiro, Resp. pela DFJ da RM Cachambi, CCSF, CGERJ

A batalha contra nós mesmos é sempre a mais complexa, pois é preciso ser firme diante do desânimo, da preguiça, da procrastinação nos momentos de tristeza e de dúvidas com relação ao caminho que escolhemos.

Nesse sentido, em 2012, após ouvir os incentivos na atividade do Gongyo de Ano-Novo, decidi pôr minha prática do budismo à prova e me desafiar em algo que acreditava ser impossível: passar no vestibular da faculdade dos meus sonhos, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Antes, já havia tentado ingressar em colégios públicos federais, mas não fui aprovada em nenhum deles porque a preguiça de estudar era maior que tudo. Então, para o vestibular, eu me conscientizei de que não existe efeito sem causa e, por isso, deveria me dedicar aos estudos com afinco, recitar daimoku, participar das atividades e me esforçar ao máximo.

Força inspiradora

Minha família encontrou o budismo por intermédio do meu pai que, certa vez, ao caminhar pelo bairro do Méier, Rio de Janeiro, onde moramos, avistou o Centro Cultural da BSGI. Curioso, entrou no local e conheceu a organização. Meus pais e eu começamos a participar das reuniões e, em 26 de janeiro de 2006, meu aniversário de 11 anos, minha família recebeu o Gohonzon.

Apesar de frequentar as atividades e gostar do budismo, não tinha objetivos claros na prática. Até que, em 2011, entrei para o Arco-Íris [grupo de tradutoras e intérpretes da Divisão Feminina de Jovens (DFJ)] e me encantei com seu propósito e com as integrantes que me inspiravam com suas vitórias. Assim, buscava me aprimorar no estudo de idiomas para estar sempre preparada para atuar no grupo.

Foi com essa postura que me desafiei também a realizar o sonho de entrar na faculdade — fase em que surgiram grandes desafios, como quando minha avó materna fraturou o fêmur e precisei conciliar o tempo entre os estudos e as tarefas de casa para auxiliar minha mãe a cuidar dela.

Pouco tempo depois, meu pai foi demitido do trabalho. Isso foi um incentivo para que eu me dedicasse ainda mais aos estudos, pois agora realmente não teria condições de custear um curso superior. Então, no primeiro semestre de 2013, iniciava o curso de defesa e gestão estratégica internacional na UFRJ.

Grandiosa oportunidade

Levei a graduação muito a sério, participando de grupos de pesquisa e realizando estágios. Em paralelo, assumi a liderança do polo da DUni no Fundão [da Divisão dos Universitários] e da DUni na minha RM. Além disso, ensinei o budismo para muitas pessoas que iniciaram a prática.

No fim de 2016, já estava escrevendo o trabalho de conclusão de curso com total apoio do meu orientador. Em março do ano seguinte, apresentei o trabalho sendo aprovada com nota máxima. Na organização, assumi a liderança do grupo Arco-Íris da Coordenadoria Centro Sul-Fluminense, um desafio maravilhoso!

Em julho de 2017, eu me formei na faculdade. Com o objetivo de trabalhar em resolução pacífica de controvérsias e políticas públicas, procurei me especializar nessa área e decidi cursar pós-graduação. Não foi um processo fácil porque havia apenas um programa para eu me candidatar.

Contudo, determinei que seria vitoriosa. Fiz a inscrição com a convicção de que seria aprovada com direito à bolsa de estudos.

Orava, estudava e me esforçava para participar das atividades budistas. E, em dezembro de 2017, fui aprovada em quarto lugar no mestrado em estudos estratégicos da Universidade Federal Fluminense (UFF), com bolsa de estudos. Estava radiante!

Tal como consta numa citação, fazer tudo o que pode é normal, fazer além das possibilidades é um desafio. Onde terminam as capacidades começa a fé. E uma forte fé vê o invisível, acredita no incrível e recebe o impossível.

Renovada disposição

O primeiro ano do mestrado foi intenso e cheio de oportunidades. Em família, enfrentamos unidos o sofrimento de lidar com o falecimento de dois entes queridos, transformando a tristeza em felicidade. Segui confiante e, em 2019, viajei para outros estados para apresentar meus trabalhos e conhecer estudiosos em minha área de formação.

Logo iniciei a escrita da dissertação e havia momentos em que me sentia sem paciência para escrever, para ler e achava que tudo o que colocava no papel ficava péssimo.

Havia mudado de localidade na organização e também tinha sido nomeada responsável-geral pelo grupo Arco-Íris do Rio de Janeiro. E, em meio a tantas mudanças, soube que participaria de um curso de aprimoramento da SGI, no Japão, como havia determinado tempos atrás — viagem que deve ser realizada assim que possível. Que surpresa! Quanta emoção! Quando nosso desejo é sincero, os objetivos são concretizados.

Motivada, retomei a escrita da dissertação, reorganizei-me e defini novos prazos. Com a pandemia do coronavírus, a pressão pela entrega do trabalho também diminuiu. Mesmo assim, mantive o compromisso de entregar tudo no devido prazo. Meu orientador elogiou bastante o que havia escrito e, em 30 de setembro de 2020, apresentei o trabalho com total sucesso. Levarei mais essa vitória a Ikeda sensei.

Com o sentimento de que nada é por acaso, não importando que soprem “os oito ventos”1 e “venha o que vier”, estou determinada a vencer, sendo cada vez mais forte, corajosa e o sol da minha família e da localidade, esforçando-me para realizar minha revolução humana e concretizar meus sonhos e do Mestre.

Nota:

  1. Cf. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin, v. II, p. 53.

Thayná Fernandes Alves Ribeiro, 25 anos. Internacionalista. Resp. pela DFJ da RM Cachambi, CCSF, CGERJ.