ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 25/08/2022 18:09 RELATO DA REDAÇÃO
Felipe rompe barreiras e fortalece seu ponto primordial
Reprodução/Foto-RN176 Felipe Flessas Becker Estudante, Responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) do Bloco Iapi, Distrito Cristóvão Colombo, RM Porto Alegre Norte, Sub. Rio Grande do Sul, CGRE. – Fotos: Arquivo pessoal
Transformar desafios em oportunidades. É assim que Felipe Flessas Becker encara a jornada de vida em sua tenra juventude. Mora com a família em Porto Alegre, sul do país. Aos 14 anos, já é líder de bloco pela Divisão Masculina de Jovens, função que assume com muita disposição. Tem sido um forte aprendizado nesses últimos anos, desde que a Covid-19 impôs incertezas no coração de todos, não excluindo os jovens. Ele compartilha com os leitores um recorte de suas experiências nesse período.
Os avós vieram da Grécia na década de 1950. Eles se conheceram aqui e tiveram quatro filhas, uma delas é Adriane Denise Flessas, 50 anos, mãe de Felipe. Adriane conheceu o Budismo Nichiren por intermédio da irmã Bárbara, que se converteu em 1996 e foi morar nos Estados Unidos em 2001. “Apesar de ter me apresentado o budismo naquela época, só voltei a praticar em 2010 quando do retorno dela ao Brasil”, relata Adriane. A conversão de mãe e filho se dá então em março de 2011, quando Felipe estava com 3 anos.
Nos anos seguintes, acontecimentos marcantes: a chegada do irmão mais novo, Bruno, hoje com 10 anos; e também o divórcio dos pais. “Nós nos mantemos sempre firmes, graças à forte união em família”, reforça Adriane, que encontrou um novo companheiro, para quem apresentou o budismo. “São muitas as comprovações nesses anos todos, e agora vemos nossos filhos transformando sua vida. É realmente a maior felicidade de todas!”
Reprodução/Foto-RN176 Felipe ao lado do irmão menor, Bruno; da mãe, Adriane; e do padrasto, Rogério – Fotos: Arquivo pessoal
Felipe nos conta sobre essa transformação. As consequências da Covid-19 vêm revestidas de conflitos internos. Tudo parecia ir bem com a perspectiva de novo colégio. “Cheio de novidades, mas a mudança me deixou bem ansioso, e a nova turma e o estilo de ensino on-line me atrapalharam um pouco.” O quadro traz de volta as crises de ansiedade que haviam sido cuidadas anteriormente. “Voltei ao tratamento com o médico, senão o sono era quase impossível.”
A situação se agrava. Primeiro, com as aulas presenciais e questões de entrosamento com novos colegas. Etapa vencida com o tempo. O segundo desafio foi maior: um primo, de pouco mais de 30 anos, falece de ataque cardíaco. “As nuvens sombrias do pesar e da tristeza cobriram o sol da minha fé e me deixaram bem pra baixo; a ansiedade voltou com força.”
Reprodução/Foto-RN176 Em momento de prática com a família – Fotos: Arquivo pessoal
Como vencer? Com o apoio da família, passou a se dedicar à recitação do Nam-myoho-renge-kyo, sua prática desde menino, mas agora como forma de sair da escuridão armazenada em seu coração. Mesmo nos encontros on-line da Divisão dos Estudantes (DE) da localidade, ele e o irmão estavam sempre presentes. “O daimoku me ajudou a superar aqueles momentos e a me recuperar daquela perda”, afirma o jovem. Nos momentos em que o desânimo e as incertezas tentam rondar seus dias, o garoto acende sua esperança com as orientações de Ikeda sensei. “Ele tem sempre as melhores frases, inspiradoras mesmo. Eu leio e me fortaleço”, reforça Felipe. O jovem destaca este incentivo do Mestre:
A ausência de problemas e sofrimentos não consiste em felicidade. Recusar-se a ser derrotado, ser capaz de suportar o que surja em nosso caminho — isso é felicidade.1
Missão herdeira
Felipe já tem 14 anos, completados neste ano, e sua disposição em estar sempre atuante nas atividades e programações lhe ascendem uma preciosa oportunidade. A ansiedade deu lugar a renovado senso de missão. Em julho último, assumiu a função de responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) de bloco. “É uma sensação incrível, pois é uma confiança que estão me oferecendo para que eu contribua para o grupo da minha localidade. Estou muito feliz.”
Reprodução/Foto-RN176 Reunião on-line da localidade – Fotos: Arquivo pessoal
Esse é um resultado que traz segurança em relação ao futuro dos filhos, segundo os pais. “O mais importante é que eles sabem da força do Nam-myoho-renge-kyo e comprovam isso na vida deles”, sintetiza Adriane, hoje responsável pela Divisão Feminina (DF) de distrito. Seu companheiro, Rogério José Monteiro de Oliveira, é líder de comunidade.
O jovem herdeiro sabe dos desafios da pouca experiência, mas tem firme no peito um ponto primordial. “Por mais que os tempos sejam difíceis, ou que tudo pareça estar no caminho, devo manter uma fé firme. É assim que tenho vencido a tudo.” E o futuro, Felipe? “Eu não sei muito bem o que está por vir, mas sei que vou melhorar a cada obstáculo e que minha família, meus amigos e o sensei sempre estarão lá para me guiar. Meu sonho é me tornar um desenhista e conceber meu imaginário no papel, trazer cor e diversidade para o mundo e transformar aqueles ao meu redor com minha arte.”
Felipe Flessas Becker, 14 anos. Estudante. Responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) do Bloco Iapi, Distrito Cristóvão Colombo, RM Porto Alegre Norte, Sub. Rio Grande do Sul, CGRE.
Nota:
- Brasil Seikyo, ed. 2.281, 27 jun. 2015, p. B2.
Fotos: Arquivo pessoal