Tenente-coronel da reserva Moisés Fuchs e o capitão Alex da Rocha foram condenados por inserção de declaração falsa
ROTANEWS176 E 03/06/2015 17:14:02
Incêndio
Rio Grande do Sul – A Justiça Militar condenou, nesta quarta-feira, o tenente-coronel da reserva Moisés Fuchs e o capitão Alex da Rocha por inserção de declaração falsa (assinatura e emissão do segundo alvará) no caso do incêndio da boate Kiss, que deixou 242 mortos em janeiro de 2013, em Santa Maria (RS). Depois de dois dias de julgamento, eles foram condenados a um ano de prisão cada, mas podem recorrer da pena. Outros seis bombeiros foram absolvidos.
Reprodução/Foto-RN176 Fachada da boate Kiss após o incêndio que deixou 242 pessoas mortas e mais de 600 feridas no RS Foto: Reprodução Internet
Moisés Fuchs ainda foi condenado por prevaricação (quando um funcionário público comete crime na função), mas a pena foi suspensa e ele terá que cumprir medidas ainda não especificadas. Outro tenente-coronel da reserva, Daniel da Silva Adriano, que comandava a Seção de Prevenção a Incêndio (SPI), foi absolvido por falsidade ideológica.
Os outros bombeiros, que eram responsáveis por vistorias de estabelecimentos comerciais, e foram absolvidos pelos juízes por inobservância da lei, regulamento ou instrução são Gilson Martins Dias, Marcos Vinícius Lopes Bastide, Renan Severo Berleze, Sérgio Roberto Oliveira de Andrades e Vagner Guimarães Coelho.
O caso da Boate Kiss tem um processo na Justiça Militar e outro na Justiça Comum contra oito réus. Destes, quatro respondem por homicídio doloso e tentativa de homicídio: os sócios da boate, Elissandro Sphor, o Kiko, e Mauro Hoffmann; e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira: Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão. Os demais respondem por falso testemunho e fraude processual.
A tragédia
O incêndio na boate ocorreu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013, causando a morte de 242 pessoas e deixando mais de 600 feridas. O fogo começou durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, quando um dos músicos acendeu um artefato pirotécnico no palco. A espuma usada para abafar o som do ambiente era imprópria para uso interno e produziu substâncias tóxicas, como cianeto, o que causou a maioria das mortes. A boate funcionava com documentação irregular e estava superlotada.