Doria diz considerar manifestação pró-Bolsonaro inútil e inadequada

COMPORTAMENTO

ROTANEWS176 E POR JORNAL DO BRASIL 25/05/2019 15h32

 “O povo já foi à rua, já manifestou as suas posições”

GRAMADO, RS (FOLHAPRESS) – O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que é contra as manifestações convocadas para este domingo (26) por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Na opinião de Doria, as manifestações são inoportunas e desnecessárias nesse momento, uma vez que o Brasil acabou de realizar eleições. “O povo já foi à rua, já manifestou as suas posições. Consideramos como algo inútil, inadequado, e estabelecendo o potencial de confronto que não é o momento”, disse.

Os atos carregam um conteúdo de protesto contra parlamentares do chamado centrão (grupo informal com cerca de 200 deputados de partidos como PP, DEM, PRB, MDB e Solidariedade) e também contra ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

Reprodução/Foto-RN176 O governador de São Paulo, João Doria, fala à imprensa no Palácio do Planalto. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

A declaração do governador paulista foi feita em entrevista à imprensa neste sábado (25) durante o encontro do Cosud (Consórcio de Integração Sul e Sudeste), fórum que reúne governadores do Sul e do Sudeste.

Ele afirmou que o Brasil precisa de paz e equilíbrio para que possa existir um bom entendimento entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. “Com paz, ter o foco na reforma da Previdência, que é fundamental para o país, e, na sequência, nas demais reformas”, disse Doria.

Anfitrião do encontro, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), também considerou as manifestações como inoportunas e que eventos do tipo devem ter sua legitimidade respeitada quando ocorrem de forma espontânea, convocados pela população.

“Estimular oficialmente não é adequado. O Brasil passou pelo processo eleitoral, há uma definição, buscamos a convergência de uma agenda que ajude o país a recuperar estabilidade, estimule investidores e, consequentemente, a melhoria da qualidade de vida da população”, disse o gaúcho.

Durante a semana, o presidente nacional do PSL, partido de Bolsonaro, também disse não ver sentido no protesto. Segundo Luciano Bivar, a legenda não apoiará o ato institucionalmente, mas a bancada está liberada para participar.

Com movimentos de direita rachados, grupos que organizam as manifestações passaram a adaptar o discurso para excluir motes radicais e tentar ampliar a adesão de apoiadores do governo.

As convocações falam em demonstrar apoio à reforma da Previdência e ao pacote anticrime do ministro Sergio Moro, pedir a continuidade da Operação Lava Jato e defender a obrigação do voto nominal como estratégia para constranger parlamentares em projetos polêmicos.

(LUÍS EDUARDO GOMES)