ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 13/11/2021 09:42
REDAÇÃO/CIDADANIA GOBRAL
Foco e disposição são as ferramentas de Mariana Moreira para vencer nos Estados Unidos
Reprodução/Foto-RN176 Mariana Moreira
Mariana se formou em arquitetura em 2016 e passou o ano seguinte em busca de oportunidades profissionais. Considerando o contexto da época em que o Brasil enfrentava uma crise imobiliária e o emprego fixo não surgia, começou a trabalhar de forma autônoma. Essa dificuldade foi somente o empurrão que ela precisava para resgatar um antigo desejo: estudar fora do país, mais especificamente aprimorar-se no inglês. “Acalento esse sonho desde os 8 anos, quando fazia parte do Coral Amigos do Mundo (antigo nome do Coral Esperança do Mundo [CEM]). Tive a oportunidade de me apresentar para o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, em 1993, e foi uma ocasião em que se falava muito que deveríamos nos tornar ‘cidadãos do mundo’. Eu não sabia o que era, mas eu queria ser”, revela Mariana. Ela ingressou no coral aos 6 anos e, aos 8, já buscava compreender sua missão enquanto membro do grupo. Depois do CEM, Mariana atuou por vinte anos na banda Asas da Paz Kotekitai e, após se formar, ingressou no grupo Cerejeira (ambos da Divisão Feminina de Jovens [DFJ] da BSGI, sendo o último dedicado à atuação nos bastidores de atividades).
A chance de realizar aquele sonho de infância surgiu em 2018, por meio do convite de uma prima que mora em Nova York. A família para a qual ela trabalhava precisava de ajuda. Era uma oportunidade na qual Mariana teria tempo livre para estudar e concretizar seu antigo objetivo. Ela nos conta: “Pensei: ‘Acabei de me formar e não estou trabalhando na área. Se eu não for agora, creio que não irei mais!’. Aquela era a minha oportunidade, apesar de não falar nenhuma palavra em inglês”.
Realização de um sonho
Quando chegou aos Estados Unidos, ainda como membro da DFJ, Mariana participava das atividades da Soka Gakkai num local muito próximo de onde residia. Ela passava grande parte do tempo no Centro Cultural de Nova York, onde estudava e orava bastante daimoku, a recitação do Nam-myoho-renge-kyo. Nesse período, a SGI-Estados Unidos estava em fase de preparativos para o Festival dos 50 mil Jovens e ao saberem que Mariana foi membro do Asas no Brasil, as jovens norte-americanas a convidaram para se apresentar com a Fife and Drum Corps, a Kotekitai americana.
“Eu ainda não falava inglês, mesmo assim me sentia muito bem nas atividades. Nos ensaios da banda, apenas seguia os comandos com o coração e tudo dava certo, mas sabia que precisava superar minha vergonha de falar inglês e ponderava: ‘Se eu quiser concretizar shakubuku, preciso superar essa barreira’. Aos poucos, venci o medo de falar e, como reflexo dessa vitória, duas pessoas receberam o Gohonzon, objeto de devoção dos membros da Soka Gakkai, com o meu apoio. Nesse momento, percebi que cumpria o juramento de me tornar uma cidadã do mundo, através do shakubuku. Até que chegou o festival e nos apresentamos. Foi uma experiência maravilhosa”, relata Mariana.
Reprodução/Foto-RN176 com os companheiros americanos ao concretizar shakubuku; nos Estados Unidos
Nos Estados Unidos, Mariana se dedicou aos estudos e viu seu sonho se solidificar. “Conforme fui estudando e me aprofundando no idioma, pensei: ‘Preciso ser mais ousada, se consegui me tornar fluente em inglês, por que não partir para o próximo sonho e estudar algo na minha área de formação?’ Ainda não era o momento de retornar para o Brasil”, revela Mariana. Ela fez todos os testes necessários para comprovar o domínio do inglês. Como sempre teve boas notas na faculdade, seu diploma brasileiro foi validado como de uma universidade americana. Além disso, economizou ao máximo com o objetivo de ingressar num programa de mestrado lá mesmo. Por meio do esforço, surge o benefício; e com ela não foi diferente.
Após três anos se preparando, em 2020, Mariana foi aceita na City University of New York [Universidade da Cidade de Nova York], atualmente trabalhando no projeto final do seu mestrado. Ela se diz bastante satisfeita com os resultados: “Estou muito feliz em realizar esse sonho. Estudo arquitetura sustentável. É um tema que me chamou a atenção durante a faculdade e que me possibilita aplicar meus conhecimentos profissionais em benefício das pessoas, do meio ambiente e do mundo. Meu sonho é, depois de concluir o mestrado, ingressar numa empresa daqui, mas que preste consultoria no Brasil”.
O objetivo por trás do mestrado, confessa Mariana, é aplicar o aprendizado no seu país. “Hoje vejo que Nova York é minha casa. Aqui, aprendi o verdadeiro significado de levantar-se só e estou construindo a vida que sempre quis. Ainda não tenho planos para voltar a morar no Brasil. Vivo um objetivo de cada vez. Meu foco é concluir o mestrado e quero muito poder trabalhar na área na cidade e adquirir experiência profissional”, conta Mariana.
Grandes mudanças
Reprodução/Foto-RN176 com a família, em São Paulo. Todas as fotos foram tiradas antes da pandemia do novo coronavírus
Em 2020, Mariana ingressou na Divisão Feminina (DF): “Comecei a sentir o poder do daimoku da DF”. E em 2021, mais novidades. Mudou-se para seu primeiro apartamento, em Roosevelt Island, um distrito de Manhattan onde almejava morar desde o início e, consequentemente, transferiu-se de organização, na qual foi muito bem recebida. Ela relata que mudou também a relação com o Mestre. “Em muitos momentos, quando eu me vi sozinha, comecei a sentir Ikeda sensei muito mais perto. As orientações me tocavam de forma diferente e, mesmo quando não entendia o inglês, eu me emocionava só de ouvir sua voz nas atividades de Encontro com o Mestre. Quando saí do Brasil, escrevi uma carta para ele. Pouco depois da minha chegada aqui, recebi uma resposta que dizia: “Tenha excelente disposição”. Fiz muito daimoku para entender o conteúdo da carta e a transformei em uma diretriz diária. O que sensei escreveu é tudo o que preciso manifestar no dia a dia: disposição. Quando nos dedicamos a concretizar nossos sonhos, novos começam a surgir, e com eles novos desafios e responsabilidades, mas, onde eu estiver, estou disposta a sempre fortalecer a minha vida com os ensinamentos do budismo e ainda com mais daimoku”.