ROTANEWS176 E POR SAÚDEEMDIA 08/08/2022 11:46
Fumantes ativos e passivos estão expostos a 4 mil substâncias, algumas tóxicas e cancerígenas. Médica alerta sobre os riscos do tabagismo
Reprodução/Foto-RN176 Especialista alerta para danos físicos e sociais do tabagismo – Shutterstock
O tabagismo é considerado a principal causa de mortes evitáveis no mundo, sendo responsável por mais de 8 milhões de óbitos todos os anos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O cigarro é um dos principais fatores de risco para o surgimento de diversas doenças crônicas.
Conforme a Dra. Luciana Defendi Navarrete, médica de Saúde da Família responsável pelo Grupo de Tabagismo da UBS Jardim São Bento, gerenciada pelo CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, o vício, que na maioria das vezes é incentivado por influência de amigos, está relacionado ao desenvolvimento de aproximadamente 50 patologias.
“Fumar diminui consideravelmente a expectativa de vida de uma pessoa, uma vez que o cigarro possui substâncias que reduzem a quantidade de captação de oxigênio no organismo”, alerta. A especialista explica ainda que o tabaco aumenta os riscos de infarto e doenças cardiovasculares, pois propicia a formação de ateromas, placas compostas por lipídeos e tecido fibroso nas artérias.
Além disso, o cigarro também é uma importante influência para o surgimento da maioria dos cânceres e doenças pulmonares, como a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e o enfisema pulmonar. A médica cita ainda a halitose, ou mau hálito, que pode ser agravada pelo hábito de fumar, causando situações desconfortáveis e constrangedoras.
Danos sociais do tabagismo
A Dra. Luciana destaca que o tabagismo não é um vício que afeta apenas os fumantes diretos, já que pessoas não-fumantes que convivem com o hábito também podem sofrer com o problema. São os chamados fumantes passivos.
Mesmo de forma passiva, o cigarro pode aumentar a irritabilidade do nariz, ampliando as chances de inflamações e piorando os sintomas clínicos de doenças como asma, alergias respiratórias, rinites e sinusites.
“O fumante passivo está exposto aos componentes tóxicos e cancerígenos presentes na fumaça ambiental do tabaco, que contém praticamente a mesma composição da fumaça tragada pelo fumante. São cerca de 4 mil compostos, dos quais mais de 200 são tóxicos e cerca de 40 são cancerígenos”, ressalta a médica.
Como parar de fumar?
Pessoas que têm o desejo de abandonar o cigarro podem encontrar apoio especializado e gratuito. Trata-se do Programa Nacional de Cessação ao Tabaco, instituído pelo Ministério da Saúde em 2013. O programa foi inserido na Atenção Básica, tornando as UBS responsáveis por orientar os pacientes tabagistas.
“O primeiro e mais importante passo é ter o desejo e já estar planejando parar. Depois, é importante que o fumante agende uma consulta com o médico da família de sua região, para realizar os exames prévios que avaliarão se ele está apto a participar do grupo”, afirma Dra. Luciana.
No programa, o participante recebe orientações sobre os malefícios do cigarro e apoio psicológico e comportamental, com vivências e exercícios físicos que ajudarão na luta contra a abstinência. “O importante do grupo é que o ex-fumante não estará lutando sozinho”, destaca.
Conforme a especialista, grande parte das doenças se inicia por uma má vivência e costumes herdados da comunidade e da família. “Precisamos aprender a ter qualidade de vida, buscando em primeiro lugar os sete remédios naturais: exercício físico, alimentação saudável, exposição ao sol, água em quantidade adequada, 8 horas de sono de qualidade, temperança e espiritualidade”, finaliza a médica.