Espelho, espelho meu

ROTANEWS176 07/12/2024 08:40                                                                                                                              JUVENTUDE SOKA DIRETO DA REDAÇÃO DO JBS

 

Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da matéria

E aí, juventude Soka!

Bem, diferentemente da história da Branca de Neve, na qual a madrasta fixa-se diante do espelho e faz a pergunta clássica “Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu?” e de todo o contexto após a resposta dada pelo espelho, a pergunta hoje é “Você sabe se as pessoas gostam de você?”. Ou ainda, “Você conhece o poder transformador capaz de mudar a sua vida?

A prática do Budismo Nichiren nos possibilita limpar nosso espelho, pois aprendemos sobre o respeito pela dignidade da vida. Ao orarmos daimoku, fortalecemos nosso coração e nossa mente com seu infinito potencial. Assim, a sabedoria e a boa sorte despertam em nós e começamos a enxergar as situações com nitidez, como se olhássemos um espelho límpido. Esse espelho é a nossa vida. Entretanto, compartilhamos o termo liking gap, em inglês. Você já ouviu falar?

Em síntese, liking gap é uma “lacuna de gostos” que mostra a diferença entre quanto você acredita que as pessoas gostam de você [pensamento pessimista] e quanto realmente elas gostam de você [em propor­ção maior].

No estudo publicado pela revista Psychological Science,1 os cientistas descobriram que a maioria das pessoas subestima o quanto as outras pessoas gostam delas ou de sua companhia. Em resumo, esse estudo comprova a importância de aceitarmos elogios e novos desafios, como Ikeda sensei compartilha no seguinte pensamento:

Nichiren Daishonin escreveu sobre como as pessoas reagem ao elogio: “Quanto mais o ouro for exposto às chamas, mais brilhante ele se tornará; quanto mais uma espada for afiada, mais cortante ela se tornará”.2

Bom caráter como ouro inerente à vida dos jovens e o talento comparado à espada aumentarão seu brilho quando enaltecidos. Portanto, vamos incentivar os jovens estudantes sem arrogância, sem ar de superioridade. Vamos respeitar a individualidade e juntos nos dediquemos aos estudos como companheiros de infinito passado do “tempo sem início” (kuon ganjo).3

O ano 2024 está quase finalizando, mas ainda não acabou. Passamos por diversas questões, todavia, ao dialogarmos com as pessoas que confiamos, manifestamos sabedoria, coragem e, acima de tudo, decisão para ultrapassar as dificuldades. Portanto, mesmo em meio às dificuldades, tenha a certeza de que você possui um potencial ilimitado e não adianta ficar “de bico” ou cabisbaixo pelos cantos. Agora é o momento!

Brasil Seikyo, a partir desta edição, apresenta, na editoria Juventude Soka, curtos depoimentos de jovens que aplicam na sociedade o que aprendem na organização e com Ikeda sensei. Confira duas histórias incríveis e sinta-se inspirado.

E então, você tem coragem de perguntar ao espelho “Diga-me quem é a pessoa mais especial?” Apostamos que você sabe a resposta certa.

Notas:

  1. Estudo publicado na revista Psychological Science. Disponível em inglês: https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/0956797618783714. Acesso em: 18 nov. 2024.
  2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 704, 2020.
  3. Brasil Seikyo, ed. 2.344, 22 out. 2016, p. A2.

Saiba mais

O que significa kuon ganjo?

De forma literal, “tempo sem início”. Separadamente, os termos nos ajudam a compreender ainda mais o sentido dessa expressão, sendo kuon, “remoto passado”, tão antigo que não se pode lembrar quando foi que surgiu; e ganjo, “começo, início ou fundação”. O buda Nichiren Daishonin cita “tempo sem início” como referência ao inestimável tempo inicial e à eternidade da Lei Mística, a exemplo do escrito O Princípio Místico da Verdadeira Causa, datado de 1282.

Para mais informações, consulte a seção Conheça o Budismo, do Brasil Seikyo, ed. 2.531, 12 set. 2020, p. 14-15, ou acesse clicando aqui

Juventude Soka em ação

Reprodução/Foto-RN176 Milena Jaconis, bióloga marinha e pesquisadora. Atua como responsável pela DFJ de regional

Desde que eu fazia parte da Divisão dos Estudantes, acompanhava minha avó materna, Celina Shimanoe, na Ação Educativa Soka, que promovia oficinas de sustentabilidade em escolas. Em uma reunião, lembro que fiquei muito feliz ao descobrir que todos os seres vivos possuem o estado de buda. Durante a adolescência, cultivei um grande senso de missão em relação à proteção do meio ambiente e à sua biodiversidade por meio dos incentivos de Ikeda sensei.

Na graduação em ciências biológicas, enxerguei uma grande oportunidade para atuar com os ideais da organização como profissional. Ingressei no mestrado em biociências com ênfase na caracterização da diversidade biológica e agora estou no segundo ano do doutorado em zoologia. As Propostas de Paz e os direcionamentos do presidente Ikeda para a realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), lançados pela Organização das Nações Unidas (ONU), são a base dos meus esforços na sociedade. No trabalho, desenvolvo pesquisas em ecologia pesqueira e conservação de recursos marinhos pelo monitoramento ecológico e biológico de uma das espécies de camarão mais exploradas economicamente no sudeste do Brasil.

Atualmente, vivemos um cenário de sobrepesca, em que as espécies marinhas são exploradas de forma desenfreada em detrimento do meio ambiente, causando o desequilíbrio dessas populações. A pesca é fundamen­tal para a alimentação das pessoas e para os pescadores locais que dependem dela como meio de subsistência, os quais muitas vezes vivem em vulnerabilidade social. Tenho contato frequente com pescadores artesanais que me ensinam com seu conhecimento tradicional. Busco compreender os desafios que enfrentam e identificar como minha pesquisa pode contribuir para que vivam dignamente e para juntos bradarmos “Proteger para pescar sempre! Por uma pesca sustentável!”.

Reprodução/Foto-RN176 Milena em seu campo de atuação

Meu trabalho gera dados científicos para embasar a implementação de planos de gestão sustentável desses recursos, que impactam diretamente a vida das pessoas, conforme o ODS 14 — Vida na Água, possibilitando que as espécies mantenham e reproduzam populações estáveis em longo prazo, preservando o equilíbrio das comunidades marinhas.

Quando embarco no navio, observando a vastidão do mar, recordo-me do meu mestre e dos seus esforços para evidenciar nossa capacidade humana de transformação. Continuarei me dedicando com o objetivo de levar conhecimento para que as pessoas possam desenvolver uma nova consciência coletiva em suas ações diárias.

Em 2030, ocorrerá a conclusão da Década do Ocea­no, estabelecida pelas Nações Unidas, junto com o centenário da Soka Gakkai, e minha missão é me empenhar ao máximo nesses dois âmbitos, agindo localmente e pensando globalmente.

Reprodução/Foto-RN176 Vinícius Faustino, conhecido também como DJ Faul. Atua como responsável pela DMJ de comunidade

Faço parte da cultura hip-hop há dez anos. Atuo como DJ e, por meio da música, levo felicidade e esperança para as pessoas. Nesse meio-tempo, trabalhei com grandes artistas que admiro, como Racionais MC’s e Emicida. Já toquei em grandes festivais pelo Brasil e até em eventos de marcas internacionais.

Há uma orientação do nosso mestre, Daisaku Ikeda, que diz “Uma vez que surgimos como bodisatvas da terra, temos uma missão a cumprir neste mundo”.1

Já no livro Romper Barreiras, há o seguinte trecho: “O mais importante é o propósito. E o propósito na realidade é compartir suas descobertas com o público — ter a coragem de mostrá-las, apresentá-las de modo autêntico e direto”.2

Na organização, realizamos um workshop de profissões. Durante esse evento, tive a chance de apresentar para os membros o que eu faço. Fico muito feliz de ter plantado a semente no coração dos nossos estudantes.

Reprodução/Foto-RN176 Vinícius em suas apresentações

Em maio, na Convenção da Juventude Soka, tive a grandiosa oportunidade de renovar meu juramento com Ikeda sensei e desafiei minha condição de vida. Quando recebi um convite para fazer parte da convenção, iniciamos uma luta para tocar o coração das pessoas por meio da música.

Conciliando com os demais compromissos, criei uma rotina de produção e de reuniões com os líderes da Juventude Soka. Ao chegar ao Ginásio do Ibirapuera [em São Paulo, SP], pude ver o brilho no olho de cada pessoa que se desafiou e conseguiu fazer parte daquele momento histórico. Deu tudo certo! Toda a correria valeu a pena! Vitória!

Notas:

  1. Trecho da Canção da Revolução Humana. Consulte Terceira Civilização, ed. 541, set. 2013, p. 4.
  2. IKEDA, Daisaku; HANCOCK, Herbie; SHORTER, Wayne. Capítulo 1. Romper Barreiras: Um Diálogo sobre Música, Budismo e Felicidade. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023.

FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO