ROTANEWS176 09/03/2024 08:05 MATÉRIA DA DIVISÃO SÊNIOR Por Divisão Sênior da BSGI
Reprodução/Foto-RN176 Logotipo do Grupo Alvorada da BSGI
Nos meses anteriores, estudamos como a firme determinação pode transformar as circunstâncias e sobre o princípio da “unicidade da vida e seu ambiente” (esho-funi). A oração, aliada a essa determinação, cria uma condição de jamais retroceder e nos desencorajar. Essa decisão é fortalecida se estiver conectada aos ideais do kosen-rufu e do Mestre Daisaku Ikeda.
A filosofia budista é extremamente abrangente, ela explora inúmeros aspectos do nosso cotidiano. Um deles explica que, mais importante que os atos de uma pessoa, é fundamental o espírito com que ela os realiza. Uma ferramenta determinante para mudar a realidade (o ambiente) é a determinação de doar. O ato de doar contribui para melhorar a sociedade, as instituições e as pessoas. O ser humano, ao fazer uma doação, sempre experimenta uma sensação de alegria e a compartilha com o outro. Você já deve ter sentido essa sensação, não é?
No dicionário1 consta: “Doação — ação de doar, de oferecer alguma coisa a alguém”. Na Soka Gakkai Internacional (SGI), o “espírito de doação” é encontrado não apenas abordando doações materiais, mais todos os tipos de oferecimentos em prol do desenvolvimento do movimento pelo kosen-rufu, da organização e dos membros. Por exemplo, em relação à prática do gongyo e do daimoku diários, efetuamos, muitas vezes sem ter consciência, várias espécies de doação como o oferecimento de incenso, velas, água, frutas, ramos verdes e outros.
Doações no budismo
Nichiren Daishonin deixou registrado em suas escrituras que o budismo expõe a doação como meio para a transformação da vida de diversos discípulos, os quais gentilmente lhe ofereceram alimentos e roupas para que ele pudesse sobreviver.
Na carta O Rico Sudatta, Daishonin diz:
A maneira para se tornar um buda facilmente não tem nada de especial. É como dar água a alguém sedento em época de seca, ou como acender fogo para uma pessoa que está morrendo de frio; também é como dar algo único a outra pessoa, ou fazer uma doação ainda que ao custo da própria vida. (…) Na Índia, viveu um homem abastado, conhecido como “o rico Sudatta”. Caiu na pobreza sete vezes, e recuperou a prosperidade sete vezes. Durante o último período de miséria, quando todos os demais habitantes haviam fugido ou morrido, e somente ele e a esposa haviam permanecido, perceberam que não possuíam mais que cinco medidas de arroz, o que os sustentaria por cinco dias. Nesse momento, chegaram cinco mendicantes, um após o outro — Mahakashyapa, Shariputra, Ananda, Rahula e o buda Shakyamuni, que imploraram pelas cinco medidas de arroz, as quais Sudatta acabou lhes concedendo. A partir desse dia, Sudatta se tornou o homem mais rico de toda a Índia e construiu o monastério de Jetavana.2
Dessa forma, o ato de doar, material ou não, com base na prática da fé constitui causa fundamental para o desenvolvimento de cada indivíduo. Daishonin declarou a uma seguidora em O Oferecimento de um Manto sem Forro: “Esteja firmemente convicta de que os benefícios dessa ação se estenderão aos seus pais, aos seus avós, e muito mais ainda, a incontáveis seres vivos, sem falar de seu marido, a quem a senhora tanto ama.3
Seniors League, uma competição humanística!
Apoiar meu companheiro para a vitória? Nos tempos atuais, é um cenário que dificilmente vivenciamos no dia a dia. E isso é totalmente diferente no universo da Soka Gakkai. Elevar nossa condição de vida, a ponto de vencer as próprias circunstâncias e não descansar até que nossos companheiros vençam, é o caminho do estado de buda.
Reprodução/Foto-RN176 Vinícus Pimentel, de camisa azul clara, com os companheiros.
Mas, para não cairmos na rotina e estabelecermos um ritmo de vitória diária, são necessárias algumas atitudes. Recitar daimoku, propagar o budismo e participar das atividades da organização são alguns exemplos para nos manter com elevada condição de vida.
Com esse espírito, a Divisão Sênior (DS) idealizou a Seniors League. O objetivo desse movimento é cultivar o espírito de doação por meio da contribuição para o Departamento de Contribuintes (Kofu), incentivando os companheiros a participar dessa competição humanística, vencendo a cada etapa com o aumento de +1 participante por distrito.
O presidente Ikeda indica o ideal do presidente Makiguchi sobre competição humanitária. Na competição militar, política ou econômica, prevalece o vencedor sobre a derrota do perdedor. No conceito de competição humanitária de Makiguchi, uma pessoa vence pela vitória do outro (e não pela sua derrota), ou seja, todos vencem.4
Com relação à importância dos parâmetros numéricos, o presidente Josei Toda nos ensinou:
Seja qual for o campo de empreendimento, os números devem ser calculados. Nós, da Soka Gakkai, fazemos cálculos para acompanhar quantas vidas infinitamente preciosas estão sendo protegidas, quantas pessoas se converteram à Lei Mística e quantas concretizaram a genuína felicidade.5
Mas como vencer?
No livro Pilares de Ouro Soka, Ikeda sensei nos direciona:
..a força indomável para entrar em ação e se dedicar ao máximo com o propósito de conquistar os objetivos mais desafiadores. E qual a fonte dessa força? É empregar a insuperável estratégia do Sutra do Lótus, é recitar o Nam-myoho-renge-kyo, que é como o rugido do leão.6
Assim, companheiros da Divisão Sênior, com o coração conectado ao de Ikeda sensei, vamos, em todos os distritos do Brasil, ser vitoriosos e campeões da Seniors League!
Notas:
- Oxford Languages.
- Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 353, 2017.
- Ibidem, v. I, p. 557, 2020.
- Brasil Seikyo, ed. 1.994, 4 jul. 2009, p. B4.
- Idem, ed. 1.653, 25 maio 2002, p. A3.
- IKEDA, Daisaku. Pilares de Ouro Soka: Coletânea de Orientações para a Divisão Sênior. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022.
Reflexão sobre a matéria
Edson Tokunaga, vice-coordenador da DS da BSGI
No diálogo com o professor Lou Marinoff, o presidente Ikeda comenta:
O budismo Mahayana ensina a doação como uma das práticas do bodisatva. No entanto, existem três tipos de doação. O primeiro consiste em dar ajuda material, enquanto o segundo consiste em conceder a Lei, que é o ensinamento que conduz à iluminação. Por meio da prática da doação, os bodisatvas põem em prática o nobre voto de ajudar todos os que sofrem, além de ajudar tanto a si mesmos quanto os outros a alcançar o estado de buda. (…) Mas a terceira forma de doação é a oferta de destemor, isto é, o ato de ajudar alguém a eliminar o sentimento de pavor e alcançar a paz de espírito. É algo que dá às pessoas a coragem de enfrentar e superar, de preferência sem nenhum medo, as dificuldades na vida profissional, cotidiana ou em qualquer outra área.1
Ouvimos vários relatos de superação por conta do engajamento de muitas pessoas no movimento da Seniors League, que não consistia em apenas vencer o adversário, como acontece nas diversas competições tradicionais.
Recordo-me de uma situação, em que um integrante da DS, que já fazia parte do Departamento de Contribuintes (Kofu), deparou-se com um colega desempregado e sem nenhuma possibilidade de participar do Kofu. Sensibilizado, dispôs-se a desafiar intenso daimoku juntos até que o colega desamparado revertesse sua realidade e, vencendo seus medos, conseguisse sua participação.
Não seria mais fácil dar o valor ou mesmo fazer a contribuição em nome do amigo, oferecendo o primeiro tipo de doação? Seria, mas isso não lhe possibilitaria conceder o segundo tipo de doação e muito menos manifestar de forma sincera e espontânea o terceiro tipo, que advém do tesouro do coração. Não apenas um deles venceu, mas ambos se contagiaram, vibraram e, o mais importante, venceram suas circunstâncias para colaborar direta e indiretamente com o avanço do kosen-rufu. Além disso, criaram a causa da vitória na vida um do outro.
E ainda, eu me deparei com comentários de muitos veteranos. Eles falaram que, há quarenta anos, participaram do Festival de 1984 no Ginásio do Ibirapuera. Agora, ao saberem da Convenção Comemorativa da Juventude Soka do Brasil, em maio deste ano (2024), disseram que não ficariam de fora.
“Mas a participação será apenas dos jovens?”, indaguei-os. A resposta veio com sorrisos: “Só conseguimos nos encontrar com Ikeda sensei em 1984 graças ao apoio dos veteranos da época que estavam nos bastidores nos ajudando da melhor forma possível”.
Então, pode ser que não estejamos lá fisicamente, mas vamos nos desafiar a aumentar mais uma cota do Kofu, e assim garantir condições plenas para que a nova geração possa se sintonizar com o eterno coração da “unicidade de mestre e discípulo” de Ikeda sensei.
Bora lá, ofertar nosso destemor! Que a vitória de todos os pilares de ouro garanta o eterno juramento dos nossos preciosos sucessores da Juventude Soka!
Nota:
- MARINOFF, Lou; IKEDA, Daisaku. O Filósofo Interior.São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. p. 25-26.
Chegou o momento de comprovar
Encontramos no romance Nova Revolução Humana, vários exemplos sobre a contribuição financeira. A seguir, trechos que podemos ler no volume 4 e no volume 10.
Reprodução/Foto-RN176 Vinícus Pimentel, de camisa azul clara, com os companheiros.
Na época do primeiro presidente Tsunesaburo Makiguchi, a responsabilidade pela parte financeira foi assumida integralmente pelo então diretor-geral Josei Toda. Mesmo após a guerra, quando se iniciou a reconstrução da Soka Gakkai, foi o presidente Josei Toda quem arcou com todas as despesas empregando suas economias pessoais, não permitindo que os membros se preocupassem com isso. (…)
Ao pensar na expansão do kosen-rufu no futuro, seria inviável que ele continuasse sustentando sozinho aquela situação. Além disso, contribuir com o custeio das despesas era uma oportunidade de doação para o kosen-rufu. Diante da crescente insistência dos membros, Josei Toda sentiu que finalmente havia chegado a época para abrir as portas para essa possibilidade. (…) Os membros desse departamento sentiam-se felizes, orgulhosos e com profunda gratidão porque foram escolhidos e por ter a honra de servir ao kosen-rufu com suas contribuições.
Fonte: IKEDA, Daisaku. Triunfo.
Nova Revolução Humana. v. 4. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020.
***
Muitos integrantes da Divisão Sênior pararam de fumar e de beber como parte do empenho para o sucesso da contribuição especial, e as esposas ficaram felizes por eles desfrutarem melhores condições de saúde. (…) Todos os membros se esforçavam de alguma forma para guardar dinheiro, apesar da crise econômica. Em pouco tempo, os pequenos cofres ficaram cheios de moedas. Era o resultado da sinceridade, que não poderia ser medida pela quantia economizada. O peso dos cofres simbolizava o peso da sinceridade.
Os benefícios da doação estão claramente expostos nos escritos de Nichiren Daishonin. Se acaso esses benefícios não surgirem como provas reais em nossa vida, o budismo será um falso ensinamento. A força do Gohonzon é extraordinária. Não preciso repetir essa questão, pois os senhores são as pessoas que mais reconhecem o poder da prática da fé no Gohonzon, graças às provas reais experimentadas na vida diária. Com essa convicção, vamos agora direcionar os esforços para o sucesso das próximas atividades. De toda forma, a doação não é medida exclusivamente pelo valor, mas pela sinceridade com que nos devotamos para conseguir participar. É com esse espírito e essa determinação na prática da fé que definimos também os benefícios da nossa vida.
Fonte: IKEDA, Daisaku. Nova Rota.
Nova Revolução Humana. v. 10. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020.
DS de comprovação
Sênior que vence
Vinícius Pimentel
Vinícius Pimentel é responsável pelo Distrito Vitória, RM Belford Roxo, Sub. Grande Rio, Coordenadoria Centro-Sul Fluminense. Também atua como secretário do Grupo Alvorada de coordenadoria, e secretário da Coordenadoria Educacional da CGERJ.
Estimados amigos da Divisão Sênior, gostaria de compartilhar com todos minha incrível experiência durante o movimento do Seniors League e nossas ações para o desenvolvimento da organização e da região onde moro e atuo.
Reprodução/Foto-RN176 Em momentos de atividades na organização
Na primeira etapa do Kofu, nossa coordenadoria foi a primeira do Brasil a vencer nos 44 distritos que compõem a organização local. Nós nos juntamos e todos apoiaram cada localidade. A regra era clara: “Seu distrito venceu, agora ajuda o companheiro de outro distrito a fechar. Temos a certeza de que venceremos na etapa de março, pois já estamos lutando para trazer essa vitória por meio do movimento de visitas e de diálogos com os membros da DS.”
Após essa vitória, enfrentamos uma grande adversidade em janeiro com as fortes chuvas no Rio de Janeiro, que afetaram especialmente a cidade de Belford Roxo, onde vários membros foram atingidos pelas enchentes, inclusive minha família.
Minha esposa e eu, além da intensa recitação do daimoku, entramos em contato com os membros. Recebemos uma ligação do nosso líder, o qual disse: “Precisamos agir. Nossa sede regional será ponto de apoio para os membros e moradores da região”. Assim iniciamos o movimento de apoio aos membros que também se ampliou para os moradores. Ao chegar a casa, o sentimento que dominava era de gratidão e de missão cumprida. Andando pelo bairro, sentíamos vontade de chorar, pois as ruas pareciam cenas de um filme de guerra. Tudo estava destruído e várias pessoas nas ruas esperavam a ação do poder público, que não dava conta. Fizemos uma grande reflexão e percebemos que 70% dos membros afetados pelas fortes chuvas não eram ativos, ou seja, nossa ação foi a oportunidade de aproximação, demonstrando humanismo e empatia.
Na organização de base, também fomos vitoriosos no movimento dos cem jovens por distrito. Quanta alegria! Finalizando o presente relato, gostaria de citar um trecho do poema de autoria de Ikeda sensei, Brasil, Seja Monarca do Mundo! que diz: “Que sejam humanistas de braços fortes, / em luta solidária com as pessoas deserdadas, / atuem agora e vivam o presente com a certeza de que neste exato instante está se erguendo o futuro”.1
Nota:
- Brasil Seikyo, ed. 2.331, 16 jul. 2016, p. A3.
FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO