ROTANEWS176 09/10/2014 08:48
A morte é, de forma depressiva, uma consequência inevitável da vida, mas agora os cientistas acreditam ter encontrado alguma luz no final do túnel.
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O maior estudo médico já realizado sobre as experiências de ‘quase-morte’ e de ‘fora do corpo’ descobriu que alguma consciência pode existir mesmo após o cérebro ter parado completamente.
É um assunto controverso que até recentemente tem sido tratado com ceticismo generalizado.
Mas os cientistas da Universidade de Southampton despenderam quatro anos examinando mais de 2.000 casos de pessoas que sofreram paradas cardíacas, em 15 hospitais no Reino Unido, Estados Unidos e Áustria. E eles descobriram que quase 40 por cento das pessoas que sobreviveram descreveram algum tipo de ‘consciência’ durante o tempo em que estavam clinicamente mortos.
Um homem até mesmo lembra ter deixado seu corpo totalmente e assistir sua ressuscitação a partir de um canto da sala.
Apesar do fato dele estar inconsciente e ‘morto’ por três minutos, o trabalhador social com 57 anos de idade, de Southampton, relembrou as ações da equipe de enfermagem em detalhes, e descreveu os sons das máquinas.
“Sabemos que o cérebro não funciona quando o coração para de bater“, disse o Dr. Sam Parnia, um ex pesquisador da Universidade de Southampton, agora com a Universidade Estadual de Nova Iorque, o qual liderou o estudo. “Mas nestes caso, a consciência parece ter continuado por até três minutos no período que o coração não estava batendo, embora o cérebro tipicamente pare dentro de 20 a 30 segundos após o coração ter parado. O homem descreveu tudo que tinha acontecido na sala, mas de forma importante, ele escutou dois ‘bips‘ da máquina que emite um barulho em intervalos de três minutos. Assim pudemos cronometrar quanto tempo a experiência durou. Ele parecia ser sincero e tudo que ele disse ter acontecido a ele, realmente aconteceu.”
Dos 2060 pacientes estudados, 330 sobreviveram e 140 disseram ter tido uma experiência de algum tipo de consciência enquanto estavam sendo ressuscitados.
Embora muitos não puderam lembrar detalhes específicos, alguns temas emergiram. Um em cinco disseram ter tido uma sensação de paz, enquanto quase um terço disseram que o tempo havia reduzido e acelerado sua velocidade. Alguns lembram uma luz intensa; um flash dourado ou a luz do Sol. Outros relataram ter sentido medo ou afogamento, ou sendo arrastados em águas profundas. Treze por cento dos pacientes disseram ter se separado de seus corpos e o mesmo número disse que seus sentidos foram exacerbados.
O Dr. Parnia acredita que muitas mais pessoas podem ter tido experiências similares quando estiveram próximas à morte, mas os medicamentos ou sedativos usados no processo de ressuscitação podem ter bloqueado suas memórias.
“Estimativas sugerem que milhões de pessoas têm tido experiências vívidas em relação à morte, mas a evidência científica tem sido ambígua, no melhor dos casos. Muitas pessoas presumem que estas foram alucinações ou ilusões, mas elas parecem corresponder aos fatos reais. Uma proporção maior de pessoas pode ter passado por experiências vívidas de morte, mas não as lembram devido aos efeitos dos danos cerebrais ou dos sedativos sobre os circuitos de memória. Estas experiências merecem uma investigação maior.”
O Dr. David Wilde, um psicólogo pesquisador da Universidade Nottingham Trent, está atualmente compilando dados de experiências ‘fora do corpo’, numa tentativa de descobrir um padrão que estabeleça uma ligação entre os episódios. Ele espera que esta recente pesquisa encoraje novos estudos dentro deste tópico controverso.
“A maioria dos estudos parece retrospectiva, de 10 ou 20 anos atrás, mas os pesquisadores foram buscar exemplos e usaram um tamanho de amostra realmente grande, assim isto dá a este trabalho muita credibilidade. Há alguma evidência muito boa de que estas experiências estejam na verdade acontecendo após as pessoas morrerem clinicamente. Somente não sabemos o que está acontecendo. Ainda estamos no escuro sobre o que aconteceu quando você morre e esperançosamente este estudo irá ajudar a brilhar uma luz na lente científica sobre isso.”
O estudo foi publicado no periódico Resuscitation.
O Dr. Jerry Nola, Editor em Chefe do Resuscitation disse: “O Dr. Parnia e seus colegas devem ser congratulados por completarem este fascinante estudo que irá abrir a porta para uma pesquisa mais extensa sobre o que acontece quando você morre“.
FONTE: OVNI HOJE