Estudo revela que grávida medieval ‘deu à luz’ depois de ser enterrada; entenda

ROTANEWS176 E IG 27/03/2018 15:59

Pesquisadores das Universidades de Ferrara e Bolonha afirmam que o caso evidencia um “nascimento de caixão”, termo usado para quando um feto é expulso do cadáver devido ao aumento da pressão de gás dentro do corpo

Reprodução/Foto-RN176  Esqueleto de grávida foi encontrado em parque arqueológico em 2010, com restos mortais de um feto entre as pernas – Reprodução/ World Neurosurgery

Uma descoberta macabra na Itália chocou uma equipe de pesquisadores que analisava um campo arqueológico em Ímola, na Itália. De acordo com o Daily Mail , os estudiosos encontraram dois cadáveres bem conservados em 2010, sendo o de uma mulher grávida com os restos mortais de um feto entre as pernas.

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Pesquisadores das Universidades de Ferrara e Bolonha relataram que o caso de “nascimento de caixão”, termo usado para quando um feto é expulso de uma grávida morta devido ao aumento da pressão de gás dentro do corpo em decomposição, ocorreu na Idade Média, há centenas de anos.

A descoberta

Os estudiosos explicam que, no momento do enterro, tanto a mãe, que tinha entre 25 e 35 anos, quanto a criança já estavam mortas. Entretanto, o bebê foi empurrado para fora do cadáver só depois.

As análises publicadas em fevereiro na revista World Neurosurgery ainda apontam que a mulher continha uma perfuração de 5 mm na cabeça, o que para eles indica que ela passou por uma neurocirurgia conhecida como trepanação, semana antes de falecer.

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Reprodução/Foto-RN176  Cientistas dizem que mulher continha uma perfuração de 5 mm na cabeça – Reprodução/World Neurosurgery

“Esse tipo de procedimento foi muito usado para tratar doenças comuns na gravidez, como a eclampsia, série de convulsões que pode afetar as mulheres após a 20ª semana de gestação. Doenças hipertensivas também eram amenizadas e até mesmo curadas com esse método”, escreveram no estudo.

Os autores da pesquisa explanam que febre alta, cefalalgia frontal e hemorragia cerebral eram manifestações desses problemas, que provavelmente afetou a mulher medieval. Eles ainda asseguram que a perfuração estava cicatrizada, indicando que a cirurgia não foi a causadora da morte da mulher, grávida de 38 semanas.

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“Ainda há vários pontos desconhecidos sobre a causa da morte da grávida, há muitas hipóteses diferentes. Ela pode ter morrido por problemas de saúde na gestação ou devido a complicações na hora do parto. De qualquer forma, encontrar um caso de nascimento de caixão e de trepanação é extremamente raro. Esperamos que esses estudos levantem ainda mais informações acerca da história clínica da neurocirurgia na Idade Média”.