ROTANEWS176 08/02/2025 12:05 ESPECIAL DIRETO DA REDAÇÃO DO JBS
Visitas de Daisaku Ikeda ao Brasil são marcos da profunda relação que ele cristalizou com os companheiros, ultrapassando desafios e conquistando a vitória absoluta em meio à sociedade
Reprodução/Foto-RN176 No reencontro aguardado por dezoito anos, Ikeda sensei acena para o público durante o ensaio geral do Festival Cultural-Esportivo no Ginásio do Ibirapuera (São Paulo, 25 fev. 1984) . Ele era um filósofo, escritor, fotógrafo, poeta e líder budista da SGI atualmente era o Mestre e Presidente da Soka Gakkai Internacional – SGI
Fevereiro é um mês que encerra diversos significados na história do Budismo de Nichiren Daishonin e da Soka Gakkai. Entre eles, podemos destacar dois momentos que estão gravados, de forma especial, na vida dos membros da BSGI: as visitas que Ikeda sensei realizou ao Brasil em 1984 e 1993. Somadas às vindas em 1960 e 1966, elas determinaram o dinâmico avanço da organização e fortaleceram a relação de unicidade do Mestre com os discípulos brasileiros como ponto primordial da concretização do kosen-rufu mundial.
1984
Mesmo correndo risco devido à saúde fragilizada, o presidente Ikeda fez sua primeira visita ao Brasil em 1960, fundando a BSGI, organização que tem como alicerce fundamental o espírito destemido do Mestre contido no brado: “Contudo, eu irei!”.
Em 1966, a segunda visita foi concretizada em meio ao conturbado cenário político brasileiro com a instauração do regime militar em 1964. Nos eventos públicos, Ikeda sensei e comitiva foram acompanhados por agentes da polícia, e alguns jornais brasileiros chegaram a publicar artigos com informações completamente distorcidas com relação à Soka Gakkai.
Reprodução/Foto-RN176 O Mestre incentiva integrantes da BSGI do Distrito Federal em um parque da cidade de Brasília (fev. 1984). Ele era um filósofo, escritor, fotógrafo, poeta e líder budista da SGI atualmente era o Mestre e Presidente da Soka Gakkai Internacional – SGI
Uma terceira visita estava programada para 1974, mas não se concretizou, entristecendo profundamente os integrantes da BSGI. As lágrimas foram convertidas em decisão, esforço e superação, até que, em 1984, finalmente o Mestre veio ao Brasil, em um encontro emocionante e histórico com os membros.
Foram dezoito anos de espera desde a vinda anterior, mas, em 19 de fevereiro de 1984, o presidente Ikeda desembarcou no Aeroporto de Congonhas em São Paulo, em sua terceira visita ao país.
Durante os onze dias de permanência em solo brasileiro, ele viajou para Brasília, DF, onde manteve audiências, na época, com o presidente da República, com os ministros da Casa Civil, da Educação e Cultura e das Relações Exteriores, e visitou e doou livros para a Universidade de Brasília. Nos intervalos desses compromissos, encontrou-se com os membros e os incentivou calorosamente.
Reprodução/Foto-RN176 Membros da BSGI da Amazônia em foto comemorativa histórica com Ikeda sensei (São Paulo, SP, fev. 1984) – Foto Arquivo pessoal
No dia 25 de fevereiro, o presidente Ikeda apareceu inesperadamente no Ginásio de Esportes do Ibirapuera, em São Paulo. Os milhares de figurantes e integrantes da organização que estavam no ginásio ficaram surpresos e muito felizes.
Quando ele surgiu no ginásio e começou a dar a volta na pista olhando para os membros que lotavam as arquibancadas, uma forte manifestação de alegria e um turbilhão de vozes estremeceram o local. Todos aguardavam por esse grande momento.
Depois de percorrer o ginásio com os braços erguidos, ele pegou o microfone e externou seu profundo sentimento:
Até chegar este momento, quanto avanço e devoção não houve da parte dos senhores e quantos belos laços de solidariedade não se formaram entre todos! Neste momento, meu sentimento é o de abraçar cada um dos senhores, apertar a mão de cada um com minha mais profunda gratidão. A Lei Mística é a fonte inesgotável da criatividade cultural que construirá o novo século. Declaro com toda a determinação que este é o caminho absoluto para edificar um mundo de verdadeira paz e felicidade.1
Em coro, os figurantes e os espectadores cantaram com altivo orgulho Saudação a Sensei. Essa música encorajou os companheiros do Brasil nos momentos mais difíceis, incentivando-os a desafiar os próprios limites. Foi a canção que criou a forte solidariedade e o companheirismo entre os valorosos membros de todos os recantos das terras brasileiras.
Cerca de três anos após a sua terceira visita, em 21 de fevereiro de 1987, o presidente Ikeda dedicou um longo poema intitulado A Longa e Distante Correnteza do Amazonas, no qual descreveu o seu encontro com os membros brasileiros em 1984.
No Festival Cultural-Esportivo de 1984, tive a oportunidade de participar da apresentação denominada Superfantástico. Na época, eu estava com 14 anos.
Laço indestrutível
Luciana de Carvalho Monteiro, responsável pela Divisão Feminina da Sub. Oeste, CNSP
Reprodução/Foto-RN176 Luciana de Carvalho Monteiro – Foto Arquivo pessoal
Um dos momentos mais marcantes da visita foi quando soubemos que o presidente Ikeda estava no ginásio para assistir ao ensaio geral. Todos nós ficamos muito emocionados e felizes por encontrar com o Mestre em terras brasileiras. Foi meu primeiro encontro com Ikeda sensei.
O laço criado com sensei é indestrutível. Acredito que cada um de nós vive essa ligação da melhor maneira, com suas respectivas características. Minha eterna decisão é viver essa relação com o Mestre no meu dia a dia, realizando um bom trabalho, relacionando-me com as pessoas de forma construtiva e contribuindo, dentro do meu campo de possibilidades, para um mundo mais gentil, consciente e justo.
Dicas de leitura
Confira Especial sobre a terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil, publicado no Brasil Seikyo, eds. 2.652, 10 fev. 2024 ; 2.654, 9 mar. 2024 ; 2.656, 13 abr. 2024 ; e 2.658, 11 maio 2024 .
Veja também história e significado das visitas do presidente Ikeda às terras brasileiras no capítulo “Luz do Alvorecer” do romance Nova Revolução Humana, volume 11.
Assista
Ao vídeo sobre os quarenta anos da terceira visita de Ikeda sensei ao nosso país.
1993
O presidente Ikeda desembarcou no dia 9 de fevereiro de 1993 no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, onde foi recebido por diversas personalidades, entre elas o então presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Austregésilo de Athayde.
Além dos inesquecíveis encontros com os membros, o presidente Ikeda foi acolhido como sócio correspondente da ABL e homenageado com o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Reprodução/Foto-RN176 Posse do presidente Ikeda da cadeira número 14 do quadro de correspondentes da Academia Brasileira de Letras (Rio de Janeiro, RJ, 12 fev. 1993) Ele era um filósofo, escritor, fotógrafo, poeta e líder budista da SGI atualmente era o Mestre e Presidente da Soka Gakkai Internacional – SGI
Os companheiros da BSGI da localidade viveram momentos marcantes com a Convenção Comemorativa do 32o Aniversário do Movimento pelo Kosen-rufu do Rio de Janeiro e o minifestival “Carnaval da Cultura Soka”.
Na sequência, Ikeda sensei viajou para Buenos Aires (Argentina), Assunção (Paraguai) e Santiago (Chile), retornou a São Paulo e permaneceu no Centro Cultural Campestre da BSGI (CCCamp), em Itapevi, SP.
O governo paulista homenageou-o com a Medalha dos Bandeirantes, o título de “Educador Emérito da Escola Pública do Estado de São Paulo” e o de “Professor Visitante Honorário” da Universidade de São Paulo.
Reprodução/Foto-RN176 Presidente Ikeda incentiva os participantes do minifestival alusivo à primeira Convenção Sul-Americana da SGI, realizada no Centro Cultural Campestre (Itapevi, SP, fev. 1993). Ele era um filósofo, escritor, fotógrafo, poeta e líder budista da SGI atualmente era o Mestre e Presidente da Soka Gakkai Internacional – SGI
No Paraná, o presidente Ikeda foi homenageado com a “Ordem do Pinheiro” pelo governo do estado, com os títulos de doutor honoris causa pela Universidade Federal do Paraná e de Cidadão Honorário de Londrina.
No CCCamp, ele participou da Convenção Sul-Americana da SGI, da 16a Convenção da SGI e de vários outros eventos. Ao longo dos dias em que esteve em terras brasileiras, ele vivenciou o grande avanço da BSGI desde a sua primeira visita em 1960.
Durante a sua estada, o Mestre recebeu homenagens, proferiu palestras, fundou grupos e departamentos, compôs poemas e dedicatórias, atribuiu denominações a locais do CCCamp, instituiu o Dia da Divisão Feminina da BSGI (27 de fevereiro), entre outras iniciativas que marcaram o alvorecer de uma nova BSGI.
Reprodução/Foto-RN176 Ikeda sensei e sua esposa, Kaneko, cumprimentam os companheiros no Centro Cultural Campestre da BSGI (Itapevi, SP, fev. 1993). Ele era um filósofo, escritor, fotógrafo, poeta e líder budista da SGI atualmente era o Mestre e Presidente da Soka Gakkai Internacional – SGI
Mais tarde, em 22 de julho de 2001, por ocasião da cerimônia de outorga do título de cidadão honorário do município de Itapevi, realizada no Auditório Makiguchi em Tóquio, o presidente Ikeda enalteceu o grande desenvolvimento da BSGI, com amplo reconhecimento da sociedade brasileira, no longo poema Brasil, Seja Monarca do Mundo!.
Atualmente, fazendo dos incentivos e direcionamentos que Ikeda sensei dedicou em suas quatro visitas como eternas diretrizes de atuação, os membros da BSGI empenham-se, com os jovens sucessores na vanguarda, para construir uma sociedade humanística, concretizando todos os sonhos do Mestre.
A quarta visita de Ikeda sensei ao Brasil em 1993 foi um marco histórico do movimento pelo kosen-rufu mundial. Com o tema “Ano da Vitória e da Renascença Soka”, ele nos trouxe uma clara visão do budismo como um grandioso ensinamento da prática do humanismo em prol da sociedade brasileira. A Soka Gakkai estava consolidando a vitória na problemática do clero, estabelecendo-se como genuína organização a propagar os elevados ensinamentos de Nichiren Daishonin e proporcionando a prática da fé para a felicidade dos cidadãos do mundo.
Monarca do Mundo
Miguel Shiratori, presidente da BSGI
Reprodução/Foto-RN176 Miguel Shiratori, presidente da BSGI – Foto Arquivo pessoal
Aqui no Brasil, realizamos diversas atividades, internamente e na sociedade, com base nas ações de Ikeda sensei em prol da paz, cultura e educação, transmitindo sua nobre visão fundamentada no budismo sobre o futuro de paz para a humanidade. Para nós, membros da BSGI, a visita de Ikeda sensei assinalou um grande avanço em nosso movimento de propagação dos ideais humanísticos na sociedade brasileira. Após mais de três décadas, hoje temos estabelecida uma sólida organização que avança correspondendo aos ideais do Mestre, como ele denominou, de “Monarca do Mundo”!
Além de nos orgulhar por sermos membros desta maravilhosa organização, acredito que podemos celebrar este momento manifestando nossa gratidão a Ikeda sensei, conquistando nossa revolução humana e nos tornando “valores humanos” que contribuem para o desenvolvimento do kosen-rufu do Brasil.
Dicas de leitura
Veja Especial sobre os trinta anos da quarta visita de Ikeda sensei ao Brasil em 1993, publicado no Brasil Seikyo, eds. 2.627,28 jan. 2023; 2.628, 11 fev. 2023; e 2.629,25 fev. 2023.
Conheça os momentos dourados das visitas ao Brasil no capítulo “Juramento Seigan” do romance Nova Revolução Humana, volume 30-II. Para mais informações, clique aqui.
Fontes:
Os Fundamentos do Budismo Nichiren para a Nova Era do Kosen-rufu Mundial. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2016. 78 p.
Brasil Seikyo, ed. 2.627, 28 jan. 2023, p. B1.
Idem, ed. 2.628, 11 fev. 2023. p. B1.
Nota:
- IKEDA, Daisaku. Luz do Alvorecer. Nova Revolução Humana. v. 11. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2021. p. 76.
Fotos: Seikyo Press | BS | Arquivo pessoal.
FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO
