ROTANEWS176 E POR EU ATLETA 02/06/2016 08h10 Por Lia Kubelka Back Florianópolis
Nos dias frios de outono ou inverno, em que a exposição ao sol diminui, aumenta os cuidados com os níveis dela no corpo. Uma baixa pode comprometer a performance
Nos dias frios, em que a exposição ao sol passa a ser menor, aumenta a necessidade de cuidados em relação aos níveis de vitamina D no organismo. Uma baixa pode comprometer a performance. Em sua forma ativada, ela é um hormônio seco-esteroide em que a produção se inicia na pele a partir da exposição aos raios ultravioleta B. Uma quantidade muito pequena dessa vitamina é obtida através da dieta. No entanto, alguns alimentos industrializados possuem sua adição. Só que a exposição solar continua sendo a principal fonte desse nutriente.
Reprodução/Foto-RN176 Fatores como a altitude, estação do ano, poluição do ar, excesso de roupas e uso de bloqueadores solares contribuem para que a produção endógena da vitamina D seja menor. (Foto: Getty Images)
A rotina dos dias atuais onde se passa a maior parte do dia em ambientes fechados junto com a preocupação com os efeitos nocivos dos raios solares na pele tem feito com que cada vez mais pessoas estejam suscetíveis a uma deficiência de vitamina D, definida como menos de 20nmol/l de 25(OH)D circulante. Fatores como a altitude, estação do ano, poluição do ar, excesso de roupas e uso de bloqueadores solares contribuem para que a produção endógena da vitamina D seja menor.
Sol, cálcio e exercícios físicos são segredos para garantir a vitamina D
Assim como grande parte da população, os atletas também estão expostos à essa deficiência e à diminuição da produção, principalmente em épocas do ano mais frias. A vitamina D é tradicionalmente reconhecida pelo seu papel na regulação do cálcio no organismo e como consequência na saúde óssea.
No entanto, diversos estudos têm demonstrado também a importância dessa molécula em atividades imunoregulatórias, na função da musculatura esquelética, redução dos danos musculares após o exercício, entre outras funções essenciais para a performance no esporte. Recentes estudos demonstram a relação da deficiência da vitamina D e a diminuição da força muscular. Além disso muitos profissionais tem considerado a deficiência dela como uma grande epidemia mundial e relacionam com diversas doenças como diabetes, câncer, doenças cardiovasculares, entre outras.
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Antes de se ligar ao seu receptor, o VDR, a vitamina D necessita de duas conversões metabólicas para adquirir a forma hormonal e poder exercer sua função. Por ser um processo complexo para que essa molécula se torne ativa dentro do corpo e exerça sua função da maneira adequada, existem muitos genes envolvidos e que podem colaborar para a predisposição genética à deficiência da vitamina D.
Uma das variações mais conhecidas é a do próprio receptor VDR. Existem pessoas que possuem uma alteração genética que faz com que esse receptor não atue da maneira adequada, prejudicando assim a ativação das funções exercidas por esse hormônio.
Para essas pessoas o acompanhamento constante dos níveis da vitamina D é essencial tanto para a otimização da performance esportiva quanto para a prevenção de diversas doenças.
Referências:
Pamela R. von Hurst and Kathryn L. Beck. Vitamin D and skeletal muscle function in athletes. Curr Opin Clin Nutr Metab Care. 2014 Nov;17(6):539-45.
Hossein-nezhad A1, Spira A, Holick MF. Influence of vitamin D status and vitamin D3 supplementation on genome wide expression of white blood cells: a randomized double-blind clinical trial. PLoS One. 2013;8(3):e58725.
Todd JJ, Pourshahidi LK, McSorley EM, Madigan SM, Magee PJ. Vitamin D: recent advances and implications for athletes. Sports Med. 2015 Feb;45(2):213-29.
*As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com
LIA KUBELKA BACK
Mestre em biotecnologia e doutora em biologia celular e do desenvolvimento com habilitação em genética molecular humana pela UFSC. É membro da American Society of Human Genetics e do Institute for Functional Medicine. Hoje é diretora técnica do Biogenetika, centro de medicina individualizada.