Farol da humanidade

ROTANEWS176 13/07/2024 10:45                                                                                                                            ESOECIAL DIRETO DA REDAÇÃO DO JBS

Há 31 anos, Ikeda sensei começou a escrever o romance Nova Revolução Humana, registro da unicidade de mestre e discípulo para a eternidade.

 

Reprodução/Foto-RN176 Manuscrito do primeiro volume da Nova Revolução Humana de Ikeda sensei. Ao fundo, exemplares do romance publicados em diversos idiomas

Em 1993, o Dr. Daisaku Ikeda mergulhou na árdua e grandiosa tarefa de começar a escrever os trinta volumes do romance Nova Revolução Humana (NRH), com o desejo de deixar para a posteridade o desenvolvimento da organização e fundamentar a pura relação de mestre e discípulo. Na obra, ele narra fatos marcantes vividos ao lado dos discípulos e as vitórias alcançadas por meio da prática da fé.

O Mestre iniciou oficialmente esse gigantesco empreendimento literário no dia 6 de agosto desse mesmo ano, data que marcou os 48 anos do lançamento da bomba atômica em Hiroshima no fim da Segunda Guerra Mundial. Ele tinha 65 anos, estava no Japão, em Karuizawa, Nagano, local de grandes recordações do seu mestre, Josei Toda.

Ikeda sensei diz que assumiu esse empreendimento com sincera oração e fazendo um juramento em prol da paz. No prefácio, ele já anunciava quão árdua seria essa tarefa:

Se considerarmos o limite de tempo que tenho nesta existência, este trabalho será certamente o maior desafio. No entanto, viver no sentido verdadeiro somente tem significado quando cumprimos a nossa missão.1

Ele salientou que grandes autores como Goethe, Hugo e Tolstói continuaram a escrever vigorosamente mesmo após os 80 anos. Aos 65, quando iniciou o romance, considerou-se ainda bastante jovem para se lançar a tamanha empreitada.

Revolução Humana e Nova Revolução Humana

Ikeda sensei iniciou a escrita da Nova Revolução Humana no mesmo ano em que terminou de escrever o romance precursor Revolução Humana. Ele narra:

Em 1957, o último verão do meu mestre [Josei Toda], decidi que escreveria um romance biográfico sobre a sua vida. A ideia amadureceu quando me pediu para se encontrar com ele em Karuizawa, província de Nagano, onde se recuperava de uma enfermidade.

Era 14 de agosto, décimo aniversário do nosso primeiro encontro. Embora estivesse se recuperando nessa tranquila cidade turística, sua mente não descansava. Ele se mantinha constantemente ocupado, planejando o futuro da Soka Gakkai, dialogando, orientando e incentivando os líderes da Comunidade Karuizawa.

Nesses momentos, pensava muito sobre o que iria escrever em sua Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, que pretendia proferir aos jovens no dia 8 de setembro como o primeiro de seus preceitos finais. (…)

Foi então que perguntei a mim mesmo “quem irá preservar a história deste grande homem por toda a eternidade? Não seria minha esta nobre missão, uma vez que tenho a imensa boa sorte de estar ao seu lado, como se fosse sua sombra?”. A ideia de escrever Revolução Humana havia passado pela minha cabeça muitas vezes, porém nesse momento decidi que faria sem falta.2

Em 3 de maio de 1960, o jovem Daisaku Ikeda se torna terceiro presidente da Soka Gakkai e, em 1962, concretiza o desejo do seu mestre de integrar 3 milhões de famílias à organização.

Durante a cerimônia do sétimo aniversário de falecimento do presidente Josei Toda, em abril de 1964, ele anuncia que escreveria o romance biográfico do seu venerado mestre, intitulado Revolução Humana, iniciando-o em 2 de dezembro daquele ano, em Okinawa. A publicação em série no Seikyo Shimbun começou em 1o de janeiro de 1965.

Em meio às intensas atividades no Japão e no exterior, além de diversos outros compromissos e trabalhos, Ikeda sensei travou uma verdadeira batalha para redigir as partes da obra. Contudo, a série que vinha sendo continuada com tanto esforço e tenacidade precisou ser interrompida por um tempo. Em abril de 1979, sensei teve de renunciar ao cargo de presidente da Soka Gakkai para proteger os membros ante as maldades que surgiram com a ação de clérigos e traidores da organização. Seus artigos não puderam mais ser publicados nas páginas do Seikyo Shimbun.

Pelo bem dos companheiros, Ikeda sensei desafiou todas as circunstâncias e, em julho do ano seguinte, 1980, decide reiniciar a publicação da Revolução Humana e começa a escrever o volume 11. Houve ocasiões em que, devido a uma forte indisposição, para dar continuidade à série, ele ditou o conteú­do para um jornalista responsável enquanto permanecia deitado.

O romance Revolução Humana foi concluído em 11 de fevereiro de 1993, data em que se comemorava o 93o aniversário de nascimento de Josei Toda. A sequência da obra, Nova Revolução Humana, passou a ser publicada em série no Seikyo Shimbun a partir do dia 18 de novembro desse mesmo ano.

O Brasil na NRH

Logo no primeiro volume do livro Nova Revolução Humana (NRH), no capítulo “Desbravadores”, o autor, Daisaku Ikeda, relata a primeira visita de Shin’ichi Yamamoto (pseudônimo do Dr. Ikeda no romance) ao Brasil em 1960. Essa visita aconteceu quando ele alçou voo para iniciar a empreitada do kosen-rufu mundial. Nesse episódio consta a famosa frase “Contudo, eu irei…” que até hoje inspira os membros brasileiros.

O segundo momento em que o país é citado na obra encontra-se no volume 11. No capítulo “Luzes do Alvorecer”, quase todo dedicado ao Brasil, o autor conta sobre o perío­do em que o personagem principal fez sua segunda visita ao país em 1966, relata também o cancelamento da visita em 1974 e sua gloriosa vinda às terras brasileiras em 1984.

Conteúdo e estilo

Utilizando o pseudônimo de Ho Goku, como autor, e Shin’ichi Yamamoto, como personagem, o presidente Ikeda tem uma forma bem particular de narrar a história da Soka Gakkai em seu romance.

Ele mescla histórias vivenciadas por ele ao mesmo tempo em que descreve a trajetória vitoriosa dos membros.

O Dr. Ikeda intercala incentivos sobre diversos aspectos, trechos do Gosho, histórias de diferentes civilizações e de vários países, bem como diálogos memoráveis que teve com personalidades. É um romance em que muitos leitores se deliciam e aprendem com cada episódio relatado.

A relação com os membros surge com calorosos diálogos realizados nas dezenas de reuniões de palestra abordadas na obra, nas visitas ou na fundação dos grupos de aprimoramento e nos históricos festivais culturais da Soka Gakkai. Em cada capítulo, ele se aproxima cada vez mais das pessoas, deixando gravado o seu legado.

Faz das alianças diplomáticas a oportunidade de estreitar os laços de amizade. Encontra-se com líderes mundiais como Aleksey Nikolayevich Kosygin e Zhou Enlai; com ativistas dos direitos humanos, como Nelson Mandela, Rosa Parks, dentre outros; e grandes pensadores como o renomado historiador britânico Arnold J. Toynbee ou ativistas como Wangari Maathai — diálogos distintos, repletos de calor humano.

A NRH é um romance épico e de encorajamento no qual sensei deixa incutidos o humanismo Soka e a essência da unicidade de mestre e discípulo.

Jornada de mestre e discípulo

No dia 6 de agosto de 2018, Ikeda sensei repousou a caneta depois de terminar de escrever o romance Nova Revolução Humana. Em 8 de setembro, a série de trinta volumes teve sua veiculação concluída no Seikyo Shimbun. O número total de partes da Revolução Humana e da Nova Revolução Humana publicadas no jornal foi de 7.978. Foram mais de 20 mil folhas de papel manuscritas, cada uma delas com quatrocentos caracteres em média, que registraram o marco dourado do mais longo romance, divulgado em série num jornal, da história do Japão.

A NRH é a obra de maior tempo lançada em partes em um jornal diário no Japão. O Fórum Mundial de Escritores considerou o título como uma das maiores obras-primas da literatura do século. Junto com a Revolução Humana, já foram vendidos milhões de exemplares em diversos idiomas.

Reprodução/Foto-RN176 Membros da Soka Gakkai em diversos países dedicam-se à leitura e à aplicação do conteúdo da Nova Revolução Humana na própria vida. Integrantes da Área Acre, Sub. Amazônia Ocidental, participantes de atividade de estudo da obra

Ikeda sensei encerrou sua nobre existência em 15 de novembro de 2023 e, atualmente, milhões de pessoas ao redor do mundo leem e estudam os trinta volumes da Nova Revolução Humana, aplicando na própria vida os incentivos e direcionamentos do Mestre. Essa pessoas se dedicam para se tornar os “Shin’ichi Yamamoto” de sua localidade, comprovando a força do budismo e os valores da Soka Gakkai na sociedade e perpetuando os ideais de Ikeda sensei para as futuras gerações em prol da paz no mundo.

Fontes:

Brasil Seikyo, ed. 2.191, 17 ago. 2013, p. A6.

Idem, ed. 2.434, 8 set. 2018, p. C1-C8.

Idem, ed. 2.653, 24 fev. 2024, p. 6-9.

Notas:

  1. IKEDA, Daisaku. Prefácio. Nova Revolução Humana, v. 1. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 7.
  2. Terceira Civilização, ed. 582, fev. 2017.

Cronologia

Revolução Humana (escrita pelo presidente Josei Toda)

20 de abril de 1951

Revolução Humana, obra de autoria do segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, com o pseudônimo de Myo Goku, é publicada pela primeira vez na edição inaugural do jornal Seikyo Shimbun do Japão e veiculada em série por três anos.

3 de julho de 1957

Lançado o primeiro volume da Revolução Humana em livro, de autoria de Josei Toda.

Revolução Humana (escrita pelo presidente Ikeda)

2 de dezembro de 1964

Presidente Ikeda passa a escrever a Revolução Humana nas terras de Okinawa, com o pseudônimo de Ho Goku.

Julho de 1965

A publicação em série da NRH iniciou a partir da edição de Ano-Novo de 1965 do jornal Seikyo Shimbun. No mesmo ano, foi publicado o primeiro volume do romance Revolução Humana de autoria do presidente Ikeda.

Agosto de 1978

Daisaku Ikeda conclui o volume 10 e, inevitavelmente, suspende a escrita do romance por dois anos, em razão da primeira problemática do clero. Ele teve de renunciar ao posto de terceiro presidente da Soka Gakkai em abril de 1979. A publicação foi retomada a partir do capítulo “A Virada” do volume 11, em agosto de 1980.

24 de novembro de 1992

Fim do manuscrito do 12º volume. A obra encerra com a cena na qual o discípulo Shin’ichi Yamamoto toma posse como o terceiro presidente da Soka Gakkai.

Os doze volumes da Revolução Humana foram publicados em série num total de 1.509 partes.

Nova Revolução Humana (escrita pelo presidente Ikeda)

6 de agosto de 1993

Na data em que se relembra o lançamento da bomba atômica em Hiroshima, Ikeda sensei começa a escrever a obra Nova Revolução Humana, em Karuizawa. A publicação no jornal Seikyo Shimbun inicia-se no dia 18 de novembro desse ano.

8 de setembro de 2018

Publicada no Seikyo Shimbun a última parte do capítulo “Juramento Seigan”, concluindo os trinta volumes do romance Nova Revolução Humana, que já foi lançado em treze idiomas em 23 países. E sua conclusão passou a marca de 6 mil partes veiculadas.

Dica de leitura

Trinta volumes do romance Nova Revolução Humana. Mais informações no site do Clube de Incentivo à Leitura (CILE): www.cile.com.br
Leia mais
Sobre os encontros de estudo da NRH da Área Acre https://www.brasilseikyo.com.br/home/bs-digital/edicao/2658/artigo/curtas/999562517

No topo: Manuscrito do primeiro volume da Nova Revolução Humana de Ikeda sensei. Ao fundo, exemplares do romance publicados em diversos idiomas

Fotos: Seikyo Press | Colaboração local

FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO