ROTANEWS176 11/06/2025 16:21
Por João Paes

Reprodução/Foto-RN176 Foi para o espaço: brasileira que dizia ser futura astronauta é desmentida por universidades e pela NASA
Ser um astronauta não é uma coisa fácil. Afinal, dos mais de 117 bilhões de seres humanos que já viveram na Terra, apenas 682 pessoas já foram para o espaço. Ok, você pode considerar voos comerciais como o que levou a cantora Katy Perry para a órbita, aí esse número sobe para 721, que ainda é uma pequena fração de seres humanos. O Brasil, que já teve mais de 300 milhões de pessoas, só teve um astronauta. Essa história parecia estar prestes a mudar, mas as coisas ficaram esquisitas.
A brasileira Laysa Peixoto, de 22 anos, ficou em evidência após, na última semana após, postar em suas redes sociais que foi selecionada para “se tornar astronauta de carreira” para atuar em voos espaciais. Ela chegou a dizer que era “oficialmente astronauta da turma de 2025” e que participaria em 2029 de um suposto voo inaugural da Titans Space, uma empresa que pretende ter voos comerciais tripulados para a órbita terrestre.
No entanto, o G1 descobriu que a Titans Space não possui licença do órgão norte-americano responsável por este tipo de voo e, no fim, as credenciais de Laysa Peixoto também não batem com os registros de onde ela diz ter estudado.
Não (de)colou
Quais as credenciais que Layssa Peixoto disse ter? A suposta astronauta brasileira diz que terminou o treinamento de astronauta pela NASA, agência espacial norte-americana. Além disso, ela também alega ser estudante da UFMG e, em uma rede social, afirma fazer mestrado em Aplicação de Computação e Física Quântica na Universidade Columbia, em Nova York.
O G1 entrou em contato com as entidades e obteve as seguintes respostas:

RN17 Laysa Peixoto faz comunicado no seu instagram na época, falando que tinha sido selecionada para “se tornar astronauta de carreira”
A NASA negou que Laysa tenha recebido treinamento para ser astronauta e afirmou que ela não está entre o grupo em processo de formação. Segundo a agência, a formação para astronauta depende do título de mestre em cursos de tecnologia ou áreas afins em exatas, ao menos dois anos de experiência e 1.000 horas de trabalho cumpridas como piloto. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde Laysa afirmou ter vínculo em 2022, disse ao G1 que jovem foi desligada da instituição após deixar de se matricular para o segundo período letivo de 2023 do curso de física. A Universidade Columbia, em Nova York, informou não ter localizado nenhum registro com o nome da brasileira em cursos da instituição.
Por fim, a Titans Space afirmou ao G1 que Laysa foi selecionada para viagem espacial. Mas ela não consta entre os listados no site da empresa como membro da suposta equipe técnica de astronautas anunciados na missão para 2029. A empresa vende pacotes de viagens para “turistas espaciais” com valor a partir de US$ 1 milhão. Só que, para piorar, a Administração Federal da Aviação (FAA, em inglês), que regula o transporte aéreo e espacial dos EUA, disse ao G1 que a Titans Space não tem autorização para voos espaciais.
Laysa Peixoto respondeu à reportagem dizendo que tudo seria esclarecido por sua assessoria, mas a assessoria disse ainda estar “reunindo informações que serão divulgadas em breve”.
FONTE: IGN BRASIL E RN176