ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 09/12/2021 07:52
NOVA REVOLUÇÃO HUMANA
Na tarde do dia 20 de agosto, após visitar o Centro Cultural de Taito, em Tóquio, Shin’ichi Yamamoto se dirigiu ao Centro de Treinamento de Nagano, em Karuizawa, província de Nagano.
PARTE 7
Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustrações da Editora Brasil Seikyo – BSGI
Karuizawa foi o local em que Josei Toda passou o último verão, no ano anterior ao do seu falecimento, em agosto de 1957. Durante a sua estada, Josei Toda convidou Shin’ichi Yamamoto e Kazumasa Morikawa para se juntar a ele, e juntos fizeram um passeio para ver as formações incomuns de lava de Onioshidashi e depois jantaram no hotel em que Toda sensei estava hospedado. Ele desejava encorajar Shin’ichi, que havia sido preso injustamente sob falsas acusações no Incidente de Osaka.
A conversa entre Josei Toda e seus discípulos durante o jantar foi animada, e o assunto chegou à obra Revolução Humana, escrito por Toda sensei, com o pseudônimo Myo Goku. O romance foi publicado em série no jornal Seikyo Shimbun desde a sua fundação, em abril de 1951, e tinha acabado de ser lançado em forma de livro em julho de 1957.
O protagonista da obra, Sr. Gan, era um homem comum que trabalhava numa gráfica e morava em uma humilde casa térrea com oito apartamentos.
O Sr. Gan conhece o Budismo de Nichiren Daishonin por intermédio de Josaburo Makita (nome fictício dado por Josei Toda a Tsunesaburo Makiguchi em seu romance; em edições posteriores, foi adotado o nome real de Makiguchi). Então, ele começa a pôr em prática o budismo, comprova o poder da fé e se torna presidente da gráfica no final. Mais tarde, ele assume o cargo de diretor-geral da Soka Gakkai e segue apoiando o presidente Makita nos esforços em prol do kosen-rufu.
Contudo, devido à opressão do governo militar durante a Segunda Guerra Mundial, Makita e seu dedicado discípulo, Sr. Gan, são presos juntos. Em sua cela, o Sr. Gan se empenha na contínua recitação de daimoku e na leitura do Sutra do Lótus, desperta para o fato de que ele é um bodisatva da terra que estava na Cerimônia no Ar exposta no Sutra do Lótus. O romance termina quando ele decide propagar o Sutra do Lótus por toda a sua vida.
Na primeira metade da obra, o personagem Gan é totalmente fictício e sua vida tem pouca semelhança com a de Josei Toda, mas na parte final a experiência do Sr. Gan se torna a do próprio presidente Josei Toda. Em particular, sua prisão, o encarceramento e o seu despertar para a missão pelo kosen-rufu são a própria representação da realidade e ressalta o ponto primordial do espírito da Soka Gakkai.
“Eu sou um bodisatva da terra!” — esse brado do Sr. Gan é a fonte da convicção Soka.
PARTE 8
O romance Revolução Humana de Josei Toda tem como eixo central a revolução humana do protagonista Sr. Gan, e retrata a ação da “devoção abnegada pela propagação da Lei” do seu mestre, Josaburo Makita (pseudônimo de Tsunesaburo Makiguchi), que se levanta sozinho na luta pelo kosen-rufu.
Em novembro de 1954, durante a 11a cerimônia (do décimo aniversário) de falecimento do primeiro presidente Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda descreveu como se sentiu naquele dia quando soube, na prisão, que seu mestre, a quem devia tudo, havia morrido:
— Nunca na minha vida eu tinha experimentado tamanha dor. Naquele momento, eu disse a mim mesmo: “Pois bem, não perderão por esperar! Provarei ao mundo se meu mestre estava certo ou não. Se tivesse de adotar um pseudônimo, eu me chamaria conde de Monte Cristo, para realizar com esse espírito algo grandioso e saldar minha dívida de gratidão com sensei”!
Monte Cristo refere-se ao herói do romance de Alexandre Dumas, O Conde de Monte Cristo, traduzido para o japonês por Ruiko Kuroiwa com o título Gankutsu-o.
No livro, um jovem marinheiro chamado Edmond Dantès é vítima de uma trama traiçoeira que o leva a ser encarcerado na prisão de uma remota ilha, o Château d’If. Nessa prisão, ele conhece um padre idoso que se torna seu instrutor em ampla variedade de assuntos e lhe revela a localização de um valioso tesouro escondido em uma ilha chamada Monte Cristo. Depois de catorze anos, Dantès consegue fugir do cárcere, recupera o tesouro, adota o nome conde de Monte Cristo e surge na sociedade parisiense onde começa a se vingar daqueles que foram responsáveis por sua prisão injusta e também recompensa as pessoas boas que o ajudaram na vida.
Josei Toda jurou fortemente perseverar diante das dificuldades como o herói do romance e vingar seu mestre Tsunesaburo Makiguchi, que morreu como mártir na prisão devido à opressão do governo militar. A “vingança” de Josei Toda consistia em provar a justiça e a integridade do mestre. Era também o confronto com a natureza maligna do autoritarismo que provocou a morte de Makiguchi, bem como a morte e o sofrimento de tantas outras pessoas durante a guerra. Isso significava tornar realidade a felicidade das pessoas e a paz da humanidade.
Foi por essa razão que Josei Toda escolheu o nome Gan Kutsuo (um homônimo do título japonês da obra O Conde de Monte Cristo) para o protagonista do seu romance Revolução Humana e registrou a verdade e a grandiosidade de Tsunesaburo Makiguchi para deixá-las para a posteridade.
Propagar a justiça e a virtude do mestre para o mundo nada mais é que dever e obrigação dos discípulos.
O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku.