Força Espacial dos EUA cria projeto para resolver problema do lixo espacial

ROTANEWS176 E POR OLHAR DIGITAL 07/02/2022 16h15                                                                                     Por Flavia Correia

Em um vídeo divulgado no começo de janeiro, a Força Espacial dos EUA “exige ação” sobre o lixo espacial e pede ajuda ao setor privado para limpar a crescente sujeira em nossa órbita. Por meio do programa “Orbital Prime”, o governo americano pretende testar um sistema em órbita dentro de dois a quatro anos.

Reprodução/Foto-RN176 Imagem: Dotted Yeti – Shutterstock

“Os detritos espaciais exigem ação e fornecem uma oportunidade de parceria na busca de soluções inovadoras para reciclar, reutilizar ou remover esses objetos”, disse o tenente-general David Thompson, vice-chefe de operações espaciais.

Essa solicitação de parcerias da Força Espacial ocorreu quase dois meses depois que um teste antissatélite pela Rússia produziu tantos detritos que colocou em risco a Estação Espacial Internacional (ISS) e seus tripulantes.

Na ocasião, a tripulação do laboratório orbital foi forçada a se abrigar em suas naves de retorno, enquanto o controle de solo tomava providências para avaliar ou desviar os detritos, em consulta ao Departamento de Defesa, que rastreia lixo espacial.

Programa vai premiar em dinheiro as melhores ideias de destino do lixo espacial

Com o programa “Orbital Prime”, a Força Espacial espera resolver mais problemas gerais de lixo espacial na órbita baixa da Terra, realizando testes em tecnologias de remoção de detritos em órbita. Os prêmios da fase 1 são avaliados em US$250 mil e a Fase 2 em US$1,5 milhão (cerca de R$1,32 milhão e R$7,9 milhões, respectivamente).

“Nossa visão nesta parceria é explorar agressivamente essas capacidades hoje, na esperança de que nós e outros possamos comprá-las como um serviço no futuro”, disse Thompson no vídeo.

Embora existam mais de 20 mil peças rastreáveis de lixo espacial, o que também diz respeito à Força Espacial é o número de objetos menores (como parafusos ou gotas de tinta) que não seriam capazes de serem rastreados.

Representantes da indústria têm apontado para o aumento de constelações de satélites em larga escala como outra ameaça potencial na mitigação de detritos espaciais. Só a constelação Starlink, da SpaceX, por exemplo, produziu sozinha vários “quase-acidentes” nos últimos meses.

“Nosso objetivo através da Orbital Prime é fazer parcerias com mentes inovadoras na indústria, academia e instituições de pesquisa para avançar e aplicar conceitos de tecnologia de ponta e de operação nas áreas de mitigação e remoção de detritos”, declarou Thompson.