ROTANEWS176 E BBC BRASIL.COM 11/01/2018 09:59
Material recém-descoberto na Alemanha lança luz sobre a evolução desses animais; agora, acredita-se que esses insetos habitem o planeta há mais de 200 milhões de anos.
Fósseis recém-descobertos na Alemanha mostram que mariposas e borboletas estão no planeta há pelo menos 200 milhões de anos – mais tempo do que se pensava anteriormente.
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Reprodução/Foto-RN176 Frágeis, mas muito antigas Foto: Getty Images / BBCBrasil.com
De acordo com pesquisadores, restos microscópicos desses animais estavam escondidos no interior de uma rocha antiga na cidade de Hannover.
Tratam-se de escamas do tamanho de um grão de poeira, que cobriam suas asas, disse o professor Bas van de Schootbrugge, da Universidade de Utrecht, na Holanda.
Os cientistas usaram ácido para dissolver as rochas, deixando pequenos fragmentos, que incluíam essas escamas “perfeitamente preservadas”.
Reprodução/Foto-RN176 ‘Escama’ de borboleta vista no microscópio: descoberta recente ajuda a explicar origem desses animais | Foto: Bas van de Schootbrugge Foto: BBCBrasil.com
A descoberta afasta o período até então usado como referência para a origem dos Lepidópteros, um dos grupos de insetos mais apreciados e estudados e que inclui as borboletas e mariposas.
Os pesquisadores dizem que podem aprender mais sobre a conservação desses animais a partir do estudo da evolução primitiva deles.
Vida antes das flores
Durante a pesquisa, os cientistas descobriram algo intrigante.
Segundo eles, algumas das mariposas e borboletas daquele tempo pertenciam a um grupo vivo até hoje, com línguas compridas que funcionam como tubos para sugar o néctar das flores.
Reprodução/Foto-RN176 Mariposa viva: DNA delas e das borboletas são as principais bases para pesquisas, uma vez que evidências fósseis são raras | Foto: Hossein Rajaei Foto: BBCBrasil.com
“Essas descobertas fazem a evolução desse grupo – que tem línguas em formato de longos tubos – recuar em aproximadamente 70 milhões de anos”, disse Van de Schootbrugge.
“E mostram que o grupo, que supostamente se desenvolvia junto com as flores, é, na verdade, muito mais antigo.”
No período Jurássico, o mundo era dominado por plantas gimnospermas, como as coníferas, que produziam um néctar adocicado para capturar o pólen do ar.
Os insetos primitivos podem ter se alimentado desse néctar antes de as plantas com flores surgirem, há cerca de 130 milhões de anos.
Reprodução/Foto-RN176 As escamas recém-descobertas são semelhantes às que são vistas nesta mariposa | Foto: Hossein Rajaei Foto: BBCBrasil.com
Russell Garwood, da Universidade de Manchester – e que não tem relação com o estudo -, afirmou que sempre foi presumido que a parte da boca usada para sugar o néctar havia se desenvolvido com as flores que esses animais polinizam.
“Essa nova evidência sugere que essa parte da boca talvez tenha tido outro papel antes de as plantas com flores se desenvolverem”, disse ele.
Presença global
O estudo, publicado na publicação científica Science Advances, dá pistas de como borboletas e mariposas se espalharam por todo o mundo, chegando a todos os continentes, exceto a Antártida.
Os Lepidópteros primitivos sobreviveram à extinção em massa registrada no período Triássico, que eliminou muitos outros seres vivos.
Reprodução/Foto-RN176 Rocha de 200 milhões de anos em que foram encontrados restos de borboleta primitiva foi perfurada na Alemanha | Foto: Bas van de Schootbrugge Foto: BBCBrasil.com
Segundo Timo van Eldijk, também da Universidade de Utrecht e principal pesquisador no estudo, o conhecimento obtido a partir das novas descobertas vai ajudar a atualizar esforços modernos de conservação.
A informação é “crucial para nos ajudar a reconstituir como as mudanças climáticas causadas pelo homem poderão afetar os insetos e a evolução deles no futuro”, disse.
Borboletas e mariposas são criaturas frágeis, o que significa que evidências fósseis são raras.
Por causa disso, cientistas têm se baseado principalmente em evidências de DNA de exemplares modernos, que podem ser usados para criar uma árvore evolutiva da existência delas.
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