ROTANEWS176 01/06/2012 13h41 Por JC
Menina de foto ganhadora do Pulitzer lembra consequências em sua vida. Ela chegou a ser usada pelo governo como ‘modelo’ contra o Ocidente.
Reprodução/Foto-RN176 Imagem icônica mostra menina vietnamita correndo nua após o bombardeio de sua vila. A fotografia foi feita em 8 de junho de 1972 (Foto: Nick Ut/AP)
Na imagem, a menina vai ter sempre 9 anos de idade, gritando “Muito quente! Muito quente!” enquanto corre em desespero pela rua que sai de seu vilarejo no Vietnã. Nua após sofrer ferimentos de explosivo napalm em um bombardeio em 1972, ela vai para sempre ser uma vítima sem nome.
Reprodução/Foto-RN176 O fotógrafo Nick Ut visita a personagem de sua foto
mais famosa, um ano após o bombardeio (Foto: AP)
A imagem mais famosa da Guerra do Vietnã, feita pelo fotógrafo Huynh Cong “Nick” Ut, da Associated Press, completa na semana que vem 40 anos. A menina Kim Phuc, hoje aos 49 anos, conta que a fotografia passou a “persegui-la”.
“Eu realmente queria escapar daquela pequena menina. Mas parece que aquela imagem não me deixava ir”, diz Phuc.
Reprodução/Foto-RN176 Em imagem de 1997, Kim Phuc aparece com o filho e o marido no apartamento da família em Toronto (Foto: Nick Ut/AP)
Passados vários anos, ela e o fotógrafo já se reuniram diversas vezes para recontar os acontecimentos no dia do bombardeio e suas consequências, principalmente na vida da mulher. Phuc virou embaixadora da boa vontade da Organização das Nações Unidas (ONU), e ajuda vítimas de guerra.
Reprodução/Foto-RN176 Nick Ut, fotógrafo que segue trabalhando para a Associated Press, visita a antiga casa de Phuc no vilarejo Trang Bang, perto de onde a famosa fotografia foi tirada (Foto: Na Son Nguyen/AP)
Há anos moradora do Canadá, ela lembra do que foi obrigada a enfrentar depois que o regime comunista do norte tomou conta do sul do Vietnã, onde fica a vila em que ela nasceu. Vendo o potencial de usar a menina como símbolo de suas críticas ao Ocidente, o governo obrigou-a a abandonar a faculdade e passar a atender jornalistas, sempre em visitas monitoradas.
“Eu fui queimada com napalm e me tornei uma vítima de guerra, mas crescer daquele jeito me tornou outro tipo de vítima”, lembra a mulher.