Funcionários dos EUA acreditam que o Irã derrubou o avião ucraniano por engano

ROTANEWS176  E POR AFP 09/01/2020 14h38

Donald Trump disse nesta quinta-feira ter ‘suspeitas’ sobre o acidente de um avião ucraniano nos arredores de Teerã

Reprodução/Foto-RN176 A grande maioria dos passageiros do voo da Ucrânia International Airlines eram não ucranianos, incluindo 82 iranianos e 63 canadenses – Akbar Tavakoli/ Irna / AFP

Washington – Autoridades dos Estados Unidos acreditam que o Irã derrubou acidentalmente um avião ucraniano, matando todas as 176 pessoas a bordo, informou a mídia americana nesta quinta-feira.

A Newsweek, a CBS e a CNN citaram autoridades não identificadas dizendo que estão cada vez mais confiantes de que os sistemas iranianos de defesa aérea derrubaram acidentalmente a aeronave, com base em dados de satélite, radar e equipamentos eletrônicos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira ter “suspeitas” sobre o acidente de um avião ucraniano nos arredores de Teerã, em concordância com a mídia americana que informou que o avião teria sido abatido por engano pelo Irã.

“Tenho minhas suspeitas”, disse Trump. “Estava voando em um bairro bastante difícil e alguém poderia ter se enganado”, acrescentou.

Todas as 176 pessoas a bordo morreram no acidente perto de Teerã na quarta-feira.

“Algumas pessoas dizem que foi mecânico. Eu pessoalmente não acho que isso seja uma questão”, disse Trump, acrescentando que “algo muito terrível aconteceu”.

Irã diz que avião ucraniano caiu ao voltar a aeroporto devido a um ‘problema’

O Boeing 737 da companhia Ukraine International Airlines que caiu na quarta-feira (8) em Teerã, matando as 176 pessoas a bordo, fez meia-volta para retornar ao aeroporto devido a um “problema” – afirmou a Organização da Aviação Civil (CAO) iraniana nesta quinta-feira (9).

“O avião desapareceu dos radares no momento em que atingiu uma altitude de 2.400 metros. O piloto não transmitiu nenhuma mensagem de rádio sobre circunstâncias incomuns”, informou a CAO no primeiro relatório da investigação preliminar do acidente.

“De acordo com testemunhas oculares, houve um incêndio no avião que se tornou mais intenso”, acrescentou o relatório publicado no site da CAO.

As testemunhas oculares citadas seriam pessoas em terra que observavam o avião decolar e outras que estavam em um avião que voava a uma altitude mais alta do que o Boeing no momento da tragédia.

“O avião que se dirigia, a princípio, para o oeste para sair da zona do aeroporto virou à direita, devido a um problema, e estava voltando para o aeroporto quando caiu”, relatou a CAO.

O voo PS752 da UIA decolou às 6h10 (23h40 de terça-feira no horário de Brasília) do aeroporto Imam Khomeiny, de Teerã, com destino ao aeroporto Boryspil, de Kiev.

A CAO informou que realizou nesta quinta uma primeira reunião entre especialistas iranianos e ucranianos.

Segundo Zelensky, os especialistas do seu país vão participar na decodificação das caixas-pretas e ficarão encarregados de identificar e repatriar as vítimas ucranianas.

As autoridades de Kiev anunciaram que trabalham com sete hipóteses, entre elas a de um disparo de míssil, atentado ou problema técnico.

Segundo a diplomacia ucraniana, havia 82 iranianos, 63 canadenses, dez suecos, quatro afegãos e três britânicos a bordo do Boeing. Outros 11 eram ucranianos, incluindo nove tripulantes.

A CAO indicou que 146 passageiros tinham passaporte iraniano; 10, passaporte afegão; cinco, passaporte canadense; quatro, sueco; e 11, ucraniano.

A diferença é explicada pela presença de inúmeras pessoas com dupla nacionalidade (entre elas, a priori, 140 iraniano-canadenses), que podem entrar e sair da República Islâmica apenas mediante a apresentação de seu passaporte iraniano.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, pediu uma “investigação completa” dessa catástrofe aérea, a mais mortal para os canadenses desde o ataque a um Boeing 747 da Air India em 1985. Neste episódio, 268 cidadãos morreram.

Como anfitrião de uma grande diáspora iraniana, o Canadá rompeu relações diplomáticas com o Irã em 2012 e censurou a República Islâmica por seu apoio ao governo de Bashar Al-Assad na Síria.