ROTANEWS 12/10/2023 10h27
Após receber críticas nas redes sociais, emissora emitiu comunicado e jornalista reiterou seu posicionamento.
Reprodução/Foto-RN176 Mônica Waldvogel, jornalista Foto: GloboNews
A Globo defendeu a jornalista Mônica Waldvogel, de 67 anos, após uma fala dela sobre uma ligação do Partido dos Trabalhadores com o Hamas, grupo palestino que atacou Israel no último sábado, 7.
Na segunda-feira, 9, durante a cobertura sobre o conflito no Em Ponto, da GloboNews, a âncora afirmou que esse suposto vínculo entre o partido e o grupo terrorista é o que teria levado o governo brasileiro –liderado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT)– a não repudiar recentemente os ataques do grupo.
Após críticas nas redes sociais, o vídeo viralizou. Nomes ligados à esquerda criticaram a fala e afirmaram ser uma notícia falsa. Nos bastidores, deputados do PT também se queixaram com jornalistas do canal. Nesta terça-feira, 10, a jornalista Mônica Waldvogel voltou a falar sobre o assunto, e a Globo a defendeu.
“Um dos pontos que chamaram a atenção foi o fato de que o governo brasileiro procurou não mencionar o nome do grupo Hamas. Há relações de parte do Partido dos Trabalhadores, de encarar como resistência, por causa do fato de que não há negociações para oferecer o melhor status para Palestina”, disse Mônica.
“Eu conversei com um assessor da presidente Gleisi Hoffmann e ele chamou atenção para que, oficialmente, jamais existiram ligações entre o PT e o Hamas, então fica aqui o esclarecimento”, completou a jornalista.
A emissora, por sua vez, afirmou que não houve erro e que a informação de Mônica é verdadeira. Em nota, a Globo deu detalhes sobre um manifesto de 2021 em apoio ao grupo plaestino, bem como a lista de 10 representantes do partido que assinaram o documento.
Veja o comunicado da Globo na íntegra:
“Amanhã, no Em Ponto, Mônica Waldvogel vai reiterar que se referiu, não ao PT como um todo, mas a um manifesto assinado, em 2021, por representantes do partido. Nele, os signatários afirmam que: ‘Resistência não é terrorismo! Todo apoio ao povo palestino na luta por legítimos direitos. Os parlamentares, entidades e lideranças brasileiras que subscrevem este documento, expressam o seu profundo descontentamento à declaração da secretária do Interior da Inglaterra, Priti Patel, que atribuiu ao Movimento de Resistência Islâmico – Hamas, a designação de ‘organização terrorista’, alegando falsamente que o Movimento palestino seria ‘fundamentalmente e radicalmente antissemita’. Este posicionamento representa uma extensão da política colonial britânica, em desacordo com a posição da maioria do povo da Inglaterra, que se opõe à ocupação israelense e aos seus crimes. Seu objetivo é claro: atingir a legítima resistência palestina contra a ocupação e o apartheid israelense, numa clara posição tendenciosa em favor de Israel e tornando-se cúmplice das constantes agressões aos palestinos e aos seus direitos legítimos.
Leia como tudo começou o coso:
O direito à resistência assegurados pelo Direito Internacional e Humanitário, pela Carta das Nações Unidas e por diversas Resoluções da ONU, entre elas as de nº 2.649/1970, 2.787/1971 e 3103/1974, reiterando o direito de todos os povos sob dominação colonial e opressão estrangeira de resistir ao ocupante usurpador e se defender. A resistência é um legítimo direito dos palestinos contra a ocupação e as reiteradas violações dos direitos humanos, bem como os crimes de guerra. Direito que os palestinos não abrem mão e para o qual, contam com o nosso apoio e solidariedade à sua causa de libertação e pelo seu Estado nacional palestino. Brasil, 23 de novembro de 2021.’ Mônica vai informar também que, no site do programa, os assinantes poderão encontrar os nomes dos seguintes deputados do PT que assinaram o manifesto:
Deputado Zeca Dirceu (PT-PR)
Deputado Paulo Pimenta (PT-RS)
Deputado Alexandre Padilha (PT-SP)
Deputada Érika Kokay (PT-DF)
Deputada Professora Rosa Neide (PT-MT)
Deputado Enio Verri (PT-PR)
Deputado Helder Salomão (PT-ES)
Deputado Nilto Tatto (PT-SP)
Deputado Padre João (PT-MG)
Deputado Paulão (PT-AL).”
FONTE: ENTRETÊ