ROTANEWS176 24/03/2024 10h30 Por Vinícius Valfré e Karina Ferreira
Governo tentou se dissociar da organização, mas PT convocou filiados e apoiadores para o que chamou de Dia de Mobilização Nacional de Luta pela Democracia. Pauta era variada, de grito ‘contra o genocídio na Palestina’ até pedido de ‘prisão de Bolsonaro’
Reprodução/Foto-RN176 Lula em reunião ministerial Foto: Reprodução
Grupos de esquerda e apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram às ruas de cidades brasileiras e do exterior, neste sábado, 23. Convocados por entidades após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reunir uma multidão na Avenida Paulista no mês passado, os atos foram marcados pelo esvaziamento.
As convocações compartilhadas pela militância petista para o que chamaram de Dia de Mobilização Nacional de Luta pela Democracia tinham hora e local de concentração para pelo menos 19 cidades. Entre elas, Barcelona, na Espanha, e Lisboa, Portugal. No Brasil, em algumas capitais houve reunião de dezenas de pessoas.
icipação da presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR). Mesmo na capital baiana o ato foi esvaziado. O deputado estadual Rosemberg (BA), o presidente do PT baiano, Eden Valadares, e o vice-governador do Estado, Geraldo Junior (MDB), também estiveram presentes.
Segundo o Monitor do Debate Político no Meio Digital, da Universidade de São Paulo (USP), o ato em Salvador reuniu 1,7 mil pessoas às 16h30, considerado o horário de pico do evento. O grupo, que usa drones para fazer a contagem de público, chegou a esse número tirando 33 fotos aéreas em diferentes horários. No ato convocado por Bolsonaro mês passado, também monitorado pelo grupo, a estimativa é que 185 mil pessoas estiveram presentes.
A cúpula do governo Lula buscou, desde o início das mobilizações, se distanciar da organização dos atos. O presidente da República não compareceu a nenhuma delas. Os ministros também não foram escalados. Mas o PT oficialmente convocou apoiadores à adesão.
Veja o encontro pró Bolsonaro no dia 25 na Avenida Paulista:
Em nota oficial publicada no site do partido e enviada aos diretórios estaduais e municipais da sigla, o PT pediu para que filiados e apoiadores fossem às ruas defender as pautas da “defesa da democracia” e a “punição daqueles que atentaram contra o Estado Democrático de Direito”, sem citar o nome de Bolsonaro.
Apesar de a mobilização ter ganhado força após o ato de Bolsonaro na Paulista, os movimentos afirmavam que não era uma resposta ao ex-presidente. Bolsonaro reuniu uma multidão na Paulista no dia 25 de fevereiro. Em São Paulo, o ato petista foi agendado para o Largo de São Francisco.
O ex-deputado José Genoíno e o ex-ministro José Dirceu marcaram presença. Dirceu foi condenado e preso três vezes na esteira dos processos do mensalão e do petrolão. Ele tem se apresentado novamente no cenário político nacional, e uma parte dos correligionários defende a volta dele ao comando do PT em 2025, quando Gleisi deixará a função.
RN176 Atos pró Lula no Brasil e no exterior fiasco para se opor ato pro Bolsonaro do dia 25/02/24 na Av. Paulista
A pauta dos atos era difusa, com faixas, discursos e publicações nas redes sociais pela “memória dos 60 anos do golpe militar”, “contra o genocídio na Palestina” e em defesa da “prisão de Bolsonaro”.
Também houve registros de atos em cidades como Porto Alegre, Brasília, Curitiba, Campo Grande, Belo Horizonte, Fortaleza e Recife. Com a presença de deputados petistas, como Maria do Rosário (PT-RS) e o vice-líder do governo no Congresso, deputado federal Bohn Gass (PT-RS), na capital do Rio Grande do Sul, e Rogério Correia, na capital mineira.
À frente da organização desses atos estavam movimentos de esquerda como Frente Povo Sem Medo (FPSM), Frente Brasil Popular e Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), além de lideranças de partidos como o PSOL e o PCdoB.
Ao Estadão, lideranças de movimentos sociais que organizaram os atos criticaram a decisão do governo de não participar do evento.
“É inegável que a presença de Lula em qualquer ato aumenta a capacidade de mobilização, mas, na nossa avaliação, a convocatória dos atos de amanhã (sábado) já mostrou força”, disse Rud Rafael, coordenador-geral do MTST.
A oposição a Lula ironizou a baixa adesão em publicações nas redes sociais. O deputado Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente no governo Bolsonaro, ironizou a baixa adesão nos atos de apoio a Lula. “Manifestação do PT/Presidengue está sendo um sucesso Brasil a fora … hahahahahahahahahahahahahaha”, escreveu.
O deputado Carlos Jordy (PL) compartilhou um vídeo que dizia que a manifestação em Pernambuco tinha “clima de velório” e “flopou”, termo usado como sinônimo de fracasso.
VEJA OS LOCAIS DOS ATOS DA ESQUERDA CONTRA BOLSONARO
– Barcelona (Espanha) – Calle Rocafort, 242 – 14h (horário local)
– Belém (PA) – Escadinha do Cais – 9h
– Belo Horizone (MG) – Praça Afonso Arinos – 9h
– Boa Vista (RR) – Praça Germano Sampaio – 17h
– Brasília (DF) – Praça Zumbi dos Palmares – 16h
– Campo Grande (MS) – Praça do Rádio – 9h
– Curitiba (PR) – Praça Santos Andrade até a Praça Boca Maldita – 9h
– Fortaleza (CE) – Praça do Ferreira – 8h30
– João Pessoa (PB) – Praça da Lagoa – 15h
– Lisboa (Portugal) – Praça Luís de Camões – 10h30 (horário local)
– Maceió (AL) – Calçadão do Comércio – 9h
– Osasco – Osasco Plaza Shopping – 13h
– São Paulo – Largo do São Francisco – 15h
– Porto Alegre (RS) – Largo Glênio Peres – 15h
– Porto Velho (RO) – Praça Marechal Rondon – 17h30
– Salvador (BA) – Largo do Pelourinho – 15h
– Recife (PE) – Praça do Derby – 10h
– São Luís (MA) – Solar Maria Firmina – 9h30
– Vitória (ES) – Praça Vermelha – 9h
FONTE: TERRA