ROTANEWS176 E POR CARROS 04/07/2021 06:04 Por Fernando Garcia
Originado de um franzino motor 1.3 a ar de 47 cv, o Gol prosperou ganhou injeção, motor 2.0, e potência de até 145 cv
Reprodução/Foto-RN176 Originado de um franzino motor 1.3 a ar de 47 cv, o Gol prosperou ganhou injeção, motor 2.0, e potência de até 145 cv – Divulgação
Gol (no Brasil) ou Golo (em Portugal) – uma expressão (do inglês goal, «objectivo») – é o nome dado ao ato mais importante do jogo de futebol e esportes similares em que a bola ultrapassa por completo uma barreira imaginária entre as traves, definida por uma linha branca desenhada em cal no chão do gramado.
Coincidência ou não, a Volkswagen acertou em cheio ao batizar o projeto BX – criado em 1976 – do carrinho da marca alemã de Gol, um nome simples e de significado forte, vitorioso.
Apesar de no início as vendas não terem emplacado como se previa, mais precisamente em 1980 quando o Gol foi comercializado, nos próximos anos as vendas começaram a ganhar fôlego.
A explicação para isso era com relação ao projeto que era incompatível com a mecânica do velho Fusca , um boxer (cilindros opostos) refrigerado a ar de 1,3 litro (1285 cm³) que rendia míseros 47 cv.
Mais tarde a marca conscientizou-se de que não valia a pena, apesar de priorizar a economia e assim disponibilizou motor mais forte, o 1,6 litro com dupla carburação que ganhava 9 cv a mais em relação as versões de entrada Básica e L . Com as mudanças, o Gol passava a ganhar as siglas S e LS.
Somente em 1985, com exceção da versão de entrada BX , todo o restante da linha ganhava o motor com refrigeração a água, acompanhando os irmãos Voyage e Parati , lançados em 1981 e 1982, respectivamente.
Gol GT: o hatch esportivo da Volkswagen
Reprodução/Foto-RN176 Volkswagen Gol GT foi lançado em 1984 com a missão de “brigar” com o Ford Escort XR-3, lançado no mesmo ano – Divulgação
Desde 1980, o Gol veio com a missão, em partes pelo menos, de suceder o Fusca e a Brasília . Custando mais caro que o Fusca , por exemplo, o Gol só conseguiu liderar em 1987, já com a frente reestilizada, fato que o levou e leva até hoje ser o carro brasileiro mais vendido.
Mas desde 1984 já estava no mercado o Gol GT, um ícone de esportividade que era muito cobiçado pelos jovens da época. Sua missão: desbancar o Ford Escort XR-3 , lançado no mesmo ano.
A carroceria do Gol tinha sido baseada no desenho do Scirocco , formato hatchback. A intenção esportiva desta carroceria tinha como consequência um teto muito baixo para os passageiros de trás. Além disso, tinha o problema do estepe que logo depois da adoção da refrigeração líquida, este passou a ser alojado no porta-malas roubando o espaço para possíveis valises ou malas.
Mas como o GT era um carro cujo público-alvo eram solteiros, muitos nem ligavam para esta deficiência. Para eles o que importavam era o que se escondia por debaixo do capô.
Este, sim, era um motivo de orgulho para muitos proprietários destes esportivos. A VW resolveu adotar o motor AP-800 (Alta Performance) movido a álcool, vindo do Santana que graças à cilindrada de 1.781 cc , tinha resultados fantásticos no desempenho.
Reprodução/Foto-RN176 Em termos de desempenho, o Gol GT saía na frente – Renato Bellote/iG
Em relação ao concorrente direto, o Ford Escort XR-3 , o GT da Volkswagen era mais ágil. Rendendo excelentes 99 cv a 5.400 rpm , o Golzinho de alma endiabrada cumpria muito bem a tarefa de 0 a 100 Km/h, em 11,88 s.
Em velocidade também não fazia feio e cravava a marca final de 180 Km/h. Para se ter uma ideia, o representante da Ford utilizando o velho motor CHT, uma revolução do antigo motor Renault vindo do Corcel despejava apenas 81,7 cv a 5.600 rpm com aceleração de 0 a 100 Km/h em 13,45 s e velocidade máxima de 163,6 km/h.
Até o Chevrolet Monza S/R que declarava 106 cv a 5.600 rpm , perdia por pouco para o representante da VW: acelerava de 0 a 100 km/h em 12,1 segundos com velocidade final de 175 km/h.
No Gol GT , o ronco encorpado que saía da dupla saída do escapamento era motivo de orgulho para os ouvidos mais apurados. No painel, o provocativo ponteiro do conta-giros denunciava que se tratava de um autêntico esportivo.
Era um carro de personalidade como convinha a um esportivo dos anos 80. As rodas de aro 14 calçando pneus nas medidas 185/60 R 14 H, por exemplo, combinavam muito bem com o carro que contrastavam com as cores vibrantes da carroceria como a vermelha.
Além deste item, ganhava a mais spoiler abaixo do para-choque, persianas nas colunas das portas, inscrição “GT” atrás das portas, faróis de milha, grade personalizada na cor do veículo. Internamente os bancos Recaro , painel de instrumentos com grafia vermelha e volante esportivo completavam o visual agressivo do GT.
Linha 1987 é marcada com a chegada do Gol GTS
Reprodução/Foto-RN176 VW Gol GTS: Ícone do mercado de esportivos nacionais, que conquistou entusiastas nos anos 80 e 90 – Divulgação
Em 1987 a linha recebeu modificações na carroceria e acompanhando a mudança na linha o Gol GT dá lugar ao GTS. Para começar, tudo era novo em termos de estilo. A frente era mais baixa e ganhava novo capô, grade e faróis que harmonizavam ao para-choque, o qual agora eram de plástico injetado.
Os faróis de milha continuavam integrados no esportivo da VW. Atrás novas lanternas e o aplique de um aerofólio faziam a diferença em relação às CL e GL. O GTS contava com alterações no motor 1.8 , que passou a ter somente o álcool como opção, pois a potência era ligeiramente maior com este combustível.
Interessante o fato de a Volkswagen insistir que o Gol GTS tivesse apenas 99 cv de potência apesar de estimativas indicarem que ele tivesse entre 105 cv e 110 cv. Se a Volkswagen admitisse a maior potência, o carro seria taxado com maior imposto, daí o fato de o motor ter a potência nominal tão baixa.
Gol GTi: o primeiro carro nacional com injeção eletrônica de combustível
Reprodução/Foto-RN176 A versão GTI surgiu na linha 1989 do Gol e foi o primeiro nacional a ganhar injeção eletrônica de combustível. – Divulgação
O Gol estreou a era da injeção eletrônica com o Gol GTi em 1989, considerado o primeiro automóvel nacional a ter esta tecnologia. Ao contrário do GTS , a versão injetada ganhava o motor 2.0 (AP-2000) , somente a gasolina. Foi considerado também o carro brasileiro mais rápido. Máxima de 173 Km/h e 0 a 100 Km/h em 10,06 segundos , graças aos seus 125 cv a 5800 rpm.
Dois anos mais tarde o Gol ganhava nova frente, agora mais arredondada e em 1992 a Volkswagen adotava o conversor catalítico em toda a linha como forma de atender as normas do Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores – PROCONVE.
Segunda geração: conhecida como “Bolinha”, o hatch ganhava contornos arredondados, daí o apelido.
Reprodução/Foto-RN176 Em 1996, o GTi contava com motor 2.0 litros de 16 válvulas que acrescentava 145 cv de potência. – Divulgação
Em 1995, entrava em ação o Gol GTi geração 2 , o conhecido Gol “Bolinha” , apelido dado pelas formas arredondadas do modelo. Seu motor, um 2.0 rendia 109 cv a 5.250 rpm e acelerava até os 100 km/h em 11,2 segundos , números razoáveis para a época. O GTS não estava mais presente neste ano.
A novidade era os faróis de duplo refletor. No ano seguinte, o GTi contava com motor 2.0 litros de 16 válvulas que acrescentava algum rendimento. Potência de 145 cv e aceleração de 0 a 100 Km/h em 8,7 s. Porém foi no ano de 2001 que o Gol GTi desaparecia de cena, deixando muitos fãs indignados.