Guia de Raças: conheça o Borzoi, o antigo caçador de lobos russo

ROTANEWS176 E POR IG 03/11/2021 06:00                                                                                                                Por Renan Silva

Esta raça está presente na história da Rússia há mais de nove séculos e sempre foi muito popular entre membros da aristocracia europeia

Reprodução/Foto-RN176 O Borzoi é visto como uma raça elegante e atrai as pessoas da alta sociedade Europeia – Ragna Hellberg/Pixabay

RESUMO

– A raça Borzoi costumava ser usada para a caça de lobos na Rússia, prática que era vista como arte pelas pessoas da nobreza.

– Em 1917 a raça quase foi extinta, sendo assassinada durante a Revolução Russa.

– O capitão do Titanic era tutor de um cão da raça Borzoi.

De origem Russa, a raça Borzoi está presente na história local, especialmente entre os aristocratas há mais de nove séculos. A raça costumava ser usada para a caça, principalmente de lobos, o que era considerado um espetáculo entre a nobreza.

Reprodução/Foto-RN176 O capitão do Titanic, Edward John Smith, em foto com um cão da raça Borzoi, acredita-se que se tratava de seu próprio pet. Foto: Reprodução

Acredita-se que a criação da raça tenha vindo justamente da necessidade de um cão ágil e resistente o suficiente para a caça aos lobos selvagens,  por meio do cruzamento de cães rápidos,  como os Galgos Árabe e Persa, populares por serem muito velozes, e cães pastores locais, para que tivessem uma pelagem mais longa, dando maior proteção para o clima gelado russo. Essa mistura deu ao Borzoi não apenas a velocidade e resistência requeridas, como também uma aparência que se destacava.

Reprodução/Foto-RN176 Os cães da raça Borzoi quase foram extintos, vitimas de assassinato durante a Revolução Russa . Foto: Bob63/Pixabay

Após passar por uma série de processos de cruzamento desde que teve uma definição de padrão reconhecida, em 1650, apenas em 1891 a raça foi reconhecida oficialmente pelo American Kennel Club.

Mesmo muito popular, tanto como caçador quanto como cão de companhia, em 1917, com a Revolução Russa, os cães da raça Borzoi foram mortos, restando poucos sobreviventes que haviam sido dados de presente para estrangeiros e outros que foram levados para a Europa Ocidental e América.

Reprodução/Foto-RN176 Atriz Mae West com cães da raça Borzoi, a foto foi tirada nos anos de 1920. Foto: Reprodução

No ocidente, a raça costumava ser chamada pelo nome de Wolfhound Russo, o nome Borzoi foi oficializado apenas no ano de 1936, data na qual chegou aos Estados Unidos, na Rússia a raça é conhecida pelo nome de Russkaya Psovaya Borzaya.

Curiosidades sobre o Borzoi

Reprodução/Foto-RN176 Com visual elegante, a Borzoi era muito querida entre os aristocratas russos . Foto: Charlotte Yealey/Pixaba

O marinheiro Edward John Smith, capitão do navio Titanic, era tutor de um Borzoi – o cão provavelmente estava no navio quando afundou, em abril de 1912.

Entre os anos de 1920 e 1930 a raça estampou diversas capas de revistas de moda, decoração e estilo de vida, graças ao estilo elegante que apresentava. O Borzoi também era muito querido entre os artistas do estilo Art Déco, sendo facilmente encontrado em várias obras de arte.

Em alguns países os Borzoi são usados para a caça de lebres e também foram usados por fazendeiros para a proteção do rebanho. Além de muito rápidos, o Borzoi ainda conta com uma visão 100 vezes mais potente que a de um ser humano e que chega a abranger 207° (a do ser humano chega a 118°), essa capacidade só está totalmente desenvolvida após os três anos de idade do animal.

A personalidade do Borzoi

Reprodução/Foto-RN176 Um Borzoi brincando com cães menores – Ragna Hellberg/Pixabay

A raça costuma ser dócil e bastante tranquila, sendo uma ótima opção para famílias com pessoas de todas as idades, sendo calmo o bastante para passar algumas horas no sofá e brincalhão para se divertir com crianças e outros animais de estimação, mesmo com gatos. No caso de crianças pequenas é importante que a interação seja supervisionada, por ser um cão de grande porte, a criança pode acabar se machucando com algumas brincadeiras.

Muito inteligente, esse cão pode ser também bastante teimoso, fazendo com que o adestramento seja essencial para uma convivência mais tranquila com esse pet de personalidade forte. Mesmo que seja um cão que vive tranquilo dentro de casa, essa não é uma raça para ser criada em locais com pouco espaço, já que esta precisa gastar energia e adora correr e se divertir ao ar livre.

Outro ponto a se ressaltar é que a raça também não é muito indicada para passar longos períodos sozinha, por ser muito apegada aos tutores, esse pet gosta de ter a família sempre por perto. Se puder, de preferência, vale a pena ter mais de um – mesmo que o outro seja de raça diferente.

Saúde e higiene

Reprodução/Foto-RN176 A raça Borzoi convive muito bem com as pessoas e animais de outras espécies – Ragna Hellberg/Pixabay

O Borzoi pode ter uma pelagem cacheados ou ondulados, mas é sempre sedosa e macia, sendo mais longa na região do pescoço, rabo e das patas.  Algo comum em cães de pelos longos, ele costuma ter quedas frequentes e a perda de pelos se intensifica em determinadas épocas do ano, quando a escovação deve ser feita regularmente para evitar o acúmulo de fios mortos. No geral, a escovação uma vez por semana tende a ser o suficiente, é importante usar escovas ou pentes adequados para o tipo de pelagem.

A tosa pode ser indicada, especialmente em algumas áreas, como a dos coxins (almofadinhas das patas), o excesso de pelo pode ser um incômodo para o pet. Os banhos são indicados para ao menos uma vez a um ou dois meses, ou caso haja necessidade.

Essa raça costuma ter uma boa saúde, sem maiores problemas. O ideal é que se tenha uma boa rotina de exercícios, com ao menos duas ou três caminhadas diárias, de cerca de 30 minutos cada. Exagerar nas atividades física não é uma boa opção, a  displasia coxofemoral pode atingir alguns cães da raça e, como é comum entre os Galgos, o Borzoi pode ser sensível ao uso de anestésicos.

Reprodução/Foto-RN176 A raça era usada para a caça de lobos – Bob63/Pixabay

A raça também tem tendência a sofrer com problemas gástricos, por isso jamais se deve permitir que o cão realize atividades físicas logo após se alimentar ou caso beba muita água. Mesmo que o pet tenha uma boa saúde e realize atividades físicas com frequência, é importante que o pet passe por consultas periódicas com um médico veterinário, para avaliações oftalmológicas (lembrando que o cão conta com uma supervisão), exames cardíacos, entre outros.