Guia de Raças: Pastor Alemão um grande senso de proteção e lealdade

ROTANEWS176 E POR CANAL DO PET 10/02/2022 07:00                                                                                          Por Renan Taferel

A raça foi criada para reunir as melhores qualidades de diferentes cães pastores, sua grande inteligência o destacou durante a 1ª Guerra Mundial

 

Reprodução/Foto-RN176 É um ótimo animal de estimação e pode conviver bem com outros animais – Gribouillle/Pixabay

Resumo

·         O Pastor Alemão foi criado durante o século 19, por um oficial do exército alemão chamado Max von Stephantiz.

·         A grande inteligência da raça atraiu a atenção do exército norte americano que também a adotou para si, apesar de terem mudado o nome da raça para desassociar de sua origem alemã.

·         Um cachorro Pastor Alemão resgatado na França ajudou a salvar um dos maiores estúdios de cinema atuais da falência.

Registros apontam que os cães que deram origem ao Pastor Alemão que conhecemos hoje viviam em meados do século 12, mas descobertas científicas apontaram que os ancestrais da raça já habitavam regiões da Europa Ocidental há, pelo menos, 4 mil anos.

Restos mortais de cães encontrados na Áustria indicam padrões semelhantes aos de antigos lobos indianos, cientistas acreditam que a espécie deu origem aos antigos cães pastores, assim como aos Pastores Alemães.

Os cachorros que viviam no século 12 eram bem mais semelhantes aos que conhecemos hoje, porém tinham os pelos mais claros e, após sete séculos, um oficial aposentado do exército, Max Von Stephantiz, decidiu cruzar diferentes cães pastores para criar uma nova raça que fosse mais inteligente, atlética e hábil.

Como surgiu a raça

RN176 Max Von Stephanitz o idealizador da raça Pastor Alemão. Foto: Reprodução

Max Von Stephanitz foi oficial de cavalaria e por um certo tempo serviu no Colégio Veterinário de Berlim. Lá adquiriu valiosos conhecimentos sobre biologia, anatomia e ciência do movimento, que aplicou posteriormente ao cruzamento de cães. Ele foi promovido a capitão em 1898 e, logo depois, pediu licença do serviço. Stephanitz adquiriu uma propriedade perto de Grafrath (município da Alemanha) na década de 1890, começando lá a fazer experimentos com o cruzamento de cães. Ele usou várias das técnicas utilizadas por criadores ingleses de cães do período. Ele era primeiramente interessado em melhorar os cães pastores alemães porque eram comuns na região e utilizados no trabalho da época. Stephanitz gostava de ir a exibições de cães observar que existiam vários “tipos” de cães pastores em uso na Alemanha mas não uma padronização do cruzamento. Ele admirava muito os cães com aparência de lobo e orelhas pontudas que eram também inteligentes, tinha senso afiado e disposição para trabalhar. Ele acreditou que poderia criar um cão trabalhador melhor, que poderia ser usado por toda a Alemanha.

O objetivo era de reunir as melhores características de cães de pastoreio em um único animal, para que pudesse cuidar de rebanhos, entre outros serviços. Porém, com a industrialização da Alemanha, essa função se tornou pouco útil. Foi então que Voz Stephantiz decidiu ir ao governo alemão para que a raça passasse a ser utilizada em trabalhos policiais e militares – algo que deu muito certo.

Ainda durante a Primeira Guerra Mundial os Pastores Alemães serviram como mensageiros para a Cruz Vermelha, abastecimento, resgate de feridos, proteção e sentinela. A destreza e obediência desses cães chamaram a atenção também do exército americano que decidiu adotar a raça.

Os Pastores Alemães foram ganhando ainda mais popularidade em todo o mundo, mas, ao final da guerra, o nome que remetia aos alemães se tornou estigmatizado. Em 1917 a raça teve o nome alterado pelo American Kennel Club, passando a se chamar Cão Pastor e, na Inglaterra, recebeu o nome de Lobo da Alsácia pelo British Kennel Club. O nome Pastor Alemão voltou a ser usado apenas nos anos de 1931, nos Estados Unidos, e 1977, na Inglaterra.

Apesar do foco da criação do Pastor Alemão ter sido suas habilidades práticas e reduzir problemas de saúde, nos Estados Unidos os criadores passaram a visar muito mais a beleza física do animal, o que se tornou prejudicial.

Um verdadeiro amuleto da sorte

Reprodução/Foto-RN176 Apesar da fama de bravos, são animais dóceis, com senso de proteção elevado – YamaBSM/Pixabay

Os Pastores Alemães já habitavam os Estados Unidos havia alguns anos, mas foi durante a Primeira Guerra Mundial que a popularidade da raça aumentou consideravelmente. Lee Duncan, um cabo do exército americano, resgatou uma cadela Pastor Alemão com uma ninhada de filhotes recém-nascidos em uma pequena vila na França.

Com os filhotes desmamados, Lee doou a mãe para um oficial e os filhotes para outros soldados, mantendo um macho e uma fêmea para si. A fêmea recebeu o nome de Nanette e o macho passou a se chamar Rin Tin Tin.

Os nomes foram inspirados em amuletos de boa sorte que crianças francesas costumavam dar a soldados. Em 1954, Rin Tin Tin se tornou astro de uma série de filmes de faroeste (As Aventuras de Rin Tin Tin). A série de filmes que contava as aventuras de um cão Pastor Alemão salvaram os estúdios da Warner Brothers da falência – além de aumentar ainda mais a popularidade da raça em todo o mundo.

Curiosidades sobre os Pastores Alemães

O presidente norte americano Herbert Hoover tinha um Pastor Alemão chamado King Tut, conhecido por ser o primeiro cachorro a desempenhar um papel de sucesso em uma campanha presidencial. O cão dava a Hoover uma imagem de alguém “mais acessível”.

O líder nazista Adolf Hitler teve uma cadela chamada Blondi. Quando Hitler fugiu para um Bunker subterrâneo, em janeiro de 1945, levou a cadela junto. Blondi morreu em abril de 1945, intoxicada por cianeto, com cerca de 4 anos de idade.

A personalidade do Pastor Alemão

Reprodução/Foto-RN176 Pastor alemão é um bom cão de estimação para crianças – Nicole Miranda/Pixabay

Ocupando o terceiro lugar na lista de raças mais inteligentes do mundo, o Pastor Alemão é conhecido por ser um cão extremamente fiel e protetor aos tutores e de fácil adestramento.

O faro apurado e a inteligência tornaram a raça muito utilizada em serviços militares, podendo ser treinada para funções de defesa e de ataque. Como um cão de grande porte, o Pastor Alemão pode ser considerado um cão agressivo, mas, assim como qualquer cão, tudo depende da forma como o animal for criado.

É importante trabalhar na socialização desde cedo, apesar de não ser um cão agressivo na essência, a raça tem um forte senso de proteção e pode vir a atacar caso sinta que seu território ou família está sob ameaça.

Como cães atléticos e de físico musculoso, é fundamental que pratiquem atividades físicas e que sejam estimulados mentalmente. Entediados, podem se tornar destruidores. Essencialmente um cão de pastoreio, pode conviver perfeitamente com outros animais de estimação, além de ser uma boa companhia para crianças, sendo muito dócil e brincalhão.

Higiene e saúde

Reprodução/Foto-RN176 O Pastor Alemão foi criado para trabalhar com pastoreio e se tornou muito popular entre os militares – Ralph/Pixabay

O Pastor Alemão tende a perder pelos com frequência, tendo a muda de pelos duas vezes a cada ano. Para conter a queda – que não pode ser evitada – os tutores devem realizar a escovação ao menos duas vezes por semana.

A pelagem do Pastor Alemão também conta com uma oleosidade natural, geralmente sem cheiro, por isso é preciso ter cuidado com os banhos, para que esse óleo não seja prejudicado. Os banhos devem ser dados apenas caso o animal se suje muito durante passeios ou brincadeiras.

Mesmo sendo um cão atlético e que precisa de atividades físicas, é recomendado evitar o excesso para que o animal não sofra com problemas nas articulações no futuro. Assim como uma alimentação balanceada ajuda a evitar problemas de peso e os pelos saudáveis.