Heróis da fé

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO  27/02/2021 08:53

CADERNO NOVA REVOLUÇÃO HUMANA

PARTE 67

Às 15h30 do dia 15, a comitiva visitou o Museu Indiano situado em Calcutá. No interior do prédio, chamou atenção uma estátua com quatro leões na forma de um pilar de pedra construída pelo rei Ashoka da dinastia Máuria no século 3 a.E.C. No pedestal da estátua dos leões, há figuras com o formato de rodas. Elas são chamadas de “roda da Lei” e significam que os ensinamentos de Shakyamuni, isto é, os ensinamentos da Lei, são transmitidos sucessivamente de pessoa a pessoa, destruindo as maldades. É uma imagem concebida a partir da analogia dos reis giradores da roda que dizem controlar as quatro direções, e avançam rompendo os inimigos externos. Simboliza as ações de Ashoka em governar a nação com base na verdade e na justiça do budismo. Mais tarde, a “roda da Lei” passou a compor a bandeira nacional da Índia.

Começando pela civilização pré-histórica, a exposição do museu apresenta de forma extraordinária a riqueza das diversas civilizações da Índia.

Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração Editora Brasil Seikyo – BSGI

Após a visita, a comitiva foi conduzida à área administrativa do museu. Eles mostraram, especialmente, um objeto não exibido para o público em geral. Era uma urna com as cinzas do Buda criada por volta do século 4 a.E.C. Trata-se de um exemplar único onde estão gravados ideogramas da Índia antiga simbolizando a existência das cinzas do Buda em seu interior.

Ao apreciar as peças expostas no museu, Shin’ichi Yamamoto refletiu sobre a história da ascensão e queda do budismo: “A eterna Lei da vida exposta por Shakyamuni lançou serenos raios de luar sobre o reino do rei Ashoka, criando uma sociedade embasada na benevolência e na compaixão. Mas, com o passar do tempo, na era impura dos Últimos Dias da Lei, a lua se escondeu nas nuvens escuras. Nessa época, o sol do Budismo Nichiren surgiu no Japão e lançou o brilho do alvorecer a varrer a escuridão dos Últimos Dia da Lei. E, hoje, por meio da árdua batalha dos companheiros Soka, os ‘Sete Sinos’ estão ressoando altivamente, e os raios do sol surgiram intensamente nos céus do Oriente. É o amanhecer do renascimento do kosen-rufu mundial! Chegou a nova era do budismo que abrirá o caminho da perene paz e da prosperidade, ultrapassando todas as crises da humanidade, e concretizando o princípio de ‘estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra’ no mundo!”.

Para dar essa partida, Shin’ichi estava decidido a abrir uma nova correnteza do kosen-rufu em cada país. Nessa viagem, foi possível criar uma correnteza direta e resoluta na Índia, a terra da origem do budismo. Seu profundo juramento no coração era o de proteger valorizando cada uma das preciosas gotas dessa correnteza com todas as forças.

PARTE 68

No dia 16, data da partida da Índia, Shin’ichi enviou de Calcutá um telegrama para o Japão. Destinava-se aos companheiros que vieram desbravando os caminhos do kosen-rufu, lutando arduamente em cada localidade, a começar pela ilha de Kume, distante da província de Okinawa; o arquipélago das cinco ilhas, da província de Nagasaki; a ilha de Nakajima, da província de Ehime; a ilha de Itsukushima, da província de Hiroshima, entre outras: “Abriram-se os caminhos do kosen-rufu da Ásia. Melhores recomendações aos companheiros das ilhas. De Calcutá,Shin’ichi Yamamoto”.

O palco do kosen-rufu se expandiu para o mundo. Porém, isso não significava procurar um paraíso ideal do kosen-rufu em algum lugar do planeta. O kosen-rufu mundial nada mais é que a expansão do movimento de propagação por meio do acúmulo de diálogos budistas consistentes nas respectivas cidades, vilas, ilhas e aldeias de cada uma das pessoas.

O verdadeiro vanguardista do kosen-rufu mundial é alguém que luta silenciosamente pela propagação dos ensinamentos e pelo encorajamento, dia após dia, desejando a felicidade das pessoas e a prosperidade da comunidade local. Do fundo do coração, Shin’ichi queria incentivar esses companheiros.

Os representantes do Conselho Indiano de Relações Culturais (ICCR) vieram se despedir da comitiva que, às 16 horas desse dia, partiu do aeroporto de Calcutá rumo a Hong Kong.

Da aeronave que acabava de decolar avistava-se a correnteza do rio Ganges que percorria tranquilamente pelo imenso verde e desembocava no golfo de Bengala.

As gotas de água se reúnem para dar origem a uma correnteza que se torna um enorme rio perene.

Orando para que cada membro da Índia viesse a formar uma grande correnteza de um novo kosen-rufu mundial, Shin’ichi continuava a enviar daimoku, orando intensamente em seu coração.

Mais tarde, em 1986, a Bharat Soka Gakkai (BSG) [Índia] foi oficialmente registrada como entidade jurídica. Em 1989, foi inaugurado o Centro Cultural da Índia, e em 1993, o Jardim Bodhi Soka, marcando um profundo significado do retorno do budismo para o oeste.

Shin’ichi visitou novamente a Índia nos anos de 1992 e 1997, incentivando a todos. Os membros dedicaram consistentemente suas forças para criar um sólido alicerce do desenvolvimento. Eles avançavam rumo ao século 21, edificando uma organização exemplar de cooperação humana; e cada um se tornou um herói da fé e o pilar da confiança na sociedade.

Sem criar um alicerce sólido, não é possível construir o grande castelo eterno da Soka Gakkai.

PARTE 69

Em agosto de 2002, quando iniciou uma nova marcha do século 21, a Soka Gakkai da Índia atingiu a tão almejada concretização de 10 mil membros, criando a base sólida do kosen-rufu. A partir de então, o kosen-rufu começou a avançar com o vigor comparável ao rompimento sucessivo dos nós de um bambu. Doze anos mais tarde, em março de 2014, eles alcançaram um número sete vezes maior, ultrapassando a marca de 70 mil membros.

O coração dos membros que se envolviam pessoalmente na propagação, tornando o kosen-rufu sua própria missão, transbordava de alegria infindável e em seu interior flamejavam as chamas do espírito de luta de um leão. As grandes ondas de alegria se levantaram em todas as organizações de comunidade da Índia, e os relatos de benefício floresceram em profusão.

Esse era o início do desafio de uma nova etapa do kosen-rufu. A propagação amplia ainda mais a propagação dos ensinamentos. Alegria chama alegria e, no ano seguinte, em 1o de agosto de 2015, surgiram os tão aguardados 100 mil bodisatvas da terra no país onde nasceu o budismo. A grande marcha dos emergidos da terra não conhecia o ponto de parada. Três meses depois, no dia 18 de novembro, o 85o aniversário de fundação da Soka Gakkai, estabeleceram a torre dourada de 111.111 membros. E no dia 1o de agosto de 2016, um ano depois de concretizar 100 mil membros, formou-se uma fileira de 150 mil membros. E ainda, cerca de metade desses membros era formada por líderes da Divisão dos Jovens (DJ) e da Divisão dos Estudantes (DE) que se encarregarão da próxima geração. Nesse mês de agosto [2016], duzentos representantes visitaram o Japão e se reuniram no Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu em Shinanomachi. As vozes recitando daimoku do juramento seigan pelo kosen-rufu ecoaram altivamente. A grande correnteza da nova era do kosen-rufu mundial começou a percorrer das terras da Índia, reverberando a canção triunfal. Ou melhor, em cada localidade da Ásia, na África, nas Américas do Norte e do Sul, na Europa, na Oceania, nasceu uma nova origem da correnteza que percorre os vales, levantando as névoas do dinamismo, e em alta velocidade. Nossos companheiros Soka comprovaram o “significado do emergir da terra” citado por Nichiren Daishonin.

O grandioso rio do kosen-rufu mundial de infindável correnteza se expande e a grande terra ressequida da humanidade se torna o campo fértil da paz perfumado com as flores da felicidade. A sinfonia da alegria do povo alcança os céus, e tremulam os laços de amizade.

Fim do capítulo

O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku.