Durante a prisão, o suspeito ofereceu R$ 500 mil para ser liberado
ROTANEWS176 E TERRA 08/04/2015 07h55
Um homem foi preso pela Polícia Civil do Mato Grosso carregando cerca de R$ 3,2 milhões na carroceria de uma caminhonete em Canarana, a 838 quilômetros de Cuiabá. Segundo os policiais, ao ser flagrado, o homem ainda ofereceu R$ 500 mil a investigadores para não ser preso. O caso ocorreu no domingo, mas só foi divulgado nessa terça-feira.
Reprodução/Foto-RN176 Dinheiro foi apreendido em caminhonete de suspeito
O motorista da caminhonete, José Silvan de Melo, 41 anos, conhecido por “Abençoado”, já era investigado pelo Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), de Recife (PE), por tráfico internacional de drogas. Em 2014 ele foi preso na capital pernambucana com o volume de R$ 940 mil e ofereceu R$ 200 mil à Polícia para não ser preso.
A quantia de R$ 3.201,587 milhões apreendida em Canarana estava dividida em três sacos escondidos na carroceria da caminhonete, embaixo de esterco, cerâmicas, madeiras e alimentos. Quando os policiais descobriram o dinheiro, o suspeito rapidamente disse: “é real, deixe isso aí e vamos conversar”.
Quando foi questionado sobre o tipo de conversa, o suspeito ofereceu uma “ajuda” aos policiais. Tendo a proposta recusada, na delegacia ele voltou a negociar e ofereceu R$ 500 mil ao delegado de Canarana, João Biffe Júnior.
Biffe informou que o oferecimento de propina foi registrado em vídeo e será usado como prova no inquérito policial, pelo qual o suspeito foi preso em flagrante por crime de oferecer vantagem indevida a funcionário. Conforme o delegado, o suspeito José Silvan não apresentou qualquer documentação da origem do dinheiro e, portanto, teve o numerário apreendido pela Polícia Civil e depositado em conta da Justiça, vinculado ao auto de prisão em flagrante. “Ele confessou que enterrava tais valores por questões de segurança”, disse o delegado.
Na delegacia, o suspeito alegou ser “cidadão de bem”, proprietário de fazendas na região e comprador de gado. No entanto, realiza declaração de Imposto de Renda como pessoa isenta. “Situação incompatível com os valores apreendidos, pois não encontramos nenhuma propriedade em seu nome e nenhum documento de compra ou venda de gado”, disse o delegado.
Há meses o acusado era monitorado pela Polícia Judiciária Civil por suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas. Durante as investigações, os policiais contataram que era de costume José Silvan chegar em Canarana, geralmente, no final da tarde, permanecendo hospedado em um hotel até o anoitecer, quando então deixava a cidade.