Idosa descobre que carrega feto calcificado há mais de 60 anos

ROTANEWS176 E BBC BRASIL 22/06/2015  10:20

CHILE

Médicos chilenos desconfiaram de protuberância na barriga de chilena e, após exames, acharam restos de bebê de 30 semanas

Oficialmente, a chilena Estela Meléndez tem 92 anos. Extraoficialmente, já que foi registrada apenas aos 17, ela está prestes a cumprir 110 anos. E por mais de 60 ela tem uma protuberância em sua barriga.

1

Reprodução/BBC /Reprodução/Foto-RN176 Estela Meléndez conta que por causa do feto sempre sofreu dores e nunca conseguiu engravidar

Mas na semana passada, ela descobriu que o volume, na verdade, era um feto de um bebê que ela perdeu há mais de 60 anos e que continuou com ela durante todo esse tempo.

Estela, uma dona de casa humilde que vive em Santo Antonio (na costa chilena), só descobriu a história toda porque foi levada ao hospital depois de machucar o cotovelo durante uma queda.

A médica que lhe atendeu se surpreendeu com a protuberância e com o resultado do raio-X, e pediu novos exames, que acabaram confirmando sua suspeita: o volume na barriga de Estela era, na verdade, um feto calcificado.

Ou seja, um feto que morreu e, como tinha cada vez menos sangue, teve seus tecidos dissecados.

“Quando um idoso sofre uma queda, pedimos uma radiografia de quadril para descartar fraturas de pélvis. E no raio-X havia uma imagem própria de uma coluna vertebral de um feto”, explicou à BBC Mundo Dagoberto Duarte, diretor de Serviço de Saúde do serviço de saúde da região de Valparaíso.

Segundo ele, pelos exames, os médicos calcularam que o feto tinha cerca de 30 semanas e estava se desenvolvendo fora do útero.

Câncer

Em entrevista ao jornal local Líder San Antonio, Estela contou dos problemas diários que sofria por conta do volume de mais de dois quilos que carregava.

Estela e seus familiares contam que na época de sua gravidez, ela se sentiu mal e foi levada ao hospital. Um médico lhe disse que ela tinha câncer e que seria submetida a uma raspagem, para retirada do feto. Mas, pelo visto, a raspagem foi mal feita – ou nem foi realizada.

Os familiares da chilena acusam de negligência médica tanto o hospital onde ela foi atendida na época do aborto (o mesmo que a atendeu agora), quanto uma clínica em que ela fez exames nos anos 80.

Por conta da idade avançada de Estela, ela não deve ser operada, mas uma comissão médica ainda está avaliando os próximos passos a serem tomados.