ROTANEWS176 E AFP 14/09/2017 | 15h04
Reprodução/Foto-RN176 Prédio mobilizou forças de segurança da capital inglesa – DANIEL LEAL-OLIVAS / AFP
A investigação pública sobre as negligências que contribuíram para a morte de 80 pessoas no incêndio de um prédio de um conjunto habitacional de Londres, em junho, foi aberta nesta quinta-feira com um minuto de silêncio pelas vítimas.
O juiz aposentado Martin Moore-Bick, que preside a comissão de investigação, declarou que pretende dar uma resposta a “como foi possível ocorrer um desastre semelhante em Londres em pleno século XXI”.
Ninguém foi acusado pelos fatos, que ocorreram acidentalmente no refrigerador de um morador, e não há no momento perspectivas de um julgamento penal. A investigação durará até o final de 2018, segundo uma primeira estimativa.
A tragédia causou revolta no país, principalmente pelas más condições de manutenção da torre Grenfell, de 24 andares, como a ausência de extintores, a existência de apenas uma escada no prédio e principalmente o revestimento externo, que era altamente inflamável por ser mais barato.
Um relatório elaborado pelo engenheiro italiano Angelo Lucchini, da Escola Politécnica de Milão, será apresentado nas audiências e afirma que o efeito do fogo no revestimento equivalia a ter jogado 32 mil litros de gasolina no prédio, segundo The Times.
Um porta-voz da primeira-ministra Theresa May manifestou que o govero “confia que a verdade sobre o ocorrido será revelada e aprenderá as lições para evitar uma catástrofe simila nofuturo”.
Uma igreja de Notting Hill, perto de Grenfell, instalou telões para que os moradores possam acompanhar as audiências.
“Não espero nada da investigação”, afirmou à AFP Marcia Haynes, que assistia à abertura da audiência no templo usando uma camisa com a inscrição “assassinos”, e cuja filha e neto viviam diante da torre e tiveram de ser evacuados.
“Este é o bairro mais rico de Londres e veja só essa pobreza”, acrescentou, afirmando ainda que sua filha, como muitos dos afetados, não pôde anda voltar para casa e continua em um alojamento provisório.
* AFP