ROTANEWS176 E POR ALTOASTRAL 28/10/2021 12:00
A condição costuma aparecer após os 40 anos e tem alguns fatores de risco; saiba mais
Reprodução/Foto-RN176 Embora não necessite de atendimento urgente, a incontinência urinária deve ser relatada ao médico de rotina e tratada – Shutterstock
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), cerca de 72% das mulheres em todo o mundo sofre de incontinência urinária. Desse número, 20% corresponde às mulheres adultas, enquanto a maioria — mais de 50% — são idosas. Vale lembrar, no entanto, que apesar da condição ser frequente com o avanço da idade, a perda de urina involuntária nunca deve ser considerada normal e precisa ser tratada.
Para entender melhor o problema, a uroginecologista Lilian Fiorelli explica que há três grandes grupos de fatores de risco: o aumento de pressão na barriga, dado por situações como obesidade, prática de exercícios muito intensos, dificuldade para evacuar e múltiplas gestações; o trauma genital, que pode acontecer, principalmente, por lesões decorrentes do parto normal, e a perda de colágeno, associada à doenças, tabagismo e, sobretudo, à queda hormonal que acontece naturalmente com o avanço da idade.
Quando buscar ajuda?
“O escape de xixi pode ou não incomodar a mulher. Não é algo que você precise sair correndo até o hospital, mas é necessário relatar ao seu médico sobre o que está acontecendo na próxima consulta de rotina para tratar, reverter e evitar complicações. A urgência de ajuda varia em como a mulher se sente com a perda”, salienta a especialista.
Perda por esforço ou bexiga hiperativa?
Lilian destaca que há dois tipos de incontinência urinária: o escape da urina por esforço ou a bexiga hiperativa. No primeiro, a paciente deixa o xixi escapar ao se esforçar para tossir ou espirrar, por exemplo. Já no segundo, a vontade de urinar é incontrolável, você corre para o banheiro, mas não consegue segurar até chegar lá.
Tratamentos e produtos para incontinência urinária
Existem tratamentos diferentes para cada tipo de incontinência urinária. “Fisioterapia e cirurgia podem ser indicadas para ambos os casos. Para a perda por esforço, além dos exercícios de assoalho pélvico feitos pelo fisioterapeuta, o laser intravaginal também é uma opção. Na bexiga hiperativa, vale mudar hábitos alimentares, evitando ácidos, refrigerantes, conservas e álcool, e recorrer aos remédios”, detalha a uroginecologista.
Além disso, atualmente o mercado disponibiliza uma gama de produtos que ajudam a mulher a lidar com os desconfortos da doença. Lilian ressalta que adotá-los é apenas uma forma da paciente conseguir realizar suas tarefas do dia a dia sem incômodo — e não um tratamento.
Quem sofre com o xixi involuntário encontra em farmácias absorventes descartáveis específicos para esse caso. Eles costumam ser maiores ou até mesmo em modelo de calcinha — chamada pants —, trazendo ainda mais conforto. Outra opção são as calcinhas absorventes, que dispensam o uso do protetor e podem ser reutilizadas. Lembre-se, porém, de checar a quantidade de fluxo suportada por cada uma a fim de evitar vazamentos, pois o volume e a textura da urina não são como a menstruação.
Fonte: Lilian Fiorelli, médica ginecologista especialista em sexualidade feminina e uroginecologia pela Universidade de São Paulo (USP).