Jato da Força Aérea (EUA) desapareceu ao interceptar OVNI, em 1953

ROTANEWS176 E POR OH 09/01/2020 22:50

A Força Aérea deu explicações conflitantes à viúva do piloto.

Reprodução/Foto-RN176 O jato Scorpion F-89C na foto em 1956, o mesmo avião que Moncla estava voando no dia do incidente.

A noite em que um jato da Força Aérea dos EUA desapareceu misteriosamente sobre o Lago Superior – 23 de novembro de 1953 – foi tempestuosa.

Perto da fronteira EUA-Canadá, o Comando de Defesa Aérea dos EUA notou um pontinho no radar onde não deveria estar: um objeto não identificado em um espaço aéreo restrito sobre o Lago Superior, não muito longe de Soo Locks, o portal comercial mais vital dos Grandes Lagos. Um jato Scorpion F-89C, da Base da Força Aérea de Truax, em Madison, Wisconsin, decolou da vizinha Kinross AFB para investigar, com dois tripulantes a bordo. O primeiro tenente Felix Moncla – que tinha 811 horas de voo, incluindo 121 em uma aeronave similar – ocupou o lugar do piloto, enquanto o segundo tenente Robert Wilson observava o radar.

Os homens não retornariam de sua missão de interceptação.

O que se seguiu, de acordo com Donald Keyhoe, ex-aviador naval do Corpo de Fuzileiros Navais e pesquisador de OVNIs que escreveu sobre o incidente em seu livro de 1955, “The Flying Saucer Conspiracy” – foi ‘um dos casos mais estranhos já registrados’.

Dois sinais de radar ‘convergem’

Uma vez no ar, o tenente Wilson teve dificuldade em rastrear o objeto desconhecido, que continuava mudando de rumo. Assim, com o controle de solo direcionando os aviadores pelo rádio, o Scorpion perseguiu o objeto. O jato, viajando a 800 quilômetros por hora, perseguiu o objeto por 30 minutos, aproximando-se gradualmente.

No solo, o operador do radar guiou o jato de 25.000 a 7.000 pés, observando um ponto perseguir o outro pela tela do radar. Gradualmente, o jato alcançou o objeto desconhecido a cerca de 112 quilômetros da Keweenaw Point, no norte do estado de Michigan, a uma altitude de 8.000 pés (2.400 m), aproximadamente 260 quilômetros a noroeste de Soo Locks.

Nesse ponto, os dois sinais de radar convergiram para um – “trancados juntos”, como Keyhoe colocaria mais tarde. E então, de acordo com um relatório oficial de acidente, o retorno do radar do F-89 simplesmente “desapareceu do escopo do radar da estação”.

E então, o primeiro retorno do radar, indicando o objeto não identificado, desviou-se e desapareceu também.

A Força Aérea dos Estados Unidos, a Guarda Costeira dos Estados Unidos e a Força Aérea Canadense realizaram um extenso esforço de busca e salvamento. Nenhum destroço ou sinal dos pilotos foi encontrado.

A Força Aérea muda explicação

Reprodução/Foto-RN176 Felix Moncla ao lado de um T-33 em Truax Field, em Madison, Wisconsin, 1953. Godord / Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0

O comunicado de imprensa oficial da Força Aérea sobre o desaparecimento, entregue à Associated Press, afirmou que o jato desaparecido “foi seguido por radar até se fundir com um objeto a 112 quilômetros de Keweenaw Point, no norte do Michigan”. A declaração apareceu em uma matéria no Chicago Tribune com a manchete: “JATO, DOIS A BORDO, DESAPARECE SOBRE LAGO SUPERIOR”.

A Força Aérea logo retirou a declaração e mudou sua história: de acordo com a nova declaração, o operador de radar de controle de solo interpretou mal a tela. De fato, o F-89 completou com sucesso a missão, interceptando e identificando o OVNI como um Dakota – uma aeronave C-47 da Força Aérea Real Canadense – voando cerca de 48 quilômetros fora do curso. O tenente Moncla, provavelmente com vertigem, colidiu com o lago durante o retorno à base. As autoridades canadenses refutaram o relato – nenhum voo havia ocorrido na área naquela noite.

Segundo Keyhoe, que escreveria novamente sobre o Incidente Kinross em seu livro “Aliens From Space” de 1973, dois representantes separados da Força Aérea forneceram à viúva do tenente Moncla explicações contraditórias do incidente. Em uma versão dos eventos, o piloto havia colidido com o lago enquanto voava muito baixo. No outro, o jato explodiu em grande altitude.

A análise do investigador

Reprodução/Foto-RN176 Donald Keyhoe, major aposentado do Corpo de Fuzileiros Navais, segura uma cópia de seu livro “Flying Saucers from Outer Space” (Disco voador do espaço sideral), no qual afirma que a Força Aérea tem filmes secretos das aparições de OVNIs, que provam que são naves interplanetárias. Bettmann Archive / Getty Images

No arquivo do projeto Blue Book, a equipe de investigação de OVNIs da Força Aérea, reiterou a afirmação da Força Aérea de que o jato “cumpriu com sucesso sua missão” e que o incidente foi um acidente, “provavelmente” causado por um “ataque de vertigem”. Atribuiu o comportamento anormal do radar a “condições atmosféricas” incomuns e considerou a incapacidade de recuperar destroços como compreensível, dadas as águas profundas.

Enquanto isso, pesquisadores do Comitê Nacional de Investigações sobre Fenômenos Aéreos (NICAP) descobriram que qualquer menção à missão havia sido eliminada dos registros oficiais. E a linha oficial do Centro de Inteligência Técnica Aeroespacial sobre o caso foi: ‘Não há registro nos arquivos da Força Aérea de avistamentos na Kinross AFB em 23 de novembro de 1953 … Não há nenhum caso nos arquivos que se aproxime de perto dessas circunstâncias’.

Enquanto isso, pesquisadores do Comitê Nacional de Investigações sobre Fenômenos Aéreos (de sigla em inglês, NICAP) descobriram que qualquer menção à missão havia sido eliminada dos registros oficiais. E a linha oficial do Centro de Inteligência Técnica Aeroespacial sobre o caso foi: “Não há registro nos arquivos da Força Aérea de avistamentos na Kinross AFB em 23 de novembro de 1953 … Não há nenhum caso nos arquivos que se aproxime de perto dessas circunstâncias”.

Na ausência de uma explicação oficial completa e satisfatória, “grupos civis que estudam discos”, como os chamavam o Projeto Blue Book, desenvolveram suas próprias teorias. Segundo um deles, o jato colidiu com o feixe de proteção do OVNI como um “muro de concreto”. Outros especularam que o jato poderia ter sido “retirado” do ar e levado a bordo da espaçonave – talvez para que os homens capturados pudessem ensinar seus alienígenas captores o idioma inglês.

Em 1968, houve relatos de jornais locais sobre fragmentos de jatos militares descobertos perto da costa do Lago Superior, mas a descoberta nunca foi verificada.

Em 2006, Adam Jiminez, alegando ser um representante da Great Lakes Dive Company, correspondeu a blogueiros de OVNIs e membros da comunidade de OVNIs. Ele afirmou que não apenas um acidente de avião foi descoberto na área, mas também um objeto metálico semelhante a um pedaço de disco voador.

Pesquisadores de OVNIs logo expuseram imprecisões na história de Jimenez e concluíram que a Companhia de Mergulho dos Grandes Lagos não existia. Eventualmente, Adam Jimenez também desapareceu sem deixar rasto.