ROTANEWS176 E VEJA 03/11/2016 18h17
Segundo amplo estudo feito nos Estados Unidos, 15% das pessoas de 20 a 24 anos são inativas sexualmente, maior taxa desde 1920
Reprodução/Foto-RN176 As razões para a mudança podem incluir o acesso fácil à pornografia e o acesso ao entretenimento online, como videogames e serviços de streaming de filmes e séries, que são opções para passar o tempo, além do sexo. (iStock/Getty Images)
Os jovens de hoje têm menos relações sexuais que as gerações anteriores, revela um estudo feito com 26.707 pessoas nos Estados Unidos. Segundo a pesquisa, publicada nesta semana na revista científica Archives of Sexual Behavior, a porcentagem de jovens de 20 a 24 anos que afirma não ter parceiros sexuais desde os 18 anos é de 15%. Em 1960, a porcentagem era de 6%. A outra geração que mostrou uma taxa mais alta de inatividade sexual foi a dos nascidos na década de 20.
“Os aplicativos de namoro [como Tinder ou Happn] deveriam, em teoria, ajudar essa geração a encontrar parceiros sexuais mais facilmente. Contudo, a tecnologia pode ter o efeito oposto se os jovens estão passando tanto tempo on-line que têm menos interações ‘ao vivo’ e, assim, não fazem sexo”, afirmou Jean Twenge, professor de psicologia da Universidade Estadual de San Diego, nos Estados Unidos, e um dos autores do estudo.
Virgens
Os dados do estudo foram baseados nas respostas de jovens e adultos à General Social Survey, um levantamento anual sobre hábitos e comportamentos dos americanos.
Segundo a pesquisa, as mulheres jovens são cerca de duas vezes mais propensas do que os homens a ser sexualmente inativas. Entre as nascidas em 1990, o número é de 5,4%, enquanto em 1960 era de 2,3%.
Ryne Sherman, professor associado de psicologia da Florida Atlantic University, nos Estados Unidos, e um dos autores do estudo, afirma que, provavelmente, os jovens que participaram da pesquisa não fizeram sexo antes dos 18 anos e interromperam a prática após essa idade. “O que provavelmente aconteceu é que há mais jovens virgens hoje do que no passado”, afirmou Sherman ao site do jornal britânico The Guardian.
De acordo com os pesquisadores, as razões para a mudança são complexas, mas os fatores podem incluir mais educação sexual, uma maior consciência sobre as doenças sexualmente transmissíveis, acesso fácil à pornografia e, talvez, diferentes definições entre as gerações do que é o sexo. Os autores também mencionam que os jovens vivem com os pais durante mais tempo – o que pode prejudicar a vida sexual – e têm mais acesso ao entretenimento on-line, como videogames e serviços de streaming de filmes e séries, que são opções para passar o tempo, além do sexo.
“Os americanos estão incrivelmente mais permissivos ao sexo antes do casamento, mas a maior parte daqueles que nasceram nos anos 1990 está, ainda assim, renunciando ao sexo quando é jovem”, afirmam os autores no estudo. “A nova revolução sexual aparentemente deixou de fora um grande segmento da geração.”
Um em cada três jovens tem problemas sexuais
Pesquisa publicada recentemente no periódico científico Journal of Adolescent Health mostrou que mais de 30% dos jovens britânicos têm problemas sexuais. No último ano, pessoas de 16 a 21 anos enfrentaram distúrbios como disfunção erétil, ejaculação precoce ou dificuldade de chegar ao clímax, distúrbios comumente relacionados a pessoas mais velhas. O estudo analisou os dados da National Survey of Sexual Attitudes and Lifestyles, maior levantamento sobre os hábitos relacionados à saúde sexual na Grã-Bretanha, com respostas de 2392 jovens britânicos. Desses, 1875 eram sexualmente ativos e 517 ainda não eram sexualmente ativos.