ROTANEWS176 E POR RD1 22/03/2022 22:34
Reprodução/Foto-RN176 Universal é condenada em ação judicial após polêmica com fiel (Imagem: Reprodução / IURD)
A Justiça de São Paulo condenou a Igreja Universal, do bispo Edir Macedo, para o pagamento de uma indenização no valor de R$ 200 mil doados por uma integrante da instituição religiosa o objetivo de “conquistar um lugar no céu”.
Uma professora de 53 anos disse em juízo que procurou a Universal no ano de 1999, segundo o UOL, pois enfrentava muitos problemas pessoais e precisava de orientação espiritual. Ela contou que, ao longo dos anos, participou rigorosamente de todas as práticas religiosas, fez as ofertas pedidas e os sacrifícios financeiros.
A educadora disse que entre dezembro de 2017 e junho de 2018, ela fez doações maiores, com repasses de R$ 204.500 à igreja. A professora afirmou que os valores entregues eram de suas economias de 30 anos de trabalho.
A defensora pública Yasmin Pestana, representante da profissional da educação, disse: “F.S realizou as doações porque tinha convicção de que apenas se sacrificando agradaria a Deus e teria a sua benção”.
A defesa da Igreja Universal argumenta contra fiel
A entidade religiosa declarou: “A autora é maior [de idade] e, portanto, absolutamente capaz de entender e refletir sobre a consequência dos atos praticados, não podendo agora alegar ter sido vítima de coação de coação psicológica, decorrente do discurso litúrgico dos pastores”.
Depois, a instituição liderada pelo bispo Edir Macedo destacou que a professora esteve no local por 18 anos, “sendo profunda conhecedora dos preceitos litúrgicos pregados” e que sempre teve liberdade para escolher outro lugar.
“Ela sabia das regras de conduta e do ritual propagado” e que o dízimo “é necessário para o sustento do trabalho religioso”, sendo uma prática que “remonta milênios” e que “não configura violação à lei ou aos costumes”.
“Não pode pretender a devolução do bem e de valores doados por mero arrependimento, uma vez que essas doações foram feitas espontaneamente”, disse.
O juiz Carlos Bottcher afirmou que a professora foi vítima de coação, “considerando as pressões psicológicas empreendidas pelos membros da organização religiosa para realização das ofertas”.
Ele condenou a igreja a devolver os R$ 204,5 mil, com correção monetária e juros desde as datas em que as doações foram realizadas.