Lula descarta rompimento com Venezuela, apesar de apreensão com agravamento da crise no país vizinho

ROTANEWS176 04/09/2024 08h39                                                                                                                                Por Vera Rosa e Eduardo Gayer

Ministro das Relações Exteriores submete nota ao crivo do presidente antes de ajustar texto com colega da Colômbia.

 

RN176 Da dir., para esq., o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e o Ditador Nicolás Maduro Moros é atual presidente da República Bolivariana da Venezuela

A nota oficial em que Brasil e Colômbia manifestam “profunda preocupação” com a ordem de prisão emitida pelo Ministério Público da Venezuela contra Edmundo González passou pelo crivo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, conversou nesta terça-feira, 03, com Lula, por telefone, e disse a ele que a situação na Venezuela vem se agravando dia a dia. Depois de submeter o rascunho da nota com Lula, Vieira acertou o texto com o chanceler da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, que levou o documento para o presidente Gustavo Petro.

Apesar de destacar que a medida contra González – diplomata que em julho disputou as eleições contra Nicolás Maduro – dificulta a busca por “solução pacífica” negociada, a nota emitida por Brasil e Colômbia não significa o rompimento de relações com a Venezuela.

Mesmo assim, na avaliação do Itamaraty e do assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, Caracas resiste a qualquer tentativa de acordo para conter a escalada autoritária.

Lula não reconhece a vitória do ditador Maduro e, a portas fechadas, tem avaliado que, depois de mais de um mês das eleições, nem mesmo a divulgação dos boletins de urna podem provar mais nada.

Como mostrou o Estadão, a conversa entre o presidente e o chanceler Mauro Vieira foi combinada logo após a notícia sobre a ordem de prisão contra González.

Depois de submeter o rascunho da nota com Lula, Vieira acertou o texto com o chanceler da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, que levou o documento para o presidente Gustavo Petro.

A prisão de González foi pedida pelo Ministério Público sob o argumento de que ele ignorou intimações para prestar depoimentos após acusar fraude nas eleições da Venezuela.

FONTE: ESTADÃO CONTEÚDO E RN176