Maior rã do mundo consegue arrastar pedras de até dois quilos

ALEMANHA

ROTANEWS176 E PR PLANETA 10/08/2019 19:00

Rã-golias é capaz de escavar pequenas lagoas, de até 1 metro de diâmetro e dez centímetros de profundidade, para proteger seus ovos e girinos

Reprodução/Foto-RN176 Rã-golias consegue levantar pedras de até dois quilos / Foto: Mark-Oliver Rödel / Museu de História Natural de Berlim

A rã-golias é uma verdadeira halterofilista do reino animal. Para construir seus ninhos, essa espécie é capaz de mover pedras de até dois quilos. Não é à toa que são tão grandes e fortes: medem até 34 centímetros e pesam mais de 3 quilos. São os maiores anuros do mundo, grupo que engloba sapos, rãs e pererecas.

Esses anfíbios são encontrados apenas em Camarões e na Guiné Equatorial. Por serem caçadas como alimentos, estão em risco de extinção.

Uma equipe de cientistas alemãs e camaronesas, liderada por um pesquisador do Museu de História Natural de Berlim, resolveu estudar mais a fundo a rã-golias para criar iniciativas de conservação dessa espécie fascinante.

Os cientistas descobriram que as rãs-golias são capazes de escavar pequenas lagoas, de até 1 metro de diâmetro e dez centímetros de profundidade, para proteger seus filhotes. Nesse processo, a espécie consegue arrastar pedras de até dois quilos. “Acreditamos que esse trabalho explica por que os adultos dessa espécie precisam ser tão grandes”, disse Marvin Schäfer, pesquisador do Museu, em comunicado da instituição.

Reprodução/Foto-RN176 Lagoa construída por rã-golias para abrigar seus ovos. Algumas dessas pedras pesam mais de dois quilos / Foto: Mark-Oliver Rödel / Museu de História Natural de Berlim

As rãs botam seus ovos nessas pequenas lagoas e os guardam até virar girinos. O ambiente construído pelos anfíbios protege os filhotes das águas torrenciais dos rios e também dos predadores.

O pesquisador Mark-Oliver Rödel, líder do projeto, diz que essa é a primeira espécie conhecida de anfíbio na África que prepara e até constrói locais específicos para a reprodução de sua prole. “Isso mostra o quão pouco sabemos sobre a biologia das criaturas mais espetaculares do nosso planeta”, afirma.

A pesquisa foi publicada na revista científica Journal of Natural History.