ROTANEWS176 E POR 09/12/2022 14h10 Por Ivana Fortes
O estudo analisou quatro regiões diferentes do cérebro, associadas ou não a distúrbios cognitivos, como a demência
Reprodução/Foto-RN176 Segundo a pesquisa, níveis mais altos de vitamina D apresentaram melhor função cognitiva no cérebro Foto: Leohoho / Unsplash
Pesquisadores da Universidade de Tufs, em Massachusetts (EUA), finalizaram um estudo que analisa níveis de vitamina D no cérebro, especialmente com adultos que sofriam de algum declínio cognitivo. Os que tinham níveis mais altos de vitamina D apresentaram melhor desempenho nesse sentido. A descoberta pode inspirar futuros tratamentos.
O estudo, publicado nesta quarta-feira (7) na revista Alzheimer’s& Dementia: The Journal of the Alzheimer’s Association, buscou a vitamina D em quatro regiões do cérebro: duas associadas a mudanças ligadas à doença de Alzheimer, uma associada a formas de demência e uma última sem nenhuma relação com declínios cognitivos.
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A equipe defendeu que os estudos que existem sobre vitamina D focam muito no aspecto dietético e nutricional, mas nenhuma ainda tinha buscado a presença dela no cérebro. A principal autora do estudo, Kyla Shea, se diz curiosa para saber se a vitamina está mesmo presente no órgão e, se estiver, como essas concentrações estão ligadas ao declínio cognitivo.
A equipe percebeu que a vitamina D estava presente no tecido cerebral, e que altos níveis dela nas quatro regiões do cérebro estudadas estavam relacionadas a uma melhor função cognitiva. Porém, os níveis da substância não estavam diretamente associados a nenhum dos marcadores associados à doença de Alzheimer. Portanto, ainda não está clara a forma como a vitamina pode afetar a função cerebral.
Altos níveis de vitamina D nas quatro regiões do cérebro estavam relacionadas a melhor função cognitiva Foto: Raman Oza / Pixabay
“A demência é multifatorial, e muitos dos mecanismos patológicos subjacentes à ela não foram bem caracterizados”, disse Shea. “A vitamina D pode estar relacionada a resultados que ainda não analisamos, mas planejamos estudar no futuro”.
Uma ressalva sobre o estudo é que a maioria das pessoas estudadas é branca, e a vitamina D pode variar entre populações raciais e étnicas diferentes. Os pesquisadores planejam um recorte mais diversificado para compreender melhor o papel da substância na prevenção da demência.
Outro alerta do estudo é para as pessoas não exagerarem nos suplementos de vitamina D, pois isso também faz mal. A dose recomendada é de 600 UIs (unidades internacionais) para pessoas de um a 70 anos de idade e 800 UIs para os mais velhos.
A vitamina D exerce variadas funções no corpo humano, como respostas imunológicas e manutenção de ossos saudáveis. Ela pode ser encontrada em peixes gordurosos ou bebidas como o leite e suco de laranja, assim como na exposição solar.