Medicamentos para dormir aumentam risco de demência em idosos

ROTANEWS176 13/03/2025 09:23                                                                                                                              Por Thatyana Costa

Reprodução/Foto-RN176 Magnetic Resonance Imaging (MRI) film for Brain disease diagnosis with medical doctor diagnosing elderly ageing patient neurodegenerative illness problem seeing for neurological medical treatment© iStock/Chinnapong

Pesquisas recentes sugerem que o uso de medicamentos para dormir pode ser um fator significativo no aumento do risco de demência. De acordo com um estudo da Universidade da Califórnia-São Francisco, publicado no Journal of Alzheimer’s Disease, substâncias como zolpidem, clonazepam e diazepam, frequentemente usados para combater a insônia, podem elevar o risco de demência em até 79%. A pesquisa alerta especialmente para os efeitos desse risco em indivíduos brancos.

Efeitos do uso contínuo de medicamentos para dormir

A pesquisa, intitulada “Saúde, Envelhecimento e Composição Corporal”, acompanhou mais de 3.000 idosos por nove anos. Durante o estudo, 20% dos participantes desenvolveram demência, com 42% sendo negros e 58% brancos. Os resultados mostraram que, entre os brancos, o uso frequente desses medicamentos aumentou a probabilidade de demência em 79%, comparado àqueles que usavam essas substâncias raramente ou nunca.

Embora o risco também tenha sido detectado em participantes negros, que usaram menos medicamentos para dormir, a associação foi mais pronunciada entre os brancos. A quantidade e o tipo de medicação consumida têm influência direta nesse risco. Especialistas sugerem que a combinação de certos medicamentos pode ser mais arriscada, aumentando a chance de desenvolver doenças neurodegenerativas.

Alternativas e precauções no tratamento da insônia

O principal autor do estudo, Yue Leng, destacou a importância de avaliar outras formas de tratamento para insônia antes de recorrer a medicamentos. A terapia cognitivo-comportamental, segundo Leng, deve ser considerada como a primeira linha de intervenção. Além disso, ele apontou a melatonina como uma possível alternativa mais segura, embora os efeitos a longo prazo ainda precisem ser mais estudados.

Pesquisas anteriores também já haviam alertado para os riscos dos medicamentos hipnóticos não benzodiazepínicos, como o zolpidem, associados ao desenvolvimento de demência, especialmente em pacientes idosos com condições de saúde preexistentes, como hipertensão e diabetes.

Uso de zolpidem e outros sedativos

O zolpidem é um hipnótico não benzodiazepínico utilizado para tratar insônia. Embora seja eficaz a curto prazo, seu uso prolongado pode levar a efeitos colaterais como sonolência diurna, tontura e até mesmo comportamentos paradoxais, como agitação. O clonazepam, conhecido por sua ação sedativa e relaxante, também apresenta riscos semelhantes, como alteração de memória e dificuldade de coordenação. Já o diazepam, amplamente utilizado para tratar ansiedade e distúrbios do sono, pode afetar a memória e o estado de alerta.

Estudos como o de 2015 sobre o uso de zolpidem já haviam identificado a relação entre o uso desses medicamentos e o aumento do risco de doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer, em idosos.

Demência pode ser evitada: cuidados essenciais para a saúde cognitiva

Pesquisas recentes apontam que a demência pode ser evitada com hábitos saudáveis. A prática regular de exercícios físicos, uma dieta equilibrada, e o estímulo à mente com atividades cognitivas são essenciais para prevenir o declínio cognitivo, promovendo uma vida mais saudável e com maior qualidade mental. Clique aqui para saber mais.

FONTE: CATRACA LIVRE