ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 07/07/2023 09:25 APRENDER COM A NOVA REVOLUÇÃO HUMANA Por Dr. Daisaku Ikeda
Nesta continuação da série publicada no Seikyo Shimbun, trechos selecionados do romance.
Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da matéria – Ilustração: Kenichiro Uchida
Fale em defesa da verdade e da justiça
Em junho de 1967, perseguições contínuas aos membros da Soka Gakkai atingiram o ponto máximo numa vila em Amami Oshima, ilha na província de Kagoshima, com uma ruidosa manifestação para expulsar a Soka Gakkai. Os manifestantes marcharam da vila à cidade de Naze (atual município de Amami).
No dia anterior ao da manifestação, o responsável do Distrito Geral de Amami, Takashi Nogawa, que morava na vila vizinha de Sumiyo, disse à sua filha, aluna do terceiro ano do ensino fundamental: “Amanhã, iremos a Naze. Vou te mostrar uma coisa lá.
No dia seguinte, tentando adivinhar o que o pai queria que ela visse, Teruko o acompanhou até Naze. Enquanto observavam os acontecimentos em uma das ruas principais da cidade, o cortejo se aproximou. Dos alto-falantes dos veículos, ouviam-se mensagens do tipo “Não tolere práticas de propagação que perturbem a paz!”.
Teruko sentiu medo, mas acima de tudo ficou indignada.
— Papai, o que está acontecendo? Por que é que a Soka Gakkai está sendo tratada desse jeito?
Takashi respondeu:
— Quero que grave esta cena em sua mente. Nós, membros da Soka Gakkai, temos lutado pela felicidade das pessoas que vivem nesta ilha. Nossa causa é justa. Mas é justamente por isso que estamos sendo perseguidos e atacados desta forma. Só porque algo é certo não significa que as pessoas irão reconhecer isso e elogiá-lo. Pelo contrário, geralmente ocorre grande oposição.
Ele continuou:
— Teruko, espero que você nunca se esqueça desta indignação que está sentindo agora e que continue falando para as pessoas sobre o propósito real da Soka Gakkai. Um dia você e sua geração irão transformar esta ilha em um paraíso de felicidade. Vocês a tornarão um lugar ideal onde florescem os ensinamentos de Nichiren Daishonin. Esta é a missão das crianças que crescem na Soka Gakkai.
Uma voz alta ressoou de um dos carros do cortejo: “Fora as religiões que perturbam a paz da vila!
Teruko Nogawa mordeu o lábio e encarou o carro. Takashi deu um tapinha em seu ombro e tentou consolá-la dizendo:
— No devido tempo, eles irão se envergonhar dos atos que estão praticando hoje. Cabe a nós garantir que isso aconteça. É por isso que é importante você, uma criança da Soka Gakkai, provar a grandeza desta organização e transformar todos em aliados que a apoiam, entendeu?
Teruko não era a única criança da sua idade a presenciar a manifestação; muitos membros das divisões estudantis também estavam entre os espectadores. Durante anos a lembrança das imagens perturbadoras naquele dia lhes causou indignação.
(Trechos do capítulo “Canto da Fortaleza”)
A força para se manter invencível haja o que houver
Em fevereiro de 1969, durante a sua visita a Okinawa numa viagem de orientações, Shin’ichi incentivou a líder da Divisão Feminina do Distrito Geral, Fujiko Kishiyama. Ela e o marido, Kotoku, enfrentaram e superaram vários infortúnios na vida. O filho havia morrido em decorrência de uma doença, e mais tarde um incêndio queimou a casa deles até o chão e provocando a morte de suas duas filhas. O casal ficou arrasado. Além disso, a comunidade local passou a criticá-los e a culpar a fé abraçada por eles pelas tragédias que estavam vivenciando.
Após ouvir Fukuyasu, Shin’ichi disse com lágrimas nos olhos:
— Deve estar sendo muito difícil para a Sra. Kishiyama. Corta-me o coração só de saber (…)
— Por favor, transmita à Sra. Kishiyama esta mensagem por mim: “Por favor, não se deixe derrotar. Não se deixa abater. Seus esforços contínuos pelo kosen-rufu são a prova do poder da fé” (…)
Com forte convicção no poder do Gohonzon, o casal saía todos os dias com o objetivo de falar às pessoas sobre o budismo. (…) Muitas vezes eram ridicularizados abertamente. No entanto, eles permaneceram firmes e Fujiko dizia com orgulho:
— Nosso filho mais velho morreu devido à doença e nossas duas filhas morreram quando nossa casa pegou fogo. Já causamos muitos problemas à comunidade. Mas não fomos derrotados. (…) Mesmo com a fé, a vida é cheia de dificuldades. E há a possibilidade de que vocês enfrentem sofrimento indescritível. Mas a fé é o poder que nos permite continuar vivendo, apesar dessas lutas. Sabemos que vamos alcançar a felicidade. Com o tempo vocês verão.
Aquelas palavras sinceras gradativamente dissiparam as dúvidas das pessoas. (…)
Fujiko pensou: “A vida pode ser uma série de sofrimentos, mas sofrimento não é sinônimo de infelicidade. O budismo explica que o sofrimento é a iluminação. Tenho certeza de que meus filhos morreram para me ensinar isso. Na verdade, eles nasceram neste mundo para me entregar a missão de provar isso com a minha própria vida”. Ela jurou aos filhos falecidos: “Vou demonstrar através da minha própria vida quão maravilhosa é a fé. Aconteça o que acontecer, eu não serei derrotada. A morte de vocês não será em vão”. (…)
Juntos, continuaram a trabalhar arduamente, nunca recuando um único passo. Com o tempo, o que começou como a comunidade de Nago cresceu até se tornar um distrito. Sentindo-se mal por terem causado um incêndio que causou preocupação e desconforto aos vizinhos, eles também se esforçaram para contribuir para a sua comunidade e para a sociedade. Anos depois, Kotoku tornou-se presidente de uma associação local de moradores idosos e Fujiko tornou-se presidente de um grupo de senhoras da cidade, comissária do bem-estar local e membro de um conselho de bem-estar infantil. Com o tempo, ambos ganharam admiração e confiança de seus vizinhos.
(Trechos do capítulo“Terra da Felicidade”)
(Traduzido a partir da edição do Seikyo Shimbun de 13 de novembro de 2019.)
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Ilustração: Kenichiro Uchida