ROTANEWS176 10/11/2023 13:50 APRENDER COM A NOVA REVOLUÇÃO HUMANA Por Dr. Daisaku Ikeda
Nesta continuação da série publicada no Seikyo Shimbun, trechos selecionados do romance.
Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da matéria – Ilustração: Kenichiro Uchida
As dificuldades na juventude se tornam nossos maiores tesouros na vida
Ao longo do ano 1972, “Ano da Comunidade” da Soka Gakkai, Shin’ichi Yamamoto visitou diversas regiões do Japão e tirou muitas fotos comemorativas com os líderes das localidades. Em janeiro, durante um diálogo com líderes de Shinjuku, em Tóquio, Shin’ichi incentivou cada líder, especialmente os membros da Divisão Masculina de Jovens, os quais estavam lutando com dificuldades no caminho da juventude.
Uma das decisões que tomei na juventude foi que, tendo resolvido dedicar a vida ao kosen-rufu, jamais me queixaria disso, não importando o que acontecesse. Ideias construtivas são importantes, mas reclamações e lamúrias não levam a lugar algum. Quanto mais damos voz a nossos pensamentos negativos, pior nos sentimos e mais perdemos a vontade de agir. Além disso, reclamar é como alardear que somos deploráveis, fracos e incapazes e deprecia nosso valor e caráter. As lamúrias também desanimam as pessoas ao nosso redor, enfraquecendo o entusiasmo e a energia delas para avançar. Portanto, apaga nosso benefício e boa sorte. Daishonin afirma que quando as dificuldades surgem “O sábio se alegra, ao passo que o tolo recua”.1 Enfrentemos tudo o que surgir à nossa frente com compostura e empreendamos ações vigorosas e audazes. (…)
Encontrando-se diante dos membros da Divisão dos Jovens, a quem considerava tesouros da Soka Gakkai, Shin’ichi não podia deixar de encorajá-los de todo o coração:
— Talvez alguns de vocês morem em um apartamento que não receba luz solar ou em um quarto minúsculo e apertado. O mesmo ocorreu comigo quando era jovem, particularmente durante a época em que os negócios do presidente Josei Toda estavam afundando e a Soka Gakkai corria o risco de se desintegrar. Eu voltava para casa totalmente exausto, mas o lugar era gelado e não havia nada para comer. Não tinha nem uma xícara de chá para me aquecer. Contudo, lutava com ímpeto e bravura ao lado do presidente Josei Toda. Esforçava-me até o limite de minhas forças todos os dias, trabalhando e lutando tão arduamente que, às vezes, sentia vontade de chorar de agonia.
Mas prosseguia, dia após dia, com resoluto desejo de vencer e criar uma sólida série de vitórias. Essas adversidades se tornaram o maior patrimônio de minha vida. (…)
Ter metas futuras mantém o sol da esperança ardendo em nosso coração. Contanto que tenhamos esperança, jamais nos veremos desencorajados ou num impasse.
(Trechos do capítulo “Coração e Alma”)
Estabelecendo um estado interior de suprema felicidade
No fim de janeiro, Shin’ichi visitou a região de Okinawa, onde participou de uma sessão de fotos comemorativas no local em que seria construído o Centro Cultural de Nago. A atividade foi seguida por apresentações musicais, incluindo um recital de koto2 tocado por Katsuyo Naka, uma jovem que havia perdido a visão e que Shin’ichi a incentivara três anos antes.
Quando Katsuyo encontrou-se com Shin’ichi, ainda estava lutando contra a dor e tristeza da perda que sofrera. Ela nunca se esquecera do que Shin’ichi lhe dissera naquela oportunidade:
— Asseguro-lhe que, se perseverar com fé até o fim, você se tornará infalivelmente feliz. Algumas pessoas, ao vivenciar uma série de acontecimentos infelizes, decidem que são desafortunadas e incapazes, e apagam a chama da esperança em seu coração. Mas essa atitude em si compõe uma fonte de miséria. Ser incapaz de enxergar não significa ter uma vida infeliz. Abra os “olhos” da fé, os “olhos” do coração e viva de forma vigorosa e positiva. Se conseguir agir assim, levará esperança e coragem a um número incontável de pessoas. Por favor, torne-se um farol para muitas e muitas pessoas.
Ao escutar essas palavras, Katsuyo sentiu o sol da esperança surgir em seu coração. Desde que havia ingressado na Soka Gakkai, vinha se empenhando com seriedade na fé, desejando transformar seu carma. O incentivo de Shin’ichi a ajudara a perceber que sua cegueira, na verdade, havia possibilitado que cumprisse sua nobre missão na vida.
À noite, após receber a orientação de Shin’ichi, Katsuyo voltou para casa e começou a orar. Ela sentiu uma alegria genuína brotando de seu interior. Ela refletiu: “Sou cega, mas por causa disso pude encontrar o Gohonzon. E, além disso, possuo minha voz e posso falar a outras pessoas sobre o budismo e orar. Também tenho pernas que me permitem me deslocar e realizar atividades. Como sou afortunada!”
(Trechos do capítulo “Coração e Alma”)
(Traduzido a partir da edição do jornal diário da Soka Gakkai, Seikyo Shimbun, de 12 de fevereiro de 2020.)
Assista
Veja o vídeo da série “Aprender com a Nova Revolução Humana”, volume 16,
Notas:
- Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 666, 2020.
- Kotoé um instrumento musical tradicional japonês semelhante à cítara.
Ilustração: Kenichiro Uchida
FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO