Momentos inesquecíveis: volume 16 (parte 2)

ROTANEWS176 09/12/2023 07:30                                                                                                                                  APRENDER COM A NOVA REVOLUÇÃO HUMANA                                                                                                      Por Hiromasa Ikeda

Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da matéria – Ilustração: Kenichiro Uchida

Prevendo o reconhecimento global

Em maio de 1972, Shin’ichi respondeu ao pedido do historiador britânico Arnold J. Toynbee para que fosse visitá-lo em sua casa em Londres com o intuito de iniciar um diálogo que abrangeria diversos tópicos. Ele visitou Toynbee em sua residência mais uma vez no mês de maio seguinte e, no último dia de sua estada, pediu ao estudioso algum conselho pessoal que pudesse lhe oferecer.

O Dr. Toynbee fixou o olhar em Shin’ichi e respondeu com suavidade que sentia ser um tanto quanto impertinente da parte dele, um acadêmico, oferecer conselhos a Shin’ichi, uma pessoa de ação e líder de uma organização budista de tamanho vulto.

Shin’ichi sentiu-se constrangido por tão grande consideração e tocado pela modéstia de Toynbee. O historiador então acrescentou que havia algo que ele presumia poder afirmar, ou seja, que ele e Shin’ichi pareciam concordar sobre o tipo de vida que um ser humano deveria viver. O caminho do meio defendido por Shin’ichi, avaliou ele, era com certeza o melhor curso a ser seguido.

Cada palavra emitida por Toynbee era carregada de significado, e Shin’ichi tinha a impressão de que o estudioso estava passando o bastão a ele, pedindo-lhe que prosseguisse em seu lugar. Deste modo, o diálogo histórico chegara ao fim.

— Muito obrigado, Dr. Toynbee. Minha sincera gratidão. Podemos tirar uma fotografia para comemorarmos este ensejo? — propôs Shin’ichi.

Toynbee concordou e o fotógrafo, que estava de prontidão, clicou várias fotos.

Enquanto tomavam o chá servido pela Sra. Toynbee, Shin’ichi disse ao historiador:

— Sinto-me como se hoje fosse minha formatura na Universidade Toynbee.

Quando o intérprete traduziu o comentário de Shin’ichi, Toynbee soltou uma cordial gargalhada.

— Como aluno seu, que nota me daria? — interpelou Shin’ichi.

Com um sorriso, o Dr. Toynbee disse que daria a Shin’ichi um A. Dando continuidade, especificou que a letra A derivava do desenho da cabeça de um boi, com os chifres voltados para baixo. Acrescentando que a letra expressava poder, força de vontade e determinação, o Dr. Toynbee alegou que ela possuía um enorme significado.

(Trechos do capítulo “Diálogo”)

Ansiando com esperança para o futuro

Em julho de 1972, o Japão foi atingido por chuvas torrenciais, resultando em perda generalizada de vidas e muitos danos materiais. Uma sessão de fotos comemorativa que Shin’ichi havia planejado participar na província de Akita precisou ser cancelada, mas, mesmo assim, em 11 de julho, foi até lá para incentivar os membros locais em apoio aos esforços de socorro que ele próprio havia iniciado.

— Lamento muito saber que aqueles que foram atingidos pela enchente. Estendo-lhes minhas mais sinceras condolências. O importante é o que farão de agora em diante. Ficarão desencorajados e se permitirão cair no desespero? Ou irão considerar esta situação uma oportunidade para mostrar a prova real da fé e se levantar novamente com coragem, determinados a não se dar por vencidos? A determinação interior é que define a nossa felicidade ou infelicidade.

Shin’ichi prosseguiu falando enfaticamente:

— No decorrer da vida, estamos fadados a nos deparar com todos os tipos de adversidades, não somente desastres naturais, mas acontecimentos como falência, desemprego, doença, acidentes e a morte de entes queridos. Nenhuma vida é totalmente tranquila. Na realidade, ela consiste numa infindável série de provações e tribulações, e não seria exagero afirmar que, de fato, vida é enfrentar dificuldades. A questão, então, se refere a “como não nos deixar vencer por essas provações e adornar nossa vida com vitórias?” O budismo ensina o conceito da “transformação de veneno em remédio”. Segundo esse princípio, podemos transformar até mesmo as piores circunstâncias em benefício e felicidade, por meio da fé. Precisamos ter inteira convicção nisto. De outro ponto de vista, esse princípio está dizendo que, para se obter o remédio do estado de buda, da felicidade absoluta, temos de triunfar sobre o veneno do sofrimento. Em outras palavras, o sofrimento é a semente que possibilita que a flor da felicidade desabroche. Como tal, não devemos temer as adversidades. Em vez disso, devemos enfrentá-las com coragem. Somos todos bodisatvas da terra, que possuem a condição vital do estado de buda e que surgimos neste mundo para conduzir as pessoas dos Últimos Dias da Lei à iluminação. Nunca ficaremos num beco sem saída. A infelicidade não é causada por circunstâncias adversas. Ela é causada pelo nosso próprio desespero e negatividade.

(Trechos do capítulo “Esvoejar”)

(Traduzido da edição de 12 de fevereiro de 2020 do Seikyo Shimbun, jornal da Soka Gakkai.)

Assista

veja o vídeo da série “Aprender com a Nova Revolução Humana”, volume 16

Ilustração: Kenichiro Uchida

FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO