Mudanças climáticas em tempo real

Com transmissões ao vivo pela internet, missão no Ártico vai documentar os efeitos do aquecimento global

ROTANEWS176 E POR ISTOÉ 22/06/2018 18:00                                                                                                  André Sollitto

Reprodução/Foto-RN176 DERRETIMENTO Navio que será usado na pesquisa: equipe de ponta para medir impacto do efeito estufa (Crédito: Ben Haggar)

Durante séculos, comerciantes tentaram navegar pela Passagem do Noroeste, no Oceano Ártico, em busca de rotas de comércio viáveis para a Ásia. Em breve, esse mesmo percurso será usado para fins científicos. Entre os dias 23 de agosto e 13 de setembro, uma equipe de cientistas e pesquisadores do Inner Space Center (ISC) da Universidade de Rhode Island, Estados Unidos, acompanhados por estudantes e por uma equipe de filmagem, fará uma expedição com o objetivo de mostrar em tempo real as mudanças climáticas drásticas que acontecem próximas à calota polar. Isso será feito por meio de transmissões ao vivo pelo Facebook, além de exibições especiais em três museus americanos.

 

Ecossistema alterado

A expedição vai coletar amostras de água, de gelo e do ar para documentar os efeitos do aquecimento global. O primeiro planador subaquático, o Slocum Glider, fará seus voos iniciais durante o projeto para estudar as massas de água e a biologia da região. Os resultados também serão apresentados em um filme de duas horas de duração, gravado em 4k, previsto para ser exibido na televisão em 2019. A equipe da One Ocean Expedition, especializada em rotas pelo Ártico, fará a viagem a bordo do Akademik Ioffe, navio de 364 pés equipado com laboratórios e ferramentas voltadas para a educação e a transmissão dos resultados em tempo real.

Com o aquecimento do oceano e o derretimento de calotas polares, o ecossistema da região tem sofrido grandes alterações, com habitats mudando, desaparecendo e espécies sendo redistribuídas. Os efeitos são grandes no fitoplâncton e zooplâncton, os seres microscópicos que vivem na superfície da água, mas também são perceptíveis nos pássaros, considerados os grandes predadores da vida marinha na região.