Mudar o “Eu já sei disso” para “Vamos aprender juntos”

ROTANEWS176 09/11/2024 11:40                                                                                                                              GRUPO CORAÇÃO DO REI LEÃO

A importância do diálogo que respeita e incentiva.

 

Reprodução/Foto-RN176 Grupo Coração do Rei Leão da BSGI

Queridos integrantes do Grupo do Coração do Rei Leão! Desejamos que todos estejam bem e fortes para iniciarmos 2025, ano em que faremos “Cinquenta anos em cinco”, assim como Ikeda sensei incentivou na mensagem enviada para a BSGI em 1996: “Durante os próximos cinco anos, percorram e dialoguem ativamente por todos os recantos do Brasil e construam por mim o grande palco do kosen-rufu que seja o primeiro do mundo no século 21”.1

O ano 2024 está sendo coroa­do de muitas vitórias e avanços. Continuaremos nesse processo, nessa espiral de conquistas, refletindo sobre o nosso papel como pais, responsáveis e veteranos da Juventude Soka. Para isso, vamos conversar sobre os efeitos que nossos diálogos causam.

Normalmente, ao iniciarmos uma conversa, nós nos cumprimentamos, fazemos perguntas sobre o dia a dia e buscamos semelhanças e situações comuns. Tudo isso com o objetivo de criarmos empatia com a pessoa à nossa frente para, então, aprofundarmos a conversa. Oferecemos nossa escuta, nossos olhos e semblante para acolher a pessoa com carinho quando dialogamos, não é mesmo?

Nem sempre as conversas acontecem assim! Por vezes, esta­mos tão atribulados na rotina que, ao nos encontrarmos com o filho, o sobrinho ou um jovem da comunidade, os colocamos na “berlinda”, questionando “Por que não se abre ou fica no celular o tempo todo?. Queremos saber por que não participa das atividades ou não traz os amigos. Fazemos tantas perguntas que eles acabam criando uma barreira e ficam quietos. Para não ficar um vazio do silêncio, descarregamos nosso conhecimento e experiência sem estimular que exponham a própria opinião. Quase não damos espaço para eles falarem dos seus sonhos, do futuro, de seus questionamentos, problemas e planos. Estamos sempre sem tempo, tentando encur­tar as conversas, pois achamos que sabemos o que eles estão pensando. Com isso, perdemos a chance de ouvir novas ideias. Isso que fazemos é o nosso melhor, e está tudo bem. Só pelo fato de tentarmos travar um diálogo, estamos fazendo a nossa parte. Mas será que entendemos o que se passa no coração do outro, quando falamos “Já sabemos disso”?.

Ikeda sensei, dentre todas as formas de incentivo, escreveu o poema Escolha o Diálogo no Dia de Hoje.2 Em algumas estrofes, ele compartilha:

Falar unilateralmente

não constitui diálogo.

De início, respeite o outro

e dê-lhe ouvidos.

Ouvir, falar e novamente ouvir.

Essa interação franca e aberta

faz romper os

muros do coração

como o pensamento preconcebido fixo e o prejulgamento.

A outra pessoa é

um ser humano,

nós também somos

seres humanos.

Ao sabermos então

que não existe nenhuma discriminação,

acontecerá o intercâmbio

de coração a coração,

e nascerá a confiança.

A fim de travarmos um diálogo aberto, sem julgamentos, precisamos, principalmente, nos colocar de igual para igual, criando uma relação de confiança, de modo que eles se sintam realmente acolhidos em qualquer situação. Com uma ou duas conversas, não resolveremos todos os assuntos abordados. Para que a questão debatida saia do campo das ideias e se transforme em ação, faz-se necessário dispor de um tempo. Por isso, devemos dialogar muitas vezes, considerando várias perspectivas, pois, ocasionalmente, o assunto proposto não termina na primeira conversa. É um processo que requer paciência e resiliência.

Não há necessidade de um momento ideal ou um lugar especial para que isso aconteça. É na vida diária que construímos esse ambiente para que haja essa confiança mútua.

No livro O Filósofo Interior,3 um diálogo entre Daisaku Ikeda e Lou Marinoff que resultou no livro, encontramos o seguinte trecho:

Na sociedade veloz e desconectada de hoje, está cada vez mais difícil estabelecer um diálogo substancial. Em vez de aproveitar momentos de comunicação simples e honesta, muitos estão sofrendo isolados. Por isso é tão importante deixar de lado nossas diferenças e realmente dar ouvidos aos outros, compartilhar suas dores e sofrimento como seres humanos de verdade. Um coração solidário, com capacidade de ouvir, tem o poder de abrir a mente das pessoas, de afastar a ansiedade e de curar feridas psicológicas. É preciso um coração humano para se conectar a um coração humano.

“Quando você sofre, eu sofro também.” Ao participar de diálogos com esse espírito de empatia, que no budismo chamamos de “sofrimento partilhado”, ambas as partes saem fortalecidas e elevadas.

Estamos todos no processo da revolução humana, o qual acredita­mos que é constante e ininterrupto. O esforço que fazemos para nos aprimorar e dialogar ficará espelhado em nossas ações, nosso olhar, nossa voz. E esse conjunto eleva nossa condição da vida e a da pessoa com quem dialogamos. Tudo depende do nosso coração.

Na Nova Revolução Humana, volume 30-I,4 de autoria do presiden­te Ikeda, ele diz:

Os verdadeiros “valores humanos” são aqueles que despertaram para sua missão como bodisatvas da terra e tentam fazer com que a Lei seja ainda mais ampla e profundamente conhecida. Eles estão sempre se esforçando para ser pessoas confiáveis para o maior número de pessoas possível. São sábios e coe­ren­tes e sabem conquistar a compreensão e apoio de todos. Além disso, contribuem para desenvolver a próxima geração de sucessores. Possuem bom senso e conseguem transmitir tranquilidade, esperança e convicção para as pessoas. Por favor, fortaleçam-se e treinem a si próprios para que consigam desenvolver essas qualidades.

Certamente, 2025 será um ano em que faremos muitos diálogos, visando à expansão e à criação de “valores humanos”. Os distritos monarcas serão o palco de atuação dos nossos jovens! Vamos estimular cada um dos nossos jovens para que realizem reuniões em que se sintam orgulhosos e queiram convidar os amigos naturalmente.

O diálogo de vida a vida, de cora­ção a coração, com os integrantes da Juventude Soka fará toda a diferença em nossas atividades, desde as visitas individuais até as reuniões de palestra. Teremos a oportunidade de ouvir sobre as experiências dos veteranos e aprender com a criatividade dos nossos jovens.

Queridos membros do Grupo Coração do Rei Leão, junto com os componentes da Juventude Soka, vamos iniciar o ano com conversas descontraídas e cheias de otimismo e entusiasmo?

Vamos junto com os integrantes da Juventude Soka rumo a 2030!

Grupo Coração do Rei Leão da BSGI

Notas:

  1. Brasil Seikyo, ed. 1.386, 12 out. 1996, p. 8.
  2. Idem, ed. 2.533, 26 set. 2020, p. 3.
  3. IKEDA, Daisaku; MARINOFF, Lou. O Poder Curativo do Diálogo. O Filósofo Interior. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024.
  4. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 30-I, p. 255, 2022.

FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO