ROTANEWS176 E UOL 14/01/2016 07h05
Reprodução/Foto-RN176 Daniela e o marido, Fernando, com Gabriela, Catarina e Emília (da esq. para a dir.)
Muitos casais passam anos tentando ter um filho. O processo, geralmente, é desgastante e deixa os envolvidos frustrados com tantos testes de gravidez negativos. Alguns recorrem à adoção, enquanto outros buscam a fertilização, procedimento caro e que nem sempre dá certo. Após ter o primeiro filho, é normal que muitas mulheres relaxem e, sem terem planejado, consigam ter outra criança de forma natural. Abaixo, mulheres contam como engravidaram após terem passado pela fertilização in vitro ou adotado.
Daniela Aparecida Nicolosi Foltran Januário, 34, mãe de Catarina, 3, e de Emília e Gabriela, 2.
“Recorri à fertilização in vitro para engravidar porque não tenho um ovário e perdi boa parte do outro por conta de um cisto hemorrágico. Por sorte, na primeira tentativa, engravidei da Catarina. E, para minha surpresa, no aniversário de um ano dela, descobri que estava grávida novamente. Algo jamais esperado.Quando fiz o ultrassom, achei que estava com descolamento de placenta, porque apareciam duas bolinhas e não era possível ouvir o coração. Mas, ao repetir o exame, ouvimos dois corações batendo. Eu, que achava que nunca seria surpreendida por uma gestação, me descobri grávida de gêmeos. Há quem diga que a gestação é o amadurecimento final do organismo feminino, que há a possibilidade de o ovário funcionar mal e passar por um ajuste depois da gravidez. Então, acredito que, com a fertilização, algo semelhante ocorreu com o meu organismo, corrigindo o problema e permitindo que eu pudesse engravidar naturalmente.”
Jailma Alves dos Santos Ferreira, 34, mãe de Maria Clara, 2.
Reprodução/Foto-RN176 Jailma e a filha, Maria Clara
“Cheguei a engravidar naturalmente em 2008, mas perdi o bebê no terceiro mês de gestação. Continuei tentando por dois anos até que descobri que minhas trompas estavam obstruídas e era preciso partir para a fertillização. O tratamento foi muito doloroso para o corpo e emocionalmente. Foram quatro tentativas, sendo que em uma delas os embriões não resistiram, então, nem foi feita a transferência para o meu corpo. Em março de 2012, após a última fertilização sem sucesso, decidi que precisava de um tempo e que só voltaria ao procedimento no ano seguinte. Na época, estávamos cogitando que a irmã do meu marido gestasse o nosso filho. Os meses passaram e, em novembro, um dia após o meu aniversário, fiz o exame de gravidez e deu positivo. No segundo ultrassom, pude ouvir o coração da minha filha batendo forte dentro de mim. Foi uma alegria indescritível.”
Kassyane Grison Maia, 36, mãe de Pedro, 9, e Joaquim, 6.
Reprodução/Foto-RN176 Na foto, Kassyane, o marido, Valdair, e os filhos, Pedro e Joaquim
“Após seis anos tentado engravidar naturalmente, eu e meu marido decidimos partir para a fertilização in vitro. Tínhamos pressa, porque ele tem uma doença degenerativa nos olhos e queríamos que tivesse tempo de ver os próprios filhos. A primeira tentativa foi feita em Curitiba e não deu certo. Então, decidimos tentar novamente, mas, dessa vez, com outro médico, em São Paulo. Já durante a viagem para a capital paulista, comecei a passar mal. Chegando lá, o médico me pediu vários exames para saber o que eu tinha e, entre eles, um de gravidez e deu positivo. Ninguém sabe o que aconteceu, mas quando Pedro completou três anos, engravidei novamente, de forma natural, do Joaquim.”
Kátia Elisabeth Bozzi Guazzelli, 44, mãe de Vitor, 10, e Enzo, 4.
Reprodução/Foto-RN176 Kátia e os filhos, Vitor e Enzo
“Eu sabia desde os 15 anos que tinha ovários policísticos, mas os médicos diziam que isso não me prejudicaria na hora de tentar engravidar. Foi um ano e meio tentando, sem sucesso, até decidir partir para a inseminação artificial. Porém, na época, era um procedimento novo, muitos médicos eram curiosos, não especialistas. Então, foi só após sete anos que consegui engravidar por fertilização, foi quando nasceu o Vitor. Daí, quando já estava com 40 anos, seis anos depois, engravidei novamente, mas de forma natural. Na época, nem tomava mais pílula, já que não conseguia engravidar mesmo. Por isso, quando descobri, estava grávida de dois meses. Depois que o Enzo nasceu, minha menstruação, que sempre foi desregrada, regulou e comecei a ovular certinho. Para evitar uma nova gravidez, meu marido fez vasectomia.”
Regiane Hortencio Monteiro, 41, mãe do Gabriel, 3 meses.
Reprodução/Foto-JCRN176 Regiane e o marido, Renato, posam com o filho, Gabriel
“Eu e meu marido decidimos adotar uma criança assim que descobri que não poderia engravidar –minhas trompas estavam totalmente obstruídas. Queríamos apenas um filho, mas, se a criança a ser adotada tivesse um irmão de até dois anos, ficaríamos com os dois. Então, em 2014, no mês em que fizemos o curso de preparação exigido no processo de adoção, engravidei. Era uma segunda-feira de setembro quando descobri. Passei muito mal na academia e quase desmaiei, mas achei que era por causa do calor. Meu marido, então, resolveu comprar um teste de farmácia. Fiz, meio descrente, e saí correndo e gritando do banheiro quando vi o resultado positivo. Quando fui ao médico, já estava com três meses de gestação.”
Regina Bertolucci Delmonico, 46, mãe de Luana, 12, e Maria Eduarda, 5.
Reprodução/Foto-RN176 Regina e o marido, Carlos, posam com as filhas, Luana e Maria Eduarda
“Ao todo, foram três anos tentando engravidar. Fiz três inseminações em mais ou menos dois anos. Depois, fiz tratamentos alternativos, até que o médico falou que teria de partir para a fertilização in vitro. Decidi, então, tentar a adoção. Eu e meu marido queríamos muito um filho, não importava muito como ele viria até nós. Fizemos o cadastro no sistema de adoção e demorou quatro anos até adotarmos a Luana, que chegou na nossa família com quatro anos de idade. Alguns anos depois, engravidei da Maria Eduarda. Foi de repente, parei de menstruar e achei até que estava na menopausa. Mas, ao fazer um ultrassom, vi que estava grávida de quatro meses.”
Sarah Silva, 33, mãe do Yitzchaq, 5 meses.
Reprodução/Foto-RN176 Sarah, o marido, Abrahus, e o filho, Yitzchaq
“Parei de tomar anticoncepcional quando tinha um ano de casada. Como não consegui engravidar, fui ao ginecologista fazer exames de rotina e recebi o diagnóstico de ovários policísticos. A partir daí, comecei o tratamento para engravidar. Foram mais de 11 coitos programados e quatro inseminações. A fertilização in vitro foi a última cartada. E, na ocasião, até cheguei a engravidar, mas perdi o bebê. Foi terrível, eu e meu marido caímos em depressão profunda. Já tínhamos 12 anos de casados e estávamos completamente frustrados quando decidimos desistir dos tratamentos, porque aquilo estava gerando um desgaste terrível no nosso relacionamento. Se tentássemos mais uma vez e não desse certo, seria o fim da relação. Mas foi só mudar o foco da minha vida e engravidei naturalmente. Valeu a pena esperar 15 anos para ter o meu bebê lindo no colo.”
Valdirene Guimarães Higashi, 36, mãe de Pedro Lucca, 6 meses.
Reprodução/Foto-RN176 Valdirene e o marido, Edgar, tiram foto com o filho, Pedro Lucca
“Depois de seis meses sem conseguir engravidar, comecei a investigar e descobri que tinha uma leve endometriose, porém, segundo os médicos, ela não comprometeria minha fertilidade. Porém, mais seis meses se passaram e nada. Procurava diferentes médicos e todos diziam que o problema estava mais no meu psicológico do que no meu corpo. Cheguei a fazer fertilização in vitro, mas também não deu certo. Passaram-se três anos. Foi então que, depois de muito tentar, consultei-me com um médico que me acompanhava mês a mês, que me dava toda a atenção. Ele tratou um corrimento que eu tinha e, mais importante, ajudou-me a lidar com a culpa que sentia por não conseguir engravidar. Seis meses depois da primeira consulta com ele, consegui engravidar.”